Turma - B - Vespertino

De Wiki_Semed

Edição feita às 15h12min de 16 de junho de 2013 por Alinemilan (disc | contribs)

Avaliação escolar - intervenção mediadora na aprendizagem do aluno

Escada.jpg.

INTRODUÇÃO

A avaliação tem sido um dos principais temas de debates dentro do contexto escolar. Os estudos acerca do tema apresentam como objetivo a busca pela verdadeira definição para o seu significado, visto que o processo avaliativo tem sido justamente um dos aspectos mais problemáticos da prática pedagógica.
O ato de avaliar é uma prática social, amplamente utilizada e baseada na observação e na reflexão acerca de algo ou alguém. Na escola, seu papel vem sendo discutido e sua verdadeira dimensão ainda não aparece de maneira muito clara. Ao longo das décadas, sua utilização baseou-se fundamentalmente na atribuição de notas, com vistas à promoção ou reprovação do aluno.
A intencionalidade que o professore tem, em relação à avaliação, define a sua concepção de educação e, consequentemente, se este está contribuindo com o modelo de sociedade no qual vivemos, ou então, se procura transformá-la. O processo avaliativo, se for considerado como instrumento de dominação social, não contempla a verdadeira aprendizagem do aluno.
A educação, como direito de todos, tem como meta assegurar a igualdade de oportunidades aos cidadãos. Dentro do contexto educacional, qualquer aluno passa a ser diariamente avaliado segundo normas e processos legais descritos nos regimentos escolares e nas propostas pedagógicas de cada estabelecimento.
Por meio de tal processo, que esperamos ser de domínio dos que o praticam no estabelecimento escolar, é expresso o "feedback" pelo qual se define o caminho para atingir os objetivos pessoais e sociais, implicando na maioria das vezes na tomada de uma série de decisões relativas ao objeto avaliado.
A avaliação da aprendizagem escolar é uma atividade pedagógica que deve ser permanente. Sendo assim necessária ao trabalho docente e é através desse processo que acontece o acompanhamento do processo de ensino e aprendizagem.
Ao falarmos sobre avaliação, logo nos deparamos com uma série de questionamentos indagando se o aluno teve ou não um aprendizado satisfatório ou se superou a expectativa de desempenho definido pela escola, pelo currículo ou pelo professor. A partir daí, aparecem outras perguntas como se o aluno respondeu corretamente as atividades propostas, se seguiram o mesmo ritmo um dos outros alunos. Com isso, surgem o padrão de referência, ou seja, expectativas padronizadas consideradas corretas, como critérios de avaliação utilizados antigamente e utilizados até hoje para medir o aprender ou o não aprender do aluno.
Uma concepção mais ampla de avaliação procura abarcar formas de avaliar o aluno pautado em métodos de coleta e processamento de dados variados, superiores aos comumente utilizados. Quando se concebe a avaliação como um sistema de controle de qualidade é possível e produtivo monitorar cada passo do processo de aprendizagem do aluno e do ensino que o professor afetivamente realiza. Da mesma forma Demo (1998, p. 43) ensina que “[...] a avaliação deixa de ser um ato isolado, especial e com data marcada, para fazer parte natural do processo de orientação e convivência motivada do aluno”.
A avaliação, nessa perspectiva, permite proceder às reformulações, ainda no percurso, caso se perceba deficiências em algumas partes do processo.

PROCESSO AVALIATIVO NA EDUCAÇÃO

Segundo o dicionário, avaliação significa o ato de apreciação e estimação. Dentro do contexto educacional, avaliação é o ato de investigar a qualidade da aprendizagem, a fim de diagnosticar seus impasses e propor soluções satisfatórias. Portanto, a avaliação deve acontecer de maneira contínua e progressiva. Sobre ela, Luckesi afirma:
A avaliação, em si, é dinâmica e construtiva, e seu objetivo, no caso da prática educativa, é dar suporte ao educador (gestor da sala de aula), para que aja da forma o mais adequada possível, tendo em vista a efetiva aprendizagem por parte do educando. A ação pedagógica produtiva assenta-se sobre o conhecimento da realidade da aprendizagem do educando, conhecimento esse que subsidia decisões, seja para considerar que aprendizagem já está satisfatória, seja para reorientá-la, se necessário, para a obtenção de um melhor desempenho. (LUCKESI, 2011, p. 176)
Podemos observar que o autor aborda a avaliação da maneira como ela é comumente discutida em reuniões pedagógicas das escolas. Deve-se realizá-la, não como um objeto de castigo e repressão aos alunos, e sim como instrumento de reflexão para o fazer pedagógico e replanejamento de aulas. A avaliação é indispensável no cotidiano escolar, pois auxilia o professor a diagnosticar o andamento do educando. O termo avaliação é muito amplo, pois avaliar não é apenas medir o que o educando sabe ou não sabe. Para que ela ocorra é preciso que haja observação, análise e promoção de melhores oportunidades de aprendizagem (ação). Podemos afirmar que o processo avaliativo é completo quando ocorrem essas três modalidades.
Sendo assim,a avaliação deve ter caráter orientador, cooperativo e interativo, onde os resultados obtidos no decorrer do trabalho conjunto entre professor e alunos são comparados com os objetivos propostos, a fim de identificar as dificuldades, os progressos e, também reorientar o trabalho docente.
Avaliar é muito mais que conhecer o aluno.É reconhecê-lo como uma pessoa digna de respeito e de interesse. O professor precisa estar preocupado com a aprendizagem desse aluno. Nesse sentido, o professor se torna um aprendiz do processo, pois se aprofunda nas estratégias de pensamento do aluno, nas formas como ele age, pensa e realiza essas atividades educativas. Só assim, é que o professor pode intervir, ajudar e orientar esse aluno. É um comprometimento do professor com a sua aprendizagem:tornar-se um permanente aprendiz da sua disciplina e dos próprios processos de aprendizagem. Por isso, a avaliação é um terreno bastante arenoso, complexo e difícil. Eu mudo como pessoa quando passo a perceber o enorme comprometimento que tenho como educador ao avaliar um aluno.
De acordo com Luckesi (2011, p.15):
A avaliação da aprendizagem só funcionará bem se houver clareza do que se deseja (projeto político-pedagógico), se houver investimento e dedicação na produção dos resultados por parte de quem realiza a ação (execução) e se a avaliação funcionar como meio de investigar e se, necessário, intervir na realidade pedagógica, em busca do melhor resultado. Sem esses requisitos, a prática pedagógica permanecerá incompleta e a avaliação da aprendizagem não poderá cumprir seu verdadeiro papel.

Nesse processo, a intervenção pedagógica, torna-se essencial à aprendizagem, uma vez que compete ao professor mostrar novas possibilidades ou utilizar recursos diferenciados para despertar a criatividade e o interesse dos alunos, não só em buscar o conhecimento, mas principalmente consolidar este conhecimento na prática em seu meio social.

Avaliar não é uma tarefa fácil, cada aluno tem seu tempo de aprender, não deve existir um padrão de aprendizagem. A avaliação deverá fazer parte sempre do planejamento e da proposta pedagógica.

De acordo com Hoffmann (2005, p.17):

Avaliação é, portanto, uma ação ampla que abrange o cotidiano do fazer pedagógico e cuja energia faz pensar o planejamento, a proposta pedagógica e a relação entre todos os elementos da ação educativa. Basta pensar que avaliar é agir com base na compreensão do outro, para se entender que ela nutre de forma vigorosa todo o trabalho educativo.


Ferramentas pessoais