Turma - B - Vespertino

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(Diferença entre revisões)
(AVALIAÇÃO COMO PRÁTICA EDUCATIVA)
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:O termo avaliação é muito amplo, pois avaliar não é apenas medir o que o educando sabe ou não sabe. Para que ela ocorra é preciso que haja observação, análise e promoção de melhores oportunidades de aprendizagem (ação). Podemos afirmar que o processo avaliativo é completo quando ocorrem essas três modalidades.
:O termo avaliação é muito amplo, pois avaliar não é apenas medir o que o educando sabe ou não sabe. Para que ela ocorra é preciso que haja observação, análise e promoção de melhores oportunidades de aprendizagem (ação). Podemos afirmar que o processo avaliativo é completo quando ocorrem essas três modalidades.
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:A observação do estudante é fundamental para que o professor consiga entender como ele está, ou não, aprendendo ou que estratégias utiliza. Analisa porque precisa compreendê-lo. Cada aluno tem suas especificidades no que diz respeito a sua formação social e cultural, e isso determina como interage e aprende no grupo. Cada aluno possui estratégias próprias de aprendizagem e o professor precisa oportunizar ações pedagógicas significativas para trabalhar o individual e o coletivo.
:O ato de avaliar tem seu foco na construção dos melhores resultados possíveis, enquanto o ato de examinar está centrado no julgamento de aprovação ou reprovação. Por suas características e modos de ser, são atos praticamente opostos; no entanto, professores e professoras, em sua prática escolar cotidiana, não fazem essa distinção e, deste modo, praticam exames como se estivessem praticando avaliação. (LUCKESI, p. 05, 2002)
:O ato de avaliar tem seu foco na construção dos melhores resultados possíveis, enquanto o ato de examinar está centrado no julgamento de aprovação ou reprovação. Por suas características e modos de ser, são atos praticamente opostos; no entanto, professores e professoras, em sua prática escolar cotidiana, não fazem essa distinção e, deste modo, praticam exames como se estivessem praticando avaliação. (LUCKESI, p. 05, 2002)

Edição de 20h24min de 17 de junho de 2013

Av.jpg === AVALIAÇÃO NA APRENDIZAGEM

Considerando que “o ato de avaliar é um ato de investigar” (LUCKESI, 2011), começamos então a investigar nossa própria metodologia de ensino, nossa aula propriamente dita, o nosso dia a dia no contexto escolar como educador. Investigação esta, baseada nos seguintes questionamentos: Será que meu aluno aprendeu? Será que como mediador, consegui orientá-lo a desenvolver o conhecimento dos conteúdos, dentro do que era esperado na minha disciplina?
Dentro destes questionamentos, temos que repensar nossas atitudes como Educadores. Educadores de uma nova geração que anda frente às informações, através das novas tecnologias que se encontram acessíveis, num piscar de olhos, à todos os públicos.


Tabela de conteúdo

Avaliação escolar - intervenção mediadora na aprendizagem do aluno

Escada.jpg.

INTRODUÇÃO

A avaliação tem sido um dos principais temas de debates dentro do contexto escolar. Os estudos acerca do tema apresentam como objetivo a busca pela verdadeira definição para o seu significado, visto que o processo avaliativo tem sido justamente um dos aspectos mais problemáticos da prática pedagógica.
O ato de avaliar é uma prática social, amplamente utilizada e baseada na observação e na reflexão acerca de algo ou alguém. Na escola, seu papel vem sendo discutido e sua verdadeira dimensão ainda não aparece de maneira muito clara. Ao longo das décadas, sua utilização baseou-se fundamentalmente na atribuição de notas, com vistas à promoção ou reprovação do aluno.
A intencionalidade que o professor tem, em relação à avaliação, define a sua concepção de educação e, consequentemente, se este está contribuindo com o modelo de sociedade no qual vivemos, ou então, se procura transformá-la. O processo avaliativo, se for considerado como instrumento de dominação social, não contempla a verdadeira aprendizagem do aluno.
Por meio de tal processo, que esperamos ser de domínio dos que o praticam no estabelecimento escolar, é expresso o "feedback" pelo qual se define o caminho para atingir os objetivos pessoais e sociais, implicando na maioria das vezes na tomada de uma série de decisões relativas ao objeto avaliado.
A avaliação da aprendizagem escolar é uma atividade pedagógica que deve ser permanente, durante todo o ano letivo. Sendo assim, necessária ao trabalho docente. É através desse processo que acontece o acompanhamento do ensino e aprendizagem, não só dos alunos mas do professor também, e é com o auxílio desta atividade pedagógica que iremos conduzir todo o nosso trabalho dentro da sala de aula.
Desta forma, precisamos conhecer e refletir acerca do processo avaliativo escolar vigente em nossos estabelecimentos escolares, realizando estudos sobre os princípios teóricos que alicerçam a avaliação como prática educativa. Torna-se relevante também, reconhecer como a avaliação ocorre nos espaços escolares, destacando seu papel como instrumento de investigação e intervenção na aprendizagem escolar.
Atualmente, reconhecemos como de suma importância, o processo de autoria na aprendizagem, que pode ser fundamentado e trabalhado quando percebemos que o momento da avaliação oferece a todos os envolvidos no processo educativo, formas de reflexão sobre a própria prática. Por meio dela, o trabalho do professor pode ser direcionado às reais necessidades dos alunos, priorizando suas experiências pessoais e os conhecimentos acumulados em sua história pessoal.
É necessário observar que quando se tem o cuidado e a sensibilidade em identificar por que o aluno chegou ao erro, como ele está pensando, onde se perdeu, o que é necessário retomar, como retomar, que mudanças o farão identificar a falha e reorientar o processo, aí sim se caracteriza uma prática construtiva e colaborativa de crescimento na aprendizagem e, consequentemente, no ensino.

PROCESSO AVALIATIVO NA EDUCAÇÃO

O processo avaliativo está intimamente ligado à concepção de educação e de sociedade que o professor e a escola se encontram. A concepção epistemológica de aprendizagem do educador determinará suas práticas e estratégias de ensino em relação ao processo de aprendizagem. Assim a concepção e o objetivo da escola deve estar bem claro para os professores,alunos, pais e comunidade envolvida, pois assim se tornará mais fácil o processo ensino aprendizagem.
Temos que entender a avaliação como um processo continuo e evolutivo, não podendo ocorrer por etapas pré - determinadas como bimestre ou semestre, as reflexões sobre esses períodos de tempo são importantes para analisar o caminho percorrido pelos educando até aquele momento, e a partir dessas observações refletir sobre a sequência e continuidades das ações educativas do próprio professor.
A sociedade contemporânea exige do sistema de ensino uma preocupação voltada ao processo social, já que as evoluções tecnológicas e o mercado de trabalho exigem uma capacidade de resolver problemas com originalidade e criatividade distanciando-se do comodismo e utilizando a tecnologia como ferramenta de suporte de suas ações e criações.
Numa perspectiva educacional conhecida como tradicional, o professor optará pela avaliação quantitativa. Esse prática avaliativa não é ingênua e contribui para que se perpetue um modelo de sociedade conservador e excludente. Por esse prisma, a avaliação é vista como um instrumento qualificador, pois faz uso de instrumentos descontextualizados e que não valorizam o processo.
A avaliação é a forma materializada da interação de sucesso ou insucesso entre professor e aluno, pois a partir dela a observação de seus resultados o professor parte para a reorganização de métodos, caso perceba que a mesma não foi satisfatória. O papel preponderado á escola como a responsável a dar ascensão ou rebaixamento ao aluno, coloca uma sobrecarga muito grande na importância da avaliação,esta para ser mais eficaz possível deve ser feita em todos as ações pedagógicas diárias do aluno. pois assim se torna mais abrangente e menos excludente.A tradicional prova contendo perguntas e respostas, muitas vezes nem contextualizada e valorizando somente o que o aluno memorizou de uma aula expositiva dada pelo professor detentor do saber é uma ferramenta que dilacera o fundamento da avaliação, pois nestes moldes não cabe a interação que deveria ter ocorrido no decorrer do processo de ensino e aprendizagem.
Antunes (2002,p.32), ressalta que "o foco de uma avaliação jamais deve estar centrada no conteúdo trabalhado, mas na capacidade de contextualização revelada pelo aluno em aplicar os ensinamentos desse conteúdo em outros níveis de pensamento, outras situações e até mesmo outras disciplinas. A escola deve ser assim, um ensaio da vida social e a sala de aula, o local onde aprendemos como utilizar os conhecimentos adquiridos na sociedade.
A temática da avaliação, ainda nos leva a reflexões e a outras problemáticas existentes em todos os níveis de ensino, desde as concepções adotadas pelos educadores, à postura demonstrada pelos educandos e a pouca ou falta de interesse das instituições escolares em discutir e melhorar seu sistema avaliativo.
Por parte dos educadores, a avaliação é ainda muitas vezes realizada na sala de aula sem a construção de objetivos claros a serem alcançados, assim como as metas que este educador espera que seus alunos alcancem, tornando assim o processo um instrumento de poder que não revela ao próprio professor os pontos fortes e as deficiências de seu trabalho.
Por vezes muitos educadores, por falta de clareza de objetivos, fazem uso do processo avaliativo sob a forma de cobrança de conteúdos que foram aprendidos de forma mecânica e pouco participativa. Assim, a classificação dos alunos também se dá de forma automática: bons, ruins, aprovados ou reprovados.
A fase da avaliação não se caracteriza como um momento final do processo de aprendizagem, mas sim na fase em que é possível criar condições para novas aprendizagens e que o aluno a partir de seu nível de conhecimento, possa evoluir na construção de seu conhecimento.
Ao falarmos sobre avaliação, logo nos deparamos com uma série de questionamentos indagando se o aluno teve ou não um aprendizado satisfatório ou se superou a expectativa de desempenho definido pela escola, pelo currículo ou pelo professor. A partir daí, aparecem outras perguntas como se o aluno respondeu corretamente as atividades propostas, se seguiram o mesmo ritmo um dos outros alunos. Com isso, surgem o padrão de referência, ou seja, expectativas padronizadas consideradas corretas, como critérios de avaliação utilizados antigamente e utilizados até hoje para medir o aprender ou o não aprender do aluno.
Uma concepção mais ampla de avaliação procura abarcar formas de avaliar o aluno pautado em métodos de coleta e processamento de dados variados, superiores aos comumente utilizados. Quando se concebe a avaliação como um sistema de controle de qualidade é possível e produtivo monitorar cada passo do processo de aprendizagem do aluno e do ensino que o professor afetivamente realiza. Da mesma forma Demo (1998, p. 43) ensina que “[...] a avaliação deixa de ser um ato isolado, especial e com data marcada, para fazer parte natural do processo de orientação e convivência motivada do aluno”.
A avaliação, nessa perspectiva, permite proceder às reformulações, ainda no percurso, caso se perceba deficiências em algumas partes do processo, estas podendo ser corrigidas pelo professor, não esperando chegar ao final do ano.
Quando simplesmente quantifica, mensura, rotula, é um fim em si mesmo. Desse modo desvaloriza o saber, impede o diálogo, torna-se instrumento de controle e limitação tanto de alunos quanto de professores e, ainda, encara o erro do aluno como vilão.
Diante disso, devemos observar que o erro é fundamental no processo avaliativo, pois é nessa representação que o aluno dá indícios de como está seu processo de construção de conhecimento. Indica caminhos diferentes daqueles que o professor esperava. Diante do erro, professores devem buscar converter “o não saber, estático, negativo e definitivo, em não saber, provisório, relativo e potencial”. (ESTEBAN, 2001, p. 23).

AVALIAÇÃO COMO PRÁTICA EDUCATIVA

Segundo o dicionário, avaliação significa o ato de apreciação e estimação. Dentro do contexto educacional, avaliação é o ato de investigar a qualidade da aprendizagem, a fim de diagnosticar seus impasses e propor soluções satisfatórias. Portanto, a avaliação deve acontecer de maneira contínua e progressiva.
Para Luckesi (1999, p.43) “[...] o valor da avaliação encontra-se no fato do aluno tomar conhecimento de seus avanços e dificuldades.”. No entanto a visão distorcida da escola e principalmente dos professores com relação ao ensino-aprendizagem, bem como, a concepção equivocada que torneia as praticas avaliativas dos educadores que acaba por usar avaliação como medida de conhecimento e muitas vezes como instrumento de punição a indisciplina.
A avaliação, em si, é dinâmica e construtiva, e seu objetivo, no caso da prática educativa, é dar suporte ao educador (gestor da sala de aula), para que aja da forma o mais adequada possível, tendo em vista a efetiva aprendizagem por parte do educando. A ação pedagógica produtiva assenta-se sobre o conhecimento da realidade da aprendizagem do educando, conhecimento esse que subsidia decisões, seja para considerar que aprendizagem já está satisfatória, seja para reorientá-la, se necessário, para a obtenção de um melhor desempenho. (LUCKESI, 2011, p. 176)
Podemos observar que o autor aborda a avaliação da maneira como ela é comumente discutida em reuniões pedagógicas das escolas. Deve-se realizá-la, não como um objeto de castigo e repressão aos alunos, e sim como instrumento de reflexão para o fazer pedagógico e replanejamento de aulas. A avaliação é indispensável no cotidiano escolar, pois auxilia o professor a diagnosticar o andamento do educando.
O termo avaliação é muito amplo, pois avaliar não é apenas medir o que o educando sabe ou não sabe. Para que ela ocorra é preciso que haja observação, análise e promoção de melhores oportunidades de aprendizagem (ação). Podemos afirmar que o processo avaliativo é completo quando ocorrem essas três modalidades.
A observação do estudante é fundamental para que o professor consiga entender como ele está, ou não, aprendendo ou que estratégias utiliza. Analisa porque precisa compreendê-lo. Cada aluno tem suas especificidades no que diz respeito a sua formação social e cultural, e isso determina como interage e aprende no grupo. Cada aluno possui estratégias próprias de aprendizagem e o professor precisa oportunizar ações pedagógicas significativas para trabalhar o individual e o coletivo.
O ato de avaliar tem seu foco na construção dos melhores resultados possíveis, enquanto o ato de examinar está centrado no julgamento de aprovação ou reprovação. Por suas características e modos de ser, são atos praticamente opostos; no entanto, professores e professoras, em sua prática escolar cotidiana, não fazem essa distinção e, deste modo, praticam exames como se estivessem praticando avaliação. (LUCKESI, p. 05, 2002)
A avaliação educacional sempre precisará contar com uma variedade de recursos, fontes, dados e informações. Torna-se necessário recorrer na sua aplicação às mais diferentes estratégias, técnicas, instrumentos e medidas, e os resultados da aplicação serem analisados, interpretados e depois utilizados no sentido de melhoria de rendimento ou do desempenho do que é avaliado; no (re)planejamento e reconstrução das atividades educativas, inclusive da própria avaliação. (ANDRADE, 200?)


As mudanças de concepções acerca do processo avaliativo permeiam nosso fazer e cada vez mais, esta avaliação excludente e ameaçadora do passado, regride graças aos estudos e aos bons profissionais da educação, ou seja, aqueles que se dedica aos estudos, debates e que reflete sobre seu trabalho, enxerga seu aluno como um ser social e político, construtor do seu próprio conhecimento.
Neste contexto, o papel do educador será o de "mediador" entre o aluno e o conhecimento sistematizado que este necessita para deixar de ser um mero receptor de informações e o professor ter a oportunidade para abandonar o rótulo de “o dono do saber".
Sendo assim,a avaliação deve ter caráter orientador, cooperativo e interativo, onde os resultados obtidos no decorrer do trabalho conjunto entre professor e alunos são comparados com os objetivos propostos, a fim de identificar as dificuldades, os progressos e, também reorientar o trabalho docente.
Avaliar é muito mais que conhecer o aluno.É reconhecê-lo como uma pessoa digna de respeito e de interesse. O professor precisa estar preocupado com a aprendizagem desse aluno. Nesse sentido, o professor se torna um aprendiz do processo, pois se aprofunda nas estratégias de pensamento do aluno, nas formas como ele age, pensa e realiza essas atividades educativas. Só assim, é que o professor pode intervir, ajudar e orientar esse aluno. É um comprometimento do professor com a sua aprendizagem:tornar-se um permanente aprendiz da sua disciplina e dos próprios processos de aprendizagem. Por isso, a avaliação é um terreno bastante arenoso, complexo e difícil. Eu mudo como pessoa quando passo a perceber o enorme comprometimento que tenho como educador ao avaliar um aluno.
De acordo com Luckesi (2011, p.15):
A avaliação da aprendizagem só funcionará bem se houver clareza do que se deseja (projeto político-pedagógico), se houver investimento e dedicação na produção dos resultados por parte de quem realiza a ação (execução) e se a avaliação funcionar como meio de investigar e se, necessário, intervir na realidade pedagógica, em busca do melhor resultado. Sem esses requisitos, a prática pedagógica permanecerá incompleta e a avaliação da aprendizagem não poderá cumprir seu verdadeiro papel.
Nesse processo, a intervenção pedagógica, torna-se essencial à aprendizagem, uma vez que compete ao professor mostrar novas possibilidades ou utilizar recursos diferenciados para despertar a criatividade e o interesse dos alunos, não só em buscar o conhecimento, mas principalmente consolidar este conhecimento na prática em seu meio social.
Avaliar não é uma tarefa fácil, cada aluno tem seu tempo de aprender, não deve existir um padrão de aprendizagem. A avaliação deverá fazer parte sempre do planejamento e da proposta pedagógica.
De acordo com Hoffmann (2005, p.17):
Avaliação é, portanto, uma ação ampla que abrange o cotidiano do fazer pedagógico e cuja energia faz pensar o planejamento, a proposta pedagógica e a relação entre todos os elementos da ação educativa. Basta pensar que avaliar é agir com base na compreensão do outro, para se entender que ela nutre de forma vigorosa todo o trabalho educativo.
Luckesi, (2011) distingue a avaliação em duas modalidades: “avaliação de certificação e avaliação de acompanhamento de uma ação [...] a primeira encerra-se na qualificação do objeto, já a segunda acompanha uma atividade em sua dinâmica construtiva, tendo em vista a busca dos resultados desejados.”
Diante dessas especificações e esclarecimentos, relacionando-os à nossa prática de acordo com as necessidades e realidade de cada aluno, percebemos então que a forma mais adequada de avaliar está na segunda modalidade descrita por Luckesi.
A avaliação é indispensável no cotidiano escolar, pois auxilia o professor a diagnosticar o andamento do educando. O termo avaliação é muito amplo, pois avaliar não é apenas medir o que o educando sabe ou não sabe, para que a avaliação ocorra é preciso que haja a observação, análise e promover melhor oportunidades de aprendizagem (ação), podemos dizer que o processo avaliativo é completo quando ocorrem essas três modalidades. Pois o principal objetivo é promover melhores condições de aprendizagem e isso se faz com avaliação e intervenção pedagógica no tempo certo.
Portanto avaliar exige, além de sensibilidade, conhecimento, ética, vínculo, participação mútua, reflexão, foco na aprendizagem e, para isto, fazer quantas intervenções forem necessárias e possíveis para que efetivamente o aluno aprenda. Cabe ressaltar aqui que atividades instrutivas como siga o modelo, complete, arme e efetue não levarão nossos alunos a pensar o aprender, não os levarão à reflexão nem tampouco a sair de sua zona de acomodação. Segundo Hoffmann (2005), para este fim, faz-se necessário propor atividades desafiadoras que englobem desde os processos básicos de elaboração cognitiva quanto os mais elaborados. Caberá ao professor mediar as estratégias de resolução. Para esta autora, educar/avaliar parte de um diálogo contínuo, da convivência e da confiança mútua no crescimento de todos.

CONTEXTO ESCOLAR E AVALIAÇÃO

Dentro do contexto educacional a avaliação é um processo importantíssimo pois visa avaliar a qualidade do corpo discente e é através dela que o gestor escolar toma as decisões dentro do ambiente escolar. Para isso o educando é avaliado diariamente, pois segundo as normas e processos legais descritos pelo sistema nacional de ensino, nos regimentos escolares e nas propostas pedagógicas de cada instituição, incitam estratégias avaliativas para medir o grau de construção de conhecimento da criança.
O termo avaliação é muito amplo, pois avaliar não é apenas medir o que o educando sabe ou não sabe, para que a avaliação ocorra é preciso que haja a observação, análise e promover melhor oportunidades de aprendizagem (ação), podemos dizer que o processo avaliativo é completo quando ocorrem essas três modalidades. Pois o principal objetivo é promover melhores condições de aprendizagem e isso se faz com avaliação e intervenção pedagógica no tempo certo.
Essas avaliações vão de avaliação diagnóstica, no qual tem por objetivo medir o grau de conhecimento prévio do educando como: indicações sobre conhecimentos, aptidões, interesses, entre outros; avaliação formativa orienta e regula a prática pedagógica; e por fim a avaliação somativa, que ocorre ao fim de um processo educacional (ano, semestre, bimestre), tem por objetivo fazer um balanço somatório de uma ou várias sequências do trabalho de formação do educando.
Desta forma, segundo Hoffmann (2005) no ambiente escolar, o processo avaliativo pode ocorrer de diferentes formas. Destacamos então, a avaliação mediadora, que apresenta como características do avaliador a observação, a análise e a promoção de melhores oportunidades de aprendizagem.
Tanto aluno quanto professor tem sua capacidade de observar, absorver e operar sobre o mundo e produzir seus significados. No entanto, é papel do mediador buscar a convergência destes, aproximando-os do entendimento dos alunos por meio de processos diferenciados.Desse modo, precisamos utilizar muitos instrumentos avaliativos e não somente provas e testes que mais pontuam do que colaboram. Precisamos permitir as diferenças, ouvir nossos alunos, saber deles sobre eles, como pensam, como chagaram ao resultado apresentado, que caminho percorreram, por que escolheram este ou aquele caminho, entre tantos outros aspectos que não podem ser atingidos com instrumentos restritos e castradores.
O processo avaliativo gera informações constantes que servem para que professores (as) e “aprendentes” possam refletir e criar estratégias de superação dos seus limites e ampliar suas possibilidades, engendrando uma aproximação entre as formas de ensinar e os estilos de aprendizagem.
Assim, acreditamos que dentro do processo avaliativo o professor sempre deve ampliar seus instrumentos, recursos e principalmente sua forma de avaliar os alunos, compreendendo que cada aluno é único e precisa ser avaliado pensando no seu desenvolvimento como todo e não apenas numa nota apontada em uma avaliação.

APRENDIZAGEM, AUTORIA E AVALIAÇÃO

Os professores de uma escola devem visar a autoria e a compreensão dos conteúdos por parte de todos os envolvidos, e a avaliação é um instrumento importante para a conquista destes saberes, e esta deve coletar o maior número de informações possíveis, para que os professores sejam capazes de analisar e melhorar suas metodologias de ensino, contemplando se não todos a maioria dos alunos com estes saberes ensinados.
Segundo Silva, (2003):
[...] é imperativo lançar mão de um maior número de instrumentos avaliativos [...] Esta atitude possibilita coletar o máximo de informações possíveis em torno das aprendizagens e das histórias dos aprendentes e das intervenções e das posturas dos docentes. Por exemplo, restringir a avaliação aos testes finais e aos aprendentes implica não avaliar certos aspectos dos estudantes, como o desenvolvimento oral, a capacidade investigativa e a participação em trabalhos em grupo [...] não toma a intervenção didática como objeto da avaliação.
Intervir não significa apenas destacar o erro e apresentá-lo ao aluno como uma simples constatação a ser deixada para trás, mas sim instigar e possibilitar que o aluno a identifique onde e por que errou. Desse modo, o aluno não perde seu senso crítico, reflexivo e autor, afinal, a autoria pressupõe erros e acertos, mas é na superação do erro que ocorre as descobertas para a reconstrução e, consequentemente, o avanço, a aprendizagem significativa. Portanto, a avaliação, nas suas mais variadas formas e instrumentos deve promover este avanço.
Vale ressaltar aqui o quão difícil é o ato de avaliar. Por isso Demo, (2004) afirma que no âmbito educacional toda avaliação é: “injusta, incômoda, incompleta e ideológica”. Injusta por ser reducionista, pois não abrange toda a complexidade humana. Incômoda porque o poder sempre estará nas mãos do avaliador. Incompleta já que diante da dinâmica complexa da aprendizagem será impossível expressá-la em sua totalidade, seja qual for o indicador ou instrumento, por mais que busque a amplidão, sempre será incompleta. Por fim, ideológica, pois “não se pode camuflar a relação de poder entre o avaliador e o avaliado”. O contexto de poder é muito mais forte e mais amplo do que o contexto da aprendizagem, pois toda relação de poder está relacionada diretamente à política e suas entrelinhas. É lá que ficam seus verdadeiros interesses.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma mudança no processo de avaliação dos processos de aprendizagem segundo Fernandes (2003) exige uma concepção de aluno como um ser critico, criativo e participativo, com autonomia e capacidade de tomar decisões. A participação privilegiada, o dialogo, a autonomia, a reflexão tanto por parte dos professores quanto dos alunos também é exigida como parte fundamental do processo. Nesta visão a avaliação deixaria de ser vista como algo fora do processo de aprendizagem e de ensino e passaria a ser vista como propiciadora de aprendizagens e como parte integrante do curriculo escolar e consequentemente do planejamento em todas as suas etapas.
Façamos o melhor possível, por mais que tenhamos de atribuir uma nota, uma classificação ou promoção será muito mais justo que nossos alunos entendam esse processo, que não percam a certeza de que podem vencer obstáculos. Nunca seremos integralmente justos, mas podemos apontar possibilidades, resgatar a autoconfiança e a autoestima, assim pretendemos que se libertem dos rótulos e das classificações pontuais, mas que se percebam como sujeitos de sua própria história e transformação.
A avaliação é a reflexão transformada em ação. Reflexão permanente do professor sobre sua realidade, e acompanhamento, passa a passo, do educando. Um processo interativo, através do qual educando e professores aprendem sobre si mesmos e sobre a realidade escolar no ato da própria avaliação.
A avaliação dentro do contexto escolar é ainda muito contraditória, visto que segundo especialistas como Hoffmann 2005, avaliar é algo processual e contínuo, não podendo ser tomado como avaliação uma lista de exercícios que o professor corrigi ou uma avaliação que o professor aplica no final de cada bimestre, esses são considerados apenas instrumentos de avaliação. Para Hoffmann 2005 Avaliar implica “observar o aprendiz, analisar e compreender suas estratégias de aprendizagem e tomar decisões pedagógicas favoráveis a continuidade do processo.” A avaliação é um processo de caráter “singular” no que diz respeito aos alunos, cabendo ao professor avaliar cada aluno dentro do seu contexto e de acordo com suas particularidades em relação à aprendizagem.
Porém, o que vemos no contexto escolar são avaliações externas que se compõe de uma lista de exercícios, igual para todos os alunos, e que através dessa a aprendizagem é avaliada. Para que o aluno ingresse em uma universidade ou seja aprovado em qualquer concurso público, é à ele aplicada uma “avaliação” do seu aprendizado anterior, com novamente uma lista de exercícios . A avaliação deve visar o aprendizado do aluno, zelar pelo seu crescimento, nortear o professor em suas estratégias pedagógicas.

REFERÊNCIAS

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HOFFMANN, Jussara. Avaliação formativa ou avaliação mediadora? In: _______. O jogo do contrário em avaliação. Porto alegre: mediação, 2005, p 13 a 23.

LUCKESI,Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem componente do ato pedagógico. 1 ed., São Paulo: Cortez,2011.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem na escola e a questão das representações sociais. Eccos Revista Científica, vol. 4, fac. 02, Universidade Nova de Julho, São Paulo, pág. 79 a 88. Eccos revista científica, São Paulo, v. 4, n. 2, p. 79-88, 2002.

SILVA, Janssen Felipe; HOFFMANN, Jussara; ESTEBAN, Maria Teresa. Práticas avaliativas e aprendizagens significativas: em diferentes áreas do currículo. Porto Alegre. Mediação, 2003.

DEMO, Pedro. Ser professor é cuidar que o aluno aprenda. Porto Alegre. Mediação, 2004.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola À Universidade. 14ª ed. Porto Alegre: Mediação, 1998.

LUCKESI, Cipriano Carlos, Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições, 4a ed. São Paulo, Cortez,

PERRENOUD, PHILIPPE, Entre duas lógicas, da excelência à regulação das aprendizagens, porto alegre, Artmed, 1999.

FERNANDES, Claudia de Oliveira. Praticas avaliativas e aprendizagens significativas; em diferentes áreas do curriculo/Organizadores Janssen Felipe da Silva, Jussara Hoffmann, Mara Tereza Esteban- Porto Alegre: Mediação,2003

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