Turma - B - Vespertino

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Tabela de conteúdo

AVALIAÇÃO ESCOLAR - INTERVENÇÃO MEDIADORA NA APRENDIZAGEM DO ALUNO


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INTRODUÇÃO

A avaliação tem sido um dos principais temas de debates dentro do contexto escolar. Os estudos acerca do tema apresentam como objetivo a busca pela verdadeira definição para o seu significado, visto que o processo avaliativo tem sido justamente um dos aspectos mais problemáticos da prática pedagógica.
O ato de avaliar é uma prática social, amplamente utilizada e baseada na observação e na reflexão acerca de algo ou alguém. Na escola, seu papel vem sendo discutido e sua verdadeira dimensão ainda não aparece de maneira muito clara. Ao longo das décadas, sua utilização baseou-se fundamentalmente na atribuição de notas, com vistas à promoção ou reprovação do aluno.
A avaliação deve ser vista como um processo e como tal procura observar a atitude do aluno enquanto sujeito da aprendizagem, analisando suas estratégias para consolidação do conhecimento e assim, buscar novas estratégias e ações que visem contribuir para a evolução do mesmo.
Conhecer e compreender a aplicabilidade dos instrumentos de avaliação utilizados por professores no processo ensino/aprendizagem, equivale constatar a importância de se avaliar corretamente os alunos. Primeiro, precisamos entender como esses métodos contribuem para a construção do conhecimento uma vez que o significado de avaliação está relacionado no modelo político pedagógico vigente. Precisamos questionar o significado da avaliação buscando mostrar que a mesma deve ser um processo para auxiliar no desenvolvimento cognitivo do aluno e não apenas um ato classificatório.
A avaliação deve ser vista como um processo e como tal procura observar a atitude do aluno enquanto sujeito da aprendizagem, analisando suas estratégias para consolidação do conhecimento e assim, buscar novas estratégias e ações que visem contribuir para a evolução do mesmo.
A intencionalidade que o professor tem, em relação à avaliação, define a sua concepção de educação e, consequentemente, se este está contribuindo com o modelo de sociedade no qual vivemos, ou então, se procura transformá-la. O processo avaliativo, se for considerado como instrumento de dominação social, não contempla a verdadeira aprendizagem do aluno.
O professor, como ser social, reflete no seu fazer suas concepções de mundo e dentro do processo avaliativo essas concepções não são neutras, mas devem ser guiadas pelo objetivo principal da ação pedagógica que é levar o educando a construir novos conhecimentos. Assim, a avaliação é fundamental na construção do processo educativo como instrumento de pesquisa e intervenção no desenvolvimento dos alunos.
Por meio de tal processo, que esperamos se, de domínio dos que o praticam no estabelecimento escolar, é expresso o "feedback" pelo qual se define o caminho para atingir os objetivos pessoais e sociais, implicando na maioria das vezes na tomada de uma série de decisões relativas ao objeto avaliado.
A avaliação da aprendizagem escolar é uma atividade pedagógica que deve ser permanente, não pontual e perfazendo durante todo o ano letivo. Sendo assim, necessária ao trabalho docente. É através desse processo que acontece o acompanhamento do ensino e aprendizagem, não só dos alunos mas do professor também, e é com o auxílio desta atividade pedagógica que iremos conduzir todo o nosso trabalho dentro da sala de aula. Podemos com avaliações processuais mensurar os avanços,identificar e sanar possíveis insucessos que tenham ocorrido no processo afim de melhorar e potenciar as habilidades de nossos alunos.
Desta forma, precisamos conhecer e refletir acerca do processo avaliativo escolar vigente em nossos estabelecimentos escolares, realizando estudos sobre os princípios teóricos que alicerçam a avaliação como prática educativa. Torna-se relevante também, reconhecer como a avaliação ocorre nos espaços escolares, destacando seu papel como instrumento de investigação e intervenção na aprendizagem escolar.


Atualmente, reconhecemos como de suma importância, o processo de autoria na aprendizagem, que pode ser fundamentado e trabalhado quando percebemos que o momento da avaliação oferece a todos os envolvidos no processo educativo, formas de reflexão sobre a própria prática. Por meio dela, o trabalho do professor pode ser direcionado às reais necessidades dos alunos, priorizando suas experiências pessoais e os conhecimentos acumulados em sua história pessoal.
É necessário observar que quando se tem o cuidado e a sensibilidade em identificar por que o aluno chegou ao erro, como ele está pensando, onde se perdeu, o que é necessário retomar, como retomar, que mudanças o farão identificar a falha e reorientar o processo, aí sim se caracteriza uma prática construtiva e colaborativa de crescimento na aprendizagem e, consequentemente, no ensino.
Segundo Luz (2012) as formas tradicionais de avaliação (oral e escrita) contribuem para o fracasso escolar, muitas vezes não mostram a real aprendizagem dos alunos, o professor a faz como algo punitivo e não um diagnóstico, com isso não identifica onde o aluno está falhando para poder intervir. É necessário que a avaliação integre ao processo de aprendizagem, onde o professor verifica e corrige o erro do aluno, é um processo mediador e contínuo.
Com isso Luz (2012) cita a avaliação mediadora que coloca em prática as ideias dos alunos, construindo assim seu conhecimento. E o professor possui as ferramentas adequadas para a intervenção, fazendo com que os alunos obtenham conhecimentos significativos.
A avaliação mediadora propõe um modelo baseado no dialogo e aproximação do professor com o seu aluno de forma que as práticas de ensino sejam repensadas e modificadas de acordo com a realidade sócio-cultural de seus alunos, nesta perspectiva de avaliação o erro é considerado como parte do processo na construção do conhecimento e não como algo passível de punição, na visão mediadora o professor é capaz de criar situações desafiadoras que tornem capaz a reflexão e ação tornando a aprendizagem mais significativa. (LUZ, 2012)

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Considerando que “o ato de avaliar é um ato de investigar” (LUCKESI, 2011), começamos então a investigar nossa própria metodologia de ensino, o dia a dia no contexto escolar como educador. Investigação esta, baseada nos seguintes questionamentos: Será que meu aluno aprendeu? Será que como mediador, consegui orientá-lo a desenvolver o conhecimento dos conteúdos, dentro do que era esperado na minha disciplina?
Dentro destes questionamentos, temos que repensar nossas atitudes como Educadores. Educadores de uma nova geração que anda frente às informações, através das novas tecnologias que se encontram acessíveis, num piscar de olhos, à todos os públicos.

Constantemente vivemos em busca de aperfeiçoamento. Vivendo em uma sociedade capitalista é necessário que o Homem busque cada vez mais novas técnicas para que possa ultrapassar barreiras, seja ela pessoal ou profissional. Portanto é necessário que passamos frequentemente por uma avaliação, para que através dela possamos identificar fatores que nos possibilitam um crescimento pessoal e intelectual, detendo assim o conhecimento.

PROCESSO AVALIATIVO NA EDUCAÇÃO

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A sociedade contemporânea exige do sistema de ensino uma preocupação voltada ao processo social, já que as evoluções tecnológicas e o mercado de trabalho exigem uma capacidade de resolver problemas com originalidade e criatividade distanciando-se do comodismo e utilizando a tecnologia como ferramenta de suporte de suas ações e criações.
O processo avaliativo está intimamente ligado à concepção de educação e de sociedade que o professor e a escola se encontram. A concepção epistemológica de aprendizagem do educador determinará suas práticas e estratégias de ensino em relação ao processo de aprendizagem. Assim a concepção e o objetivo da escola deve estar bem claro para os professores,alunos, pais e comunidade envolvida, pois assim se tornará mais fácil o processo de ensino aprendizagem.
Portanto, temos que entender a avaliação como um processo continuo e evolutivo, não podendo ocorrer por etapas pré - determinadas como bimestre ou semestre, as reflexões sobre esses períodos de tempo são importantes para analisar e fazer uma reflexão do caminho percorrido pelos educando até aquele momento, e a partir dessas observações refletir sobre a sequência e continuidades das ações educativas do próprio professor.
Para Lukesi (2007, p. 175), avaliar significa “investigar e, com base nos conhecimentos produzidos, tomar decisões de intervenção quando necessário. Isso significa que avaliar requer a disponibilidade de se rever didáticas, metodologias e encontrar maneiras de suprir dificuldades e colaborar para o efetivo processo ensino/aprendizagem.
Silva (2003,p.10) debate essa questão quando nos coloca que: "[...]o ensino não pode ser visto como uma mera e mecânica transmissão linear de conteúdos curriculares fechados e prontos do docente para o educando, mas um processo de construção de significados fundados nos contextos históricos em que se ensina e se aprende e, consequentemente, se avalia".
Segundo o autor, se optarmos por um projeto de sociedade baseado na lógica do mercado, então a escola será um lugar privilegiado de treinar clientes para o mercado e selecionar os mais competentes. O processo avaliativo, por sua vez, reproduzirá a estratificação social vigente na sociedade neoliberal do mercado globalizado. Caso fizermos a escolha por um projeto societário emancipador, a escola será um lugar de promoção da interseção da diversidade cultural, um espaço de significar e dar sentido a produção do conhecimento, dos valores e competências fundamentais para a formação humana, dos que aprendem e dos que ensinam.
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Numa perspectiva educacional conhecida como tradicional, o professor optará pela avaliação quantitativa. Esse prática avaliativa não é ingênua e contribui para que se perpetue um modelo de sociedade conservador e excludente. Por esse prisma, a avaliação é vista como um instrumento qualificador, pois faz uso de instrumentos descontextualizados e que não valorizam o processo.
A avaliação é a forma materializada da interação de sucesso ou insucesso entre professor e aluno, pois a partir dela a observação de seus resultados o professor parte para a reorganização de métodos, caso perceba que a mesma não foi satisfatória. O papel preponderado á escola como a responsável a dar ascensão ou rebaixamento ao aluno, coloca uma sobrecarga muito grande na importância da avaliação,esta para ser mais eficaz possível deve ser feita em todos as ações pedagógicas diárias do aluno. pois assim se torna mais abrangente e menos excludente.A tradicional prova contendo perguntas e respostas, muitas vezes nem contextualizada e valorizando somente o que o aluno memorizou de uma aula expositiva dada pelo professor detentor do saber é uma ferramenta que dilacera o fundamento da avaliação, pois nestes moldes não cabe a interação que deveria ter ocorrido no decorrer do processo de ensino e aprendizagem.
Antunes (2002,p.32), ressalta que "o foco de uma avaliação jamais deve estar centrada no conteúdo trabalhado, mas na capacidade de contextualização revelada pelo aluno em aplicar os ensinamentos desse conteúdo em outros níveis de pensamento, outras situações e até mesmo outras disciplinas. A escola deve ser assim, um ensaio da vida social e a sala de aula, o local onde aprendemos como utilizar os conhecimentos adquiridos na sociedade.
A temática da avaliação, ainda nos leva a reflexões e a outras problemáticas existentes em todos os níveis de ensino, desde as concepções adotadas pelos educadores, à postura demonstrada pelos educandos e a pouca ou falta de interesse das instituições escolares em discutir e melhorar seu sistema avaliativo.
Por parte dos educadores, a avaliação é ainda muitas vezes realizada na sala de aula sem a construção de objetivos claros a serem alcançados, assim como as metas que este educador espera que seus alunos alcancem, tornando assim o processo um instrumento de poder que não revela ao próprio professor os pontos fortes e as deficiências de seu trabalho.
Por vezes muitos educadores, por falta de clareza de objetivos, fazem uso do processo avaliativo sob a forma de cobrança de conteúdos que foram aprendidos de forma mecânica e pouco participativa. Assim, a classificação dos alunos também se dá de forma automática: bons, ruins, aprovados ou reprovados.
A fase da avaliação não se caracteriza como um momento final do processo de aprendizagem, mas sim na fase em que é possível criar condições para novas aprendizagens e que o aluno a partir de seu nível de conhecimento, possa evoluir na construção de seu conhecimento.
Ao falarmos sobre avaliação, logo nos deparamos com uma série de questionamentos indagando se o aluno teve ou não um aprendizado satisfatório ou se superou a expectativa de desempenho definido pela escola, pelo currículo ou pelo professor. A partir daí, aparecem outras perguntas como se o aluno respondeu corretamente as atividades propostas, se seguiram o mesmo ritmo um dos outros alunos. Com isso, surgem o padrão de referência, ou seja, expectativas padronizadas consideradas corretas, como critérios de avaliação utilizados antigamente e utilizados até hoje para medir o aprender ou o não aprender do aluno.
Uma concepção mais ampla de avaliação procura abarcar formas de avaliar o aluno pautado em métodos de coleta e processamento de dados variados, superiores aos comumente utilizados. Quando se concebe a avaliação como um sistema de controle de qualidade é possível e produtivo monitorar cada passo do processo de aprendizagem do aluno e do ensino que o professor afetivamente realiza. Da mesma forma Demo (1998, p. 43) ensina que “[...] a avaliação deixa de ser um ato isolado, especial e com data marcada, para fazer parte natural do processo de orientação e convivência motivada do aluno”.
A avaliação, nessa perspectiva, permite proceder às reformulações, ainda no percurso, caso se perceba deficiências em algumas partes do processo, estas podendo ser corrigidas pelo professor, não esperando chegar ao final do ano.
Quando simplesmente quantifica, mensura, rotula, é um fim em si mesmo. Desse modo desvaloriza o saber, impede o diálogo, torna-se instrumento de controle e limitação tanto de alunos quanto de professores e, ainda, encara o erro do aluno como vilão.
Diante disso, devemos observar que o erro é fundamental no processo avaliativo, pois é nessa representação que o aluno dá indícios de como está seu processo de construção de conhecimento. Indica caminhos diferentes daqueles que o professor esperava. Diante do erro, professores devem buscar converter “o não saber, estático, negativo e definitivo, em não saber, provisório, relativo e potencial”. (ESTEBAN, 2001, p. 23).
Hofmann (2005) destaca que "Para se entender da avaliação, primeiro passo é conceber o termo na amplitude que lhe é de direito.". No contexto escolar por vezes confunde-se instrumentos e registros de avaliação com a avaliação propriamente dita. Avaliar requer tempo, observação, análise pois a aprendizagem não ocorre em um momento específico pré determinado por um calendário de provas. Para os alunos a associação dos conteúdos ocorrem em tempos diferentes, cada um tem seu momento uma avaliação coletiva de um conteúdo pode servir como norte para o educador analisar o quanto contemplou seus alunos com a metodologia usada, mas a avaliação deve acontecer a todo o instante, em diferentes situações e com diferentes aspectos para que não ocorra de forma quantitativa somente.
O processo avaliativo na educação envolve pesquisa e conhecimento da situação avaliada para que haja uma intervenção positiva no desenvolvimento de todo o processo educativo. Nesse sentido, Luckesi (2011, p.171) afirma que "Sem os conhecimentos emergentes do ato de avaliar - como um ato de investigação científica-, a ação pedagógica e seus resultados serão aleatórios e, possivelmente, insatisfatório".
Segundo HOFFMANN (2005), “falar em qualidade da aprendizagem em avaliação é reconhecer a multidimensionalidade de tal conceito, bem como reconhecer que a qualidade é de natureza subjetiva e que, portanto, cada pessoa a compreende e a experiência a partir de seus próprios conhecimentos e valores”. É o respeito à diversidade de cada aluno, é analisar cada caso, é avaliar respeitando o limite da dificuldade do outro. Uns têm mais facilidade em aprender, outros não. Porém os alunos que tem mais dificuldades podem ser os que mais desenvolveram em sua aprendizagem, e os que têm facilidade as vezes não desenvolvem muito. E isso que se deve investigar para se obter uma avaliação legítima.

O professor ao avaliar deve levar em consideração alguns aspectos, como Hoffmann descreve: o processo avaliativo tem por objetivo: a)observar o aprendiz; b)analisar e compreender suas estratégias de aprendizagem; e c)tomar decisões pedagógicas a continuidade do processo.Tornando assim a avaliação um instrumento que contribua no desenvolvimento do seu trabalho.

AVALIAÇÃO COMO PRÁTICA EDUCATIVA

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Segundo o dicionário, avaliação significa o ato de apreciação e estimação. Dentro do contexto educacional, avaliação é o ato de investigar a qualidade da aprendizagem, a fim de diagnosticar seus impasses e propor soluções satisfatórias. Portanto, a avaliação deve acontecer de maneira contínua e progressiva.
Estudando Silva,(2003, p.8) ele nos questiona sobre qual os modelos que a Escola apresenta e através dela é que vamos dar forma aos alunos. O mesmo autor cita: "[...]falarmos em uma avaliação formativa reguladora é fazer a opção por uma educação que supere a crise do paradigma educacional centrado no ensino, onde a escola apenas se responsabiliza por ensinar de forma linear e uniforme, ficando à sorte dos alunos aprenderem." Desse modo o que entendemos é que na prática educativa temos a oportunidade de realmente darmos um novo rumo no processo de ensino aprendizagem, baseado no modo em que o professor e a escola vão enxergar esse aluno.
Para Luckesi (1999, p.43) “[...] o valor da avaliação encontra-se no fato do aluno tomar conhecimento de seus avanços e dificuldades.”. No entanto a visão distorcida da escola e principalmente dos professores com relação ao ensino-aprendizagem, bem como, a concepção equivocada que torneia as praticas avaliativas dos educadores que acaba por usar avaliação como medida de conhecimento e muitas vezes como instrumento de punição a indisciplina.
Esta forma classificatória de avaliação desempenha um papel significativo para o modelo social liberal-conservador, ou seja, o papel disciplinador. Ele torna a avaliação nas mãos do professor um instrumento disciplinador de condutas sociais, utilizando-a como controle e critério para aprovação dos alunos, retirando destes a espontaneidade, criticidade e criatividade, transformando-os reféns de um sistema autoritário e antipedagógico.
A avaliação, em si, é dinâmica e construtiva, e seu objetivo, no caso da prática educativa, é dar suporte ao educador (gestor da sala de aula), para que aja da forma o mais adequada possível, tendo em vista a efetiva aprendizagem por parte do educando. A ação pedagógica produtiva assenta-se sobre o conhecimento da realidade da aprendizagem do educando, conhecimento esse que subsidia decisões, seja para considerar que aprendizagem já está satisfatória, seja para reorientá-la, se necessário, para a obtenção de um melhor desempenho. (LUCKESI, 2011, p. 176)
Podemos observar que o autor aborda a avaliação da maneira como ela é comumente discutida em reuniões pedagógicas das escolas. Deve-se realizá-la, não como um objeto de castigo e repressão aos alunos, e sim como instrumento de reflexão para o fazer pedagógico e replanejamento de aulas. A avaliação é indispensável no cotidiano escolar, pois auxilia o professor a diagnosticar o andamento do educando, rever os pontos que não obtiveram sucesso e serve de base para nortear ações futuras visando melhorar o processo ensino aprendizagem.
O termo avaliação é muito amplo, pois avaliar não é apenas medir o que o educando sabe ou não sabe. Para que ela ocorra é preciso que haja observação, análise e promoção de melhores oportunidades de aprendizagem (ação). Podemos afirmar que o processo avaliativo é completo quando ocorrem essas três modalidades. Estudando o texto de Silva(2003,p.13), que afirma que: "[...]a avaliação é espaço de mediação/aproximação/diálogo entre formas de ensino dos professores e percursos de aprendizagens dos alunos". Em acordo com o autor, podemos verificar que a avaliação nos possibilita interagir com as formas de aprendizagem do aluno em relação a forma de ensinar do professor.
A observação do estudante é fundamental para que o professor consiga entender como ele está, ou não, aprendendo ou que estratégias utiliza. Analisa porque precisa compreendê-lo. Cada aluno tem suas especificidades no que diz respeito a sua formação social e cultural, e isso determina como interage e aprende no grupo. Cada aluno possui estratégias próprias de aprendizagem e o professor precisa oportunizar ações pedagógicas significativas para trabalhar o individual e o coletivo.
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O ato de avaliar tem seu foco na construção dos melhores resultados possíveis, enquanto o ato de examinar está centrado no julgamento de aprovação ou reprovação. Por suas características e modos de ser, são atos praticamente opostos; no entanto, professores e professoras, em sua prática escolar cotidiana, não fazem essa distinção e, deste modo, praticam exames como se estivessem praticando avaliação. (LUCKESI, p. 05, 2002)
A avaliação educacional sempre precisará contar com uma variedade de recursos, fontes, dados e informações. Torna-se necessário recorrer na sua aplicação às mais diferentes estratégias, técnicas, instrumentos e medidas, e os resultados da aplicação serem analisados, interpretados e depois utilizados no sentido de melhoria de rendimento ou do desempenho do que é avaliado; no (re)planejamento e reconstrução das atividades educativas, inclusive da própria avaliação. (ANDRADE, 200?)
As mudanças de concepções acerca do processo avaliativo permeiam nosso fazer e cada vez mais, esta avaliação excludente e ameaçadora do passado, regride graças aos estudos e aos bons profissionais da educação, ou seja, aqueles que se dedica aos estudos, debates e que reflete sobre seu trabalho, enxerga seu aluno como um ser social e político, construtor do seu próprio conhecimento.
Neste contexto, o papel do educador será o de "mediador" entre o aluno e o conhecimento sistematizado que este necessita para deixar de ser um mero receptor de informações e o professor ter a oportunidade para abandonar o rótulo de “o dono do saber".
Sendo assim,a avaliação deve ter caráter orientador, cooperativo e interativo, onde os resultados obtidos no decorrer do trabalho conjunto entre professor e alunos são comparados com os objetivos propostos, a fim de identificar as dificuldades, os progressos e, também reorientar o trabalho docente.
Avaliar é muito mais que conhecer o aluno.É reconhecê-lo como uma pessoa digna de respeito e de interesse. O professor precisa estar preocupado com a aprendizagem desse aluno. Nesse sentido, o professor se torna um aprendiz do processo, pois se aprofunda nas estratégias de pensamento do aluno, nas formas como ele age, pensa e realiza essas atividades educativas. Só assim, é que o professor pode intervir, ajudar e orientar esse aluno. É um comprometimento do professor com a sua aprendizagem:tornar-se um permanente aprendiz da sua disciplina e dos próprios processos de aprendizagem. Por isso, a avaliação é um terreno bastante arenoso, complexo e difícil. Eu mudo como pessoa quando passo a perceber o enorme comprometimento que tenho como educador ao avaliar um aluno.
De acordo com Luckesi (2011, p.15):
A avaliação da aprendizagem só funcionará bem se houver clareza do que se deseja (projeto político-pedagógico), se houver investimento e dedicação na produção dos resultados por parte de quem realiza a ação (execução) e se a avaliação funcionar como meio de investigar e se, necessário, intervir na realidade pedagógica, em busca do melhor resultado. Sem esses requisitos, a prática pedagógica permanecerá incompleta e a avaliação da aprendizagem não poderá cumprir seu verdadeiro papel.
Nesse processo, a intervenção pedagógica, torna-se essencial à aprendizagem, uma vez que compete ao professor mostrar novas possibilidades ou utilizar recursos diferenciados para despertar a criatividade e o interesse dos alunos, não só em buscar o conhecimento, mas principalmente consolidar este conhecimento na prática em seu meio social.
Avaliar não é uma tarefa fácil, cada aluno tem seu tempo de aprender, não deve existir um padrão de aprendizagem. A avaliação deverá fazer parte sempre do planejamento e da proposta pedagógica.
De acordo com Hoffmann (2005, p.17):
Avaliação é, portanto, uma ação ampla que abrange o cotidiano do fazer pedagógico e cuja energia faz pensar o planejamento, a proposta pedagógica e a relação entre todos os elementos da ação educativa. Basta pensar que avaliar é agir com base na compreensão do outro, para se entender que ela nutre de forma vigorosa todo o trabalho educativo.
Luckesi, (2011) distingue a avaliação em duas modalidades: “avaliação de certificação e avaliação de acompanhamento de uma ação [...] a primeira encerra-se na qualificação do objeto, já a segunda acompanha uma atividade em sua dinâmica construtiva, tendo em vista a busca dos resultados desejados.”
É importante ressaltar ainda as contribuições de Piaget e Vygotsky, que atribuem às interações sociais grande parte das aprendizagens do indivíduo. A avaliação nesta perspectiva também é vista com outro olhar,que não o de medir, não o de atribuir uma nota ao que o aluno sabe ou não. Neste contexto, não cabe mais o professor instrucionista e sim um mediador que instigue e provoque em seus alunos curiosidade, conflitos e reflexões acerca de suas descobertas. Avaliar considerando e valorizando as experiências que o aluno já traz consigo e oferecer condições para que ele avance por meio de situações relevantes e significativas é essencial para a formação plena do educando.
Diante dessas especificações e esclarecimentos, relacionando-os à nossa prática de acordo com as necessidades e realidade de cada aluno, percebemos então que a forma mais adequada de avaliar está na segunda modalidade descrita por Luckesi, visto que procura na avaliação uma forma de construção do conhecimento, onde os resultados serão objeto de reflexão e análise com vistas a tomada de decisão para uma possível intervenção.
A avaliação é indispensável no cotidiano escolar, pois auxilia o professor a diagnosticar o andamento do educando. O termo avaliação é muito amplo, pois avaliar não é apenas medir o que o educando sabe ou não sabe, para que a avaliação ocorra é preciso que haja a observação, análise e promover melhor oportunidades de aprendizagem (ação), podemos dizer que o processo avaliativo é completo quando ocorrem essas três modalidades. Pois o principal objetivo é promover melhores condições de aprendizagem e isso se faz com avaliação e intervenção pedagógica no tempo certo.
Portanto avaliar exige, além de sensibilidade, conhecimento, ética, vínculo, participação mútua, reflexão, foco na aprendizagem e, para isto, fazer quantas intervenções forem necessárias e possíveis para que efetivamente o aluno aprenda. Cabe ressaltar aqui que atividades instrutivas como siga o modelo, complete, arme e efetue não levarão nossos alunos a pensar o aprender, não os levarão à reflexão nem tampouco a sair de sua zona de acomodação. Segundo Hoffmann (2005), para este fim, faz-se necessário propor atividades desafiadoras que englobem desde os processos básicos de elaboração cognitiva quanto os mais elaborados. Caberá ao professor mediar as estratégias de resolução. Para esta autora, educar/avaliar parte de um diálogo contínuo, da convivência e da confiança mútua no crescimento de todos.
O professor consciente de seu papel e comprometido com o processo educativo busca na avaliação conhecer e compreender o desenvolvimento e as dificuldades do seu aluno para atuar de forma positiva nesse processo. Essa prática leva ao crescimento de ambas as partes, pois o próprio professor aprende e evolui em seu fazer pedagógico.
Para LUCKESI (1997):
A avaliação da aprendizagem nesse contexto é um ato amoroso, na medida em que inclui o educando no seu curso de aprendizagem, cada vez com qualidade mais satisfatória, assim como na medida em que o inclui entre os bem sucedidos, devido ao fato de que esse sucesso foi construído ao longo do processo de ensino-aprendizagem (o sucesso não vem de graça). A construção, para efetivamente ser construção, necessita incluir, seja do ponto de vista individual, integrando a aprendizagem e o desenvolvimento do educando, seja do ponto de vista coletivo, integrando o educando num grupo de iguais, o todo da sociedade.
Logo a avaliação como prática educativa deve ser constituída qualitativamente e deve se desenvolver no decorrer do processo ensino-aprendizagem. Nessa forma ela exige um maior empenho por parte do professor e consequentemente um maior envolvimento por parte do aluno, contribuindo assim na construção e na compreensão do conhecimento proposto.A avaliação, segundo Luckesi (2005) tem por objetivo contribuir para a prática pedagógica do professor, no que requer a busca pelo desenvolvimento intelectual. Ainda conforme Hoffmann (2005) ao avaliar o professor identifica a necessidade do educando, procurando assim alternativas satisfatórias que possam ser desenvolvidas com qualidade.

OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM

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Na educação hoje em que as mudanças acontecem rapidamente, é preciso saber qual é o papel da avaliação no processo ensino e aprendizagem e devemos nos perguntar constantemente: Para que avaliar? Porque avaliar? Quem é avaliado?E o que se pretende alcançar com essa avaliação?
De forma sintetizada podemos afirmar que a avaliação é muito complexa, visto que existem diversos modelos e métodos de avaliar, variando de acordo com as concepções de educação que cada um carrega consigo.
De acordo com Hoffmann (2003, p.12):
“No paradigma educacional centrado nas aprendizagens significativas”(apoiado na pedagogia diferenciada e da autonomia), a avaliação é concebida como processo/instrumento de coleta de informações, sistematização e interpretações da informações, julgamento de valor do objeto avaliado através das informações tratadas e decifradas...”.:
Nesse sentido, é necessário que os educadores possam refletir nos métodos utilizados hoje para se avaliar e busquem formas diferentes de produzir as avaliações. É fato que o papel do educador hoje é produzir intervenções didáticas diante das avaliações, para que consigamos alcançar nosso objetivo principal, a aprendizagem significativa dos alunos.
Conhecer e compreender a aplicabilidade dos instrumentos de avaliação utilizados por professores no processo ensino/aprendizagem, equivale constatar a importância de se avaliar corretamente os alunos. Primeiro, precisamos entender como esses métodos contribuem para a construção do conhecimento uma vez que o significado de avaliação está relacionado no modelo político pedagógico vigente. Precisamos questionar o significado da avaliação buscando mostrar que a mesma deve ser um processo para auxiliar no desenvolvimento cognitivo do aluno e não apenas um ato classificatório.
No entanto, o conceito de avaliação é restrito, ou seja, limita-se apenas a observar o desenvolvimento do estudante utilizando o método quantitativo (notas) e se esquecendo do qualitativo. Sendo assim, a avaliação adotada por muitos educadores ainda é a tradicional, já que o sistema educacional também é quantitativo. Nesse sentido, Hoffmann (2005, p.14) cita claramente que as posturas avaliativas inclusivas ou excludentes afetam seriamente os sujeitos educativos.
Outro fator importante é conhecer as tendências avaliativas, tais como a avaliação e a avaliação formativa. A avaliação por medida está vinculada a quantificação da aprendizagem dos alunos. Já no caso da avaliação formativa está ligada a avaliação da aprendizagem do educando.
Segundo Hoffmann (2005 p. 21):
“a avaliação formativa está no envolvimento do professor com os alunos e na tomada de consciência acerca do comprometimento com o progresso deles em termos de aprendizagem na importância e na natureza da intervenção pedagógica”.
O professor consciente de seu papel e comprometido com o processo educativo busca na avaliação conhecer e compreender o desenvolvimento e as dificuldades do seu aluno para atuar de forma positiva nesse processo. Essa prática leva ao crescimento de ambas as partes, pois o próprio professor aprende e evolui em seu fazer pedagógico.
Em resumo, a avaliação não é somente para os educandos, mas também para o docente que também pode mudar a metodologia diante dos resultados das avaliações realizadas. Isso significa retomar conteúdos, propor a autoavaliação, buscar mudanças no currículo (ementa) e cuidar para que o aluno aprenda de forma significativa.
É necessário que haja interação entre aluno e professor no processo de ensino-aprendizagem. O aluno não pode se contentar com a posição de mero expectador, e, o professor deve incentivar que o mesmo participe como o “ator principal”. Ambos precisam compreender a importância que essa troca de experiências tende a beneficiar no produto final, sem contar como isso auxilia no processo de independência e formação de opinião dos alunos, conforme explicita Becker, 2001: [...] que o aluno só aprenderá alguma coisa, isto é, construirá algum conhecimento novo, se ele agir e problematizar a sua situação. E Becker (2001) afirma ainda que: "Pensamos em uma sala de aula onde a proposta do professor é co-participada pelos alunos, pelas sugestões, e a proposta dos alunos é viabilizada pelo professor. E na qual a ação começa a fluir de ambas as partes, e não só na relação professor-aluno ou aluno-professor".

O processo avaliativo gera informações constantes que servem para que professores(as) e “aprendentes” possam refletir e criar estratégias de superação dos seus limites e ampliar suas possibilidades, engendrando uma aproximação entre as formas de ensinar e os estilos de aprendizagem. Só alcançaremos tais conquistas se estivermos buscando conhecimento através de leituras, ou seja, estudos que possam nos auxiliar nesta demanda, avaliar da maneira correta e justa com conhecimento de causa buscando realmente o aprendizado dos alunos.

CONTEXTO ESCOLAR E AVALIAÇÃO

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Dentro do contexto educacional a avaliação é um processo importantíssimo pois visa avaliar a qualidade do corpo discente e é através dela que o gestor escolar toma as decisões dentro do ambiente escolar. Para isso o educando é avaliado diariamente, pois segundo as normas e processos legais descritos pelo sistema nacional de ensino, nos regimentos escolares e nas propostas pedagógicas de cada instituição, incitam estratégias avaliativas para medir o grau de construção de conhecimento da criança.
Silva (2003) ao contextualizar o cenário onde a estrutura administrativo-pedagógica da escola é questionada, faz um alerta sobre a necessidade de novos sentidos e novas práticas frente a pluralidade cultural, ética, política e científica da sociedade moderna. Os avanços tecnológicos, ao mesmo tempo em que promovem o refinamento da produção, desencadeiam o alargamento da miséria e disseminam a violência social e econômica.
O termo avaliação é muito amplo, pois avaliar não é apenas medir o que o educando sabe ou não sabe, para que a avaliação ocorra é preciso que haja a observação, análise e promover melhor oportunidades de aprendizagem (ação), podemos dizer que o processo avaliativo é completo quando ocorrem essas três modalidades. Pois o principal objetivo é promover melhores condições de aprendizagem e isso se faz com avaliação e intervenção pedagógica no tempo certo.
Essas avaliações vão de avaliação diagnóstica, no qual tem por objetivo medir o grau de conhecimento prévio do educando como: indicações sobre conhecimentos, aptidões, interesses, entre outros; avaliação formativa orienta e regula a prática pedagógica; e por fim a avaliação somativa, que ocorre ao fim de um processo educacional (ano, semestre, bimestre), tem por objetivo fazer um balanço somatório de uma ou várias sequências do trabalho de formação do educando.
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Desta forma, segundo Hoffmann (2005) no ambiente escolar, o processo avaliativo pode ocorrer de diferentes formas. Destacamos então, a avaliação mediadora, que apresenta como características do avaliador a observação, a análise e a promoção de melhores oportunidades de aprendizagem.
Segundo Luckesi (2011, p.172), podemos "distinguir duas modalidades de avaliação: a utilizada para avaliar um objeto já configurado e concluído e a utilizada para avaliar um objeto em construção. Respectivamente, temos, então, avaliação de certificação e avaliação de acompanhamento de uma ação". Ambas devem estar em conjunto no processo buscando os resultados esperados e possibilitando ações de intervenção no desenvolvimento educacional.
Tanto aluno quanto professor tem sua capacidade de observar, absorver e operar sobre o mundo e produzir seus significados. No entanto, é papel do mediador buscar a convergência destes, aproximando-os do entendimento dos alunos por meio de processos diferenciados.Desse modo, precisamos utilizar muitos instrumentos avaliativos e não somente provas e testes que mais pontuam do que colaboram. Precisamos permitir as diferenças, ouvir nossos alunos, saber deles sobre eles, como pensam, como chagaram ao resultado apresentado, que caminho percorreram, por que escolheram este ou aquele caminho, entre tantos outros aspectos que não podem ser atingidos com instrumentos restritos e castradores.
O processo avaliativo gera informações constantes que servem para que professores (as) e “aprendentes” possam refletir e criar estratégias de superação dos seus limites e ampliar suas possibilidades, engendrando uma aproximação entre as formas de ensinar e os estilos de aprendizagem.
Assim, acreditamos que dentro do processo avaliativo o professor sempre deve ampliar seus instrumentos, recursos e principalmente sua forma de avaliar os alunos, compreendendo que cada aluno é único e precisa ser avaliado pensando no seu desenvolvimento como todo e não apenas numa nota apontada em uma avaliação. Esta, por sua vez, deve ser mais um instrumento de transformação da sociedade, pois quando ela prioriza a formação integral do aluno não se refere apenas a potencialidades cognitivas, mas no desenvolvimento de todas as capacidades da pessoa.

A IMPORTÂNCIA DA AUTOAVALIAÇÃO DOCENTE

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Para uma avaliação eficiente de desempenho dos alunos, os docentes precisam constantemente se auto-avaliar. Avaliar é uma ação que faz parte do complexo aprender. Desta forma, exige do professor um olhar profundo sobre o aluno, a fim de compreender sua forma de entender o mundo e seu processo de aprendizagem.
Cada pessoa tem seus próprios mecanismos para aprender, cabe ao professor conhecer essas individualidades para estimulá-las. Faz parte também do processo de avaliação, considerar o conhecimento prévio do aluno para evoluir a partir dele. Neste ponto de vista, é preciso avaliar para aprender.
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A avaliação deve acompanhar a evolução do aluno, neste processo o professor deve refletir constantemente sobre sua pratica, observar e analisar seus alunos e mediar a aprendizagem, estimulando a pesquisa e (re)elaboração de conceitos, respeitando e auxiliando os limites e avanços individuais e a partir deles refletir e agir.

APRENDIZAGEM, AUTORIA E AVALIAÇÃO

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Os professores de uma escola devem visar a autoria e a compreensão dos conteúdos por parte de todos os envolvidos, e a avaliação é um instrumento importante para a conquista destes saberes, e esta deve coletar o maior número de informações possíveis, para que os professores sejam capazes de analisar e melhorar suas metodologias de ensino, contemplando se não todos a maioria dos alunos com estes saberes ensinados. Segundo Silva, (2003):
[...] é imperativo lançar mão de um maior número de instrumentos avaliativos [...] Esta atitude possibilita coletar o máximo de informações possíveis em torno das aprendizagens e das histórias dos aprendentes e das intervenções e das posturas dos docentes. Por exemplo, restringir a avaliação aos testes finais e aos aprendentes implica não avaliar certos aspectos dos estudantes, como o desenvolvimento oral, a capacidade investigativa e a participação em trabalhos em grupo [...] não toma a intervenção didática como objeto da avaliação.
Intervir não significa apenas destacar o erro e apresentá-lo ao aluno como uma simples constatação a ser deixada para trás, mas sim instigar e possibilitar que o aluno a identifique onde e por que errou. Desse modo, o aluno não perde seu senso crítico, reflexivo e autor, afinal, a autoria pressupõe erros e acertos, mas é na superação do erro que ocorre as descobertas para a reconstrução e, consequentemente, o avanço, a aprendizagem significativa. Portanto, a avaliação, nas suas mais variadas formas e instrumentos deve promover este avanço.
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Segundo Silva(2003), se optarmos por um projeto de sociedade baseado na lógica do mercado, então a escola será um lugar privilegiado de treinar clientes para o mercado e selecionar os mais competentes. O processo avaliativo, por sua vez, reproduzirá a estratificação social vigente na sociedade neoliberal do mercado globalizado. Caso fizermos a escolha por um projeto societário emancipador, a escola será um lugar de promoção da interseção da diversidade cultural, um espaço de significar e dar sentido a produção do conhecimento, dos valores e competências fundamentais para a formação humana, dos que aprendem e dos que ensinam.
Vale ressaltar aqui o quão difícil é o ato de avaliar. Por isso Demo, (2004) afirma que no âmbito educacional toda avaliação é: “injusta, incômoda, incompleta e ideológica”. Injusta por ser reducionista, pois não abrange toda a complexidade humana. Incômoda porque o poder sempre estará nas mãos do avaliador. Incompleta já que diante da dinâmica complexa da aprendizagem será impossível expressá-la em sua totalidade, seja qual for o indicador ou instrumento, por mais que busque a amplidão, sempre será incompleta. Por fim, ideológica, pois “não se pode camuflar a relação de poder entre o avaliador e o avaliado”. O contexto de poder é muito mais forte e mais amplo do que o contexto da aprendizagem, pois toda relação de poder está relacionada diretamente à política e suas entrelinhas. É lá que ficam seus verdadeiros interesses.
Devemos considerar ainda a formação do professor , a qual deve contemplar reflexões acerca do que é a "avaliação".
A defesa que fazemos é que a formação inicial dos profissionais da educação pode fazer diferença na futura inserção desses na escola (SANTOS,2006).
Portanto se o professor já está familiarizado com toda a realidade da escola e o que pode permear a avaliação dentro do projeto pedagógico da escola, sabendo que cada escola possui uma personalidade própria e que deverá ser respeitada, bem como seu processo avaliativo.
Da mesma forma, o planejamento não pode estar alienado do contexto, das experiências já conhecidas. Para Moraes (2004, p.149):
se o processo educacional é um sistema aberto, vivo, podemos inferir que tanto o planejamento, quanto a prática pedagógica, para estar de acordo com a nova visão de mundo pós-moderna, necessitam incluir o movimento, que pode ser compreendido como forma de expressão dos processos de interação e reflexão.
Isso remete a um processo educacional dialógico e em constante transformação, ou seja, o refletir na ação e sobre a ação. Assim, o educador igualmente reflete sobre sua prática e sobre si, enquanto ser humano, e se coloca, também, na posição de educando. Moraes (2004, p.168) indica que "a transformação do exterior é facilitada pelo conhecimento interior". Essa reflexão é proporcionada pela avaliação e auto-avaliação de professor e aluno.
Buscamos uma aula ideal, que independentemente das concepções ou teorias, seja “aquela aula” que instiga, desenvolva e estimule o aluno a ler e a pesquisar, que cria dúvidas, enfim, a que o faz pensar e produzir seu material. Não podemos subestimar as capacidades de nossos educandos. Tem que haver compreensão por parte dos educadores, o fato de quão é importante se trabalhar para que o aluno se torne crítico, construa opiniões próprias e saiba argumentar, questionar. Propiciar e desenvolver atividades que instiguem eles a pesquisa, a descoberta, a autoria de suas próprias atividades, a criação de seus trabalhos, isso contribui de forma muito significativa no desenvolvimento da aprendizagem e autoria e também na formação intelectual dos alunos.
Estabelecer metas, acreditar na capacidade dos alunos e demonstrar interesse em suas criações em relação aos conteúdos trabalhados, são gestos que podem diferenciar e contribuir com o desenvolvimento de alunos. E também um grande estímulo para aqueles que têm dificuldades em serem criativos, e que não “gostam” de estudar. Para assim torna-los, futuramente, cidadãos críticos, questionadores, autores e detentores de opinião acerca de assuntos variados, e que, perdurarão pela vida acadêmica por um bom e proveitoso tempo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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A avaliação é a reflexão transformada em ação. Reflexão permanente do professor sobre sua realidade, e acompanhamento, passa a passo, do educando. Um processo interativo, através do qual educando e professores aprendem sobre si mesmos e sobre a realidade escolar no ato da própria avaliação. Avaliar somente não traz benefícios ao professor nem mesmo ao aluno, pois uma avaliação pontual como já foi supracitada dá chance ao acaso e evidencia um ponto no processo ensino aprendizagem; já a avaliação processual permeia todo o ano letivo e fornece mais ferramentas para o professor repensar sua prática e seu fazer pedagógico.
Hoffmann (2005)se sente angustiada, ao ver que em pleno século XXI, milhares de crianças ainda tem sua aprendizagem validada por métodos imprecisos e injustos. Avaliações padronizadas e objetivas não promovem uma diferença “sensível”, a exigência do professor deve vir acompanhada de apoios, tanto intelectuais quanto afetivos, isto sim, permitirá aos alunos superarem quaisquer desafios.
Segundo Roland Abrecht (1994, p.125) o objetivo da avaliação formativa, deve ocorrer com o desenvolvimento de atitudes de auto-avaliação que levam os sujeitos a serem capazes de se situar no seu processo de formação. Esse situar-se é o envolvimento do alunato com os educadores e com todo o contexto escolar vivenciado. Permitindo que todos assumam um compromisso de autoconstrução, de autodesenvolvimento, pelo responsabilizar-se pelo outro, retomando caminhos, redirecionando processos, aprendendo a ser mais do que já estão delimitados na cultura que está postada por esse século. A avaliação, pelo seu caráter inventivo e hesitante, segundo o mesmo autor, confere direitos de cidadania ao que é opaco, complexo e equívoco.
A avaliação dentro do contexto escolar é ainda muito contraditória, visto que segundo especialistas como Hoffmann 2005, avaliar é algo processual e contínuo, não podendo ser tomado como avaliação uma lista de exercícios que o professor corrigi ou uma avaliação que o professor aplica no final de cada bimestre, esses são considerados apenas instrumentos de avaliação. Para Hoffmann 2005 Avaliar implica “observar o aprendiz, analisar e compreender suas estratégias de aprendizagem e tomar decisões pedagógicas favoráveis a continuidade do processo.” A avaliação é um processo de caráter “singular” no que diz respeito aos alunos, cabendo ao professor avaliar cada aluno dentro do seu contexto e de acordo com suas particularidades em relação à aprendizagem.
Porém, o que vemos no contexto escolar são avaliações externas que se compõe de uma lista de exercícios, igual para todos os alunos, e que através dessa a aprendizagem é avaliada. Para que o aluno ingresse em uma universidade ou seja aprovado em qualquer concurso público, é à ele aplicada uma “avaliação” do seu aprendizado anterior, com novamente uma lista de exercícios.
A avaliação deve visar o aprendizado do aluno, zelar pelo seu crescimento, nortear o professor em suas estratégias pedagógicas. Verificar o quanto o aluno avançou e/ou buscou novas formas para resolver situações comuns ou cotidianas é valorizar seu conhecimento, é reconhecer o aluno como construtor do seu próprio saber.
No entanto, muitas mudanças e concepções podem ser colocadas em práticas no contexto escolar, e porque não dizer, também no âmbito educacional do Brasil. Se pretendemos nos afastar de métodos discriminatórios, excludentes e classificatórios, devemos buscar toda uma coerência na avaliação externa e interna do nosso país. Seria a necessidade de todos falarem a mesma língua, como, dentro das escolas trabalharmos de formas mais abrangentes, considerando a evolução e desenvolvimento de cada aluno, não somente através de números frios, mas percebendo esse crescimento pessoal, como também com aplicações de avaliações na mesma linguagem em nível nacional, sem estatísticas frias e desmotivacionais.
Uma mudança nos métodos de avaliação dos processos de aprendizagem, segundo Fernandes (2003), exige uma concepção de aluno como um ser crítico, criativo e participativo, com autonomia e capacidade de tomar decisões, sendo co-ator desse exercício de avaliação por si próprio, aprendendo a analisar seu próprio desenvolvimento educativo e cultural, tendo uma participação privilegiada com diálogo. Proporcionando a reflexão tanto por parte dos professores quanto dos alunos que é exigida como parte fundamental desse processo. Nesta visão, a avaliação deixaria de ser vista classificatória e excludente, dando mais oportunidades para uma formação de alunos atuantes na sociedade.
Façamos o melhor possível, por mais que tenhamos de atribuir uma nota, uma classificação ou promoção será muito mais justo que nossos alunos entendam esse processo, que não percam a certeza de que podem vencer obstáculos. Nunca seremos integralmente justos, mas podemos apontar possibilidades, resgatar a autoconfiança e a autoestima, assim pretendemos que se libertem dos rótulos e das classificações pontuais, mas que se percebam como sujeitos de sua própria história e transformação.
Nesse sentido, a constituição do sujeito passa a ser a preocupação central em torno da qual se estrutura um processo em que as aprendizagens ocorrem em função desta finalidade mais ampla. Não se trata, portanto, de justaposição de aprendizagem fragmentadas dos conteúdos das várias áreas, mas se concebe o conhecimento como parte integrante da formação humana, o que inclui dimensão ética da aquisição, a distribuição e o uso do conhecimento.

Ou seja, ao contrário do que se apregoa no meio acadêmico avaliar não é, simplesmente, uma mensuração de dados. O ser humano com toda sua carga cognitiva e emocional não pode ser mensurado através da discussão de métodos avaliativos divergentes. Uma boa avaliação, precisa ser consciente do conhecimento adquirido desse aluno não só no âmbito institucional dos centros de ensino. Mas em seu aspecto cultural. Ao meu ver uma avaliação de verdade deve ter um fundamento teórico por parte do professor, isso é claro, lógico. Mas o aluno deve produzir um material prático, real. Então as duas realidades tanto a teórica do professor, como a prática, que o aluno foi fomentado a produzir se inter-relacionam de tal modo e o tempo todo que serão indivisíveis e ao mesmo tempo convergentes não possuindo entre si hierarquia de valor.

Assim para Luch Jussara (2003) Avaliar é tomar partido, é aceitar o outro como ele se apresenta, é ter responsabilidade, compromisso como o outro e , portanto, consigo mesmo, com uma nova perspectiva, com uma dimensão ética. Pressupõe uma relação com o outro, dialógica, um agir em comunhão, e um conhecimento sobre as condições de possibilidades de um reinventar-se, que desta forma é partilhado, interpretado e transformado em comunhão.portanto, a formação da identidade se dá no encontro como o outro numa construção social e não como algo meramente objetivo e natural, o caráter da avaliação tem assim outra dimensão, é diferente, pois propicia avanço, progressão, mudança, a criação do novo.

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REFERÊNCIAS

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DEMO, Pedro. Ser professor é cuidar que o aluno aprenda. Porto Alegre. Mediação, 2004.

FERNANDES, Claudia de Oliveira. Praticas avaliativas e aprendizagens significativas em diferentes áreas do currículo. Organizadores Janssen Felipe da Silva, Jussara Hoffmann, Mara Tereza Esteban- Porto Alegre: Mediação,2003

HOFFMANN, Jussara. Avaliação formativa ou avaliação mediadora? In: _______. O jogo do contrário em avaliação. Porto alegre: mediação, 2005, p 13 a 23.

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LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 4a ed. São Paulo, Cortez.

LUZ, Giovana Gomes de Macedo. Avaliação Mediadora: a ponte entre o conhecimento e a aprendizagem. 2012. Disponível em:http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2012/06/avaliacao-mediadora-ponte-entre-o.html. Acesso em 17 Jun 2013.

MORAES, Maria Cândida. O paradigma educacional emergente. 10 ed. São Paulo: Papirus, 2004.

PERRENOUD, PHILIPPE. Entre duas lógicas, da excelência à regulação das aprendizagens. Porto Alegre, Artmed, 1999.

SILVA, Janssen Felipe; HOFFMANN, Jussara; ESTEBAN, Maria Teresa. Práticas avaliativas e aprendizagens significativas: em diferentes áreas do currículo. Porto Alegre. Mediação, 2003.

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