A WEB 2.0 como um espaço de autoria e aprendizagem na educação

De Wiki_Semed

Edição feita às 06h40min de 7 de setembro de 2012 por Weruskadutra (disc | contribs)

Tabela de conteúdo

INTRODUÇÃO

Podemos afirmar que a produção do conhecimento por meio das tecnologias é um assunto bem debatido dentro do ambiente escolar atualmente, contudo a utilização dessas ferramentas por parte do professor ainda tem causado certa "timidez" no momento de planejar suas ações pedagógicas. Virilio (1993, p. 12) coloca que "na atualidade, o que se desloca é a informação. E desloca-se em dois sentidos: o primeiro da espacialidade física em tempo real, sendo possível acessá-la por meio das tecnologias midiáticas de última geração. O segundo, por sua alteração constante, pelas transformações permanentes, por sua temporalidade intensiva e fugaz".

Diante disso podemos explicar como os nossos alunos ficam ansiosos em aprender utilizando as novas tecnologias e o quão decepcionado ficam ao estudar pelos mesmos métodos que nossos pais e avós aprendiam. Hoje os alunos podem pesquisar, trocar experiências, se relacionar e aprender tudo ao mesmo tempo e, isso pode ser proporcionado em um espaço muito amplo a Web 2.0, por meio de recursos Wikis por exemplo, ou até mesmo através de sites onde o professor coloca textos, vídeos e links que podem gerar temas para reflexão e comentários posteriores havendo interação entre os educando.

Nessa direção acreditamos que devido a evolução tecnológica no século XXI, os métodos de ensino e aprendizagem cooperativa são de grande valia, pois possibilitam que os envolvidos se beneficiem de todo o processo pedagógico.

Sob essa perspectiva Kenski (2003, p.5) escreve que "as tecnologias redimensionaram o espaço da sala de aula em pelo menos dois aspectos. O primeiro diz respeito a possibilidade de acesso a outros locais de aprendizagem –com os quais alunos e professores podem interagir e aprender e um segundo aspecto é o próprio espaço físico da sala de aula que se altera".

Como adverte Simão (2006, p. 149) “A designação de Web 2.0 não é inocente e segue toda a terminologia usada para actualizações (update) e evoluções (upgrade) de programas informáticos”. Como então utilizar este recurso com nosso alunado? Como então fazer com que ele consiga se adaptar a esta nova ferramenta: pesquisar, interagir e colaborar? Devemos inicialmente mostrar que a Web 2.0 significa desenvolver aplicativos que utilizem a rede como uma plataforma. A regra principal é que esses aplicativos devem aprender com seus usuários, ou seja, tornar-se cada vez melhores conforme mais e mais gente os utiliza. Web 2.0 significa usar a inteligência colectiva” (Bergman, 2007).

Colaboração é a palavra-chave da Web 2.0, é possível não apenas acessar o conteúdo, mas também transformá-lo, “reorganizando, classificando, compartilhando” e, principalmente, possibilitando a aprendizagem cooperativa, conceituada por Pierre Lévy (1999), como Inteligência Coletiva. Para que isso ocorra o professor deve mediar o conhecimento e não oferecê-lo pronto e acaba. O objetivo com esse novo modo de agir é fazer com que os alunos sejam capazes de produzir seu próprio conhecimento, de modo que ele seja o autor.

A contemporaneidade tecnológica se apresenta como uma alavanca nesse processo, onde escolas e seus professores necessitam fazer uso, lançar mãos desses diferentes instrumentos que podem contribuir, e muito, com as práticas educacionais pedagógicas.

O Editor de Texto Coletivo (ETC) tem como objetivo proporcionar um ambiente capaz de dar suporte à escrita cooperativa/colaborativa através da Web 2.0.

Logo, foi criado em espaço virtual para que usuários a distância possam elaborar textos de forma [síncrona][1] e/ou [assíncrona][2]. Tanto a concepção quanto a elaboração do editor apoiou-se numa perspectiva de construção do conhecimento e coordenação de ações baseadas na teoria piagetiana (Piaget, 1995; 1973). Suas ferramentas foram planejadas para apoiar este paradigma a fim de promover a escrita coletiva.

Apesar de contar com pouco apoio, um dos mecanismos que se tem mostrado extremamente útil para gestão de sala de aula que corresponda à diversidade natural que a define é a aprendizagem cooperativa. Muitos autores, têm apresentado aaprendizagem cooperativa como poderoso recurso de atenção à diversidade.

A aprendizagem cooperativa é uma metodologia que transforma aheterogeneidade, isto é, as diferenças entre os alunos – que, logicamente, encontramos em qualquer grupo – em um elemento positivo que facilita oaprendizado. Na verdade, os métodos de aprendizagem cooperativa não tiram partido apenas das diferenças entre os alunos, mas muitas vezes precisam delas. A diversidade, inclusive a de níveis de conhecimento – que tanto incomoda o ensino tradicional e homogeneizador – é vista como algo positivo que favorece o trabalho docente.

Por outro lado, hoje em dia sabemos que a potencialização das interações entre os alunos, favorecida pelo trabalho cooperativo, é um motor para aprendizagem significativa.

Isso situa como um recurso metodológico básico para um ensino de qualidade.

Assim mesmo sendo muito interessante o trabalho com a Web 2.0 com vistas na aprendizagem, muitos professores sequer sabem o que significa, portanto se faz necessário a popularização desse novo modo de produzir conhecimento, que segundo Tim O’ Reilly (2012),tem uma característica dinâmica, interativa, flexível para os conteúdos e publicações, podendo ser editada tanto por profissionais da área como pelos próprios usuários, tendo como principal característica o aproveitamento da inteligência coletiva.

A mais conhecida e compartilhada Web 2.0 é a Wikipédia, que traz um contexto de enciclopédia, onde suas informações são disponibilizada e podem ser editadas por qualquer usuário. Também temos os blogs, os mash-ups, entre outros.

Alguns estudiosos discordam da tendência Web 2.0, por acharem as informações não confiáveis, devido ao acesso livre e de fácil alteração, mas o crescimento da procura e criação de sites e serviços que exploram a Web 2.0, comprovam a sua funcionalidade no ambiente virtual. Vale ressaltar que inúmeros trabalhos postados na Web 2.0 são de referências e confiabilidade relevante, propiciando a socialização de trabalhos acadêmicos antes relegados somente as bibliotecas das instituições de ensino, ou seja, que a produção científica e outras atividades transcendam aos muros das academias.

EDUCAÇÃO PELA WEB 2.0

A utiização das tecnologias nas escolas não é algo recente, pois podemos cosiderar como tecnologia toda e qualquer ferramenta que facilite no desenvovimento de atividades, o quadro eo giz pode ser considerada uma tecnologia, pois durante muito tempo veio a somar com o trabalho dos educadores.

Mas a evolução tecnológica exige uma atenção especial, pois as ferrametas evoluem rapidamente e temos que estar antenados e preparados para receber essas mudanças e adequa-las no nosso ambiente de trabalho.

Dentre essas tecnologias, detacam-se o computador e a internet, pois o computador ligado a internet não é algo isolado, está interligado as redes podendo compartilhar informações com várias pessoas ao mesmo tempo, e uma ferramenta que se destaca nesse cenário é a web 2.0.

A web 2.0 é uma ótima ferramenta para ser utilizada por professores e alunos, haja vista que podemos compartilha qualquer produção com qualquer pessoa em qualque lugar, o educador tem que rever suas práticas e refletir sobre as mudanças de hábitos e comportamentos na sociedade atual.Temos que nos apropriar das tecnologias atuais, trabalhando como um mediador na construção de conhecimentos, transformar o aluno num ser pensante e motivado para a troca de experiência.

A web 2.0 é uma nova versão da internet para a grande rede.O objetivo é o compartilhamento de informações, tornando quem frequenta parte da construção coletiva.A partir disso surgiram as novas ferramentas como blogs, wikis,redes sociais.

Outro recurso muito interessante nessa nova era tecnológica são os aplicativos da web. Estes aplicativos são programas as funções de softwares,porém os dados precisam ser baixados de um servidor. O que facilita, pois os dados não precisam ser instalados, como se fosse uma plataforma.

É importante ainda ressaltar, o quanto esta ferramenta auxilia nas produções de textos, na troca de conhecimentos e na construção coletiva. Quando o aluno pode expor o seu conhecimento através de um texto on-line, ele sente sua importância em relação a sociedade, e valorização na sua aprendizagem. Vale lembrar que a Web 2.0 deve ser utilizada com propósitos e objetivos centrais, para não se tornar uma ferramenta qualquer.

A perspectiva de desenvolvimento deste Editor entende o coletivo a partir da articulação de habilidades interpessoais. Isto é, os sujeitos atuam como parceiros no processo de aprendizagem a fim de alcançar um objetivo comum. Neste momento dinâmico de troca por meio da Web 2.0, a interação é vista como um processo coletivo de troca, onde o sujeito modifica suas estruturas cognitivas e pode vir proporcionar a modificação das estruturas dos outros. É através das interações por meio da Web 2.0 que o sujeito desencadeia um processo interno de construção e reconstrução do conhecimento. Segundo Demo, (2010) a desconstruir e reconstruir do conhecimento emerge como habilidade incisiva, expressando o desafio de pensar criticamente e aprender autonomamente, para se possível reconfigurar conhecimento para situações novas e surpreendentes.

Já para o Professor ela pode auxiliar em vários aspectos, com divulgação de trabalhos, elaboração de textos, troca de experiências,exibições de links, o que torna um diferencial nas aulas, independente da disciplina em que for utilizada. Um dos melhores exemplos da web 2.0 é a Wikipedia. Uma enciclopédia online, onde qualquer pessoa pode alterar,acrescentar,melhorar qualquer verbete. Tornando-se um ambiente colaborativo.

Dessa forma, qualquer pessoa com acesso a Internet pode se beneficiar deste recurso tendo a sua disponibilidade diferentes conteúdos educacionais, que muitas vezes se complementam e facilitam a compreensão da matéria. Além disso, os próprios usuários podem criar conteúdos multimídias e disponibilizá-los para na rede. Ao receber o conteúdo, a rede pode avaliá-lo, fazer comentários (tanto para o criador como para outros usuários), ou propor formas de melhorar o conteúdo, ou seja, tanto os receptores da informação quanto os produtores estão continuamente avaliando e melhorando o conteúdo disponível.

Trabalhar com essa ferramenta é um mundo de constante criação e de novas descobertas.E a cada dia vão surgindo novas ferramentas de colaboração, com novos recursos, com mais funções e com muitas curiosidades. Devemos usar essa nova plataforma da web para melhorar nosso planejamento, atingindo sempre nossos objetivos e principalmente que o aluno tenha um aprendizado significativo.

APRENDIZAGEM E AUTORIA POR MEIO DA WEB 2.0

Uma das questões que se torna importante quando se trata de web 2.0 é a da autoria. De quem é esse texto? Quem o escreveu? E é seu o crédito por esse texto? Ou ainda, quanto vale o crédito por uma obra? Mas esta questão não é nova nas áreas das ciências humanas. Veja-se um exemplo com a literatura, os poemas épicos Ilíada e Odisseia não são de autoria de Homero, pertenciam a tradição oral grega e foram eternizados pelo estilo deste autor, que de certa forma os aprimorou e os canonizou. 0utra questão que devemos pensar é que a autoria de um texto só se tornou importante no século XIX com o movimento de mercantilização dos conhecimentos em que os autores passaram a ganhar crédito por suas obras e muitas vezes o autor tornou-se até mesmo mais importante que a própria obra. Entretanto, devemos questionar o que é mais importante: o autor e suas ideias ou as ideias específicas daquela obra? O autor poderia mudar seu pensamento e aprimorá-lo? Se assim o for, aquela obra assinada deixaria de fazer parte do seu conjunto de ideias simplesmente por ter sido ultrapassada por ele mesmo? E ainda, na mesma escala de valor, aquela obra não poderia ainda ter utilidade como fonte de conhecimento simplesmente porque seu autor a renovou? Muitas outras questões poderiam ser colocadas quando se trata da autoria de um texto, visto que é uma questão da importância que se dá ora para a obra ora para o autor, por isso, deve-se levar em conta que a web 2.0 fará com que essas e outras questões de autoria retornem para o centro das atenções dos estudos das ciências humanas, das questões mercadológicas e da maneira como se produz o conhecimento.

E é exatamente quando se toca nesse ponto que a educação entra no bojo da discussão. No processo de desenvolvimento e de aprendizagem do aluno é solicitado que ele seja produtor do texto e do conhecimento, visto que a antiga e tradicional centralização da verdade em torno da figura do professor deixa de fazer sentido com a grande quantidade de informação disponível a um clique de qualquer pessoa, mas como ele pode ser o produtor de um conhecimento se ele mesmo está com sua formação em processo? Quais conhecimentos ele poderia produzir se ainda não tem uma formação específica em qualquer área? A construção desse conhecimento se daria por meio da pesquisa do tema a qual foi proposto, e isso não seria a cópia de um amontoado de texto ou mesmo a colagem de diversos textos num único resumo feito pelo aluno? Isso é produzir conhecimento? Aparentemente não, esse processo só faz com que o aluno ganhe independência, ele pode não produzir o conhecimento como um cientista ou mesmo um teórico, mas ele sabe que há ferramentas para que ele possa adquirir uma informação ou outra e, a partir disso, poderá vir a produzir conhecimento, em seu sentido literal.

Portanto, quando o aluno lê e até mesmo copia uma parte para dentro de seu texto, muitas vezes acusam-no de plágio, segundo a própria lei que protege a propriedade intelectual, mas não seria esse o gesto de todo e qualquer pesquisador quando faz sua pesquisa bibliográfica ao amontoar dezenas de citações? A única diferença é que o aluno ainda não sabe dar o crédito àquele que escreveu essa ideia primeiro que os outros. O conhecimento só é produzido a partir de uma ideia anterior, os questionamentos só podem surgir nessa dinâmica de confirmação e recusa de ideias anteriores, processo este que o aluno precisa aprender e só vai fazê-lo quando ganhar autonomia para produzir seu conhecimento a partir de sua experiência de vida e de aprendizagem.

Dessa forma, pode-se perceber que o uso das ferramentas da Web 2.0 pode trazer diversos benefícios adicionais ao ensino tradicional, principalmente por permitir novas práticas pedagógicas e formas de aprendizagem mais ativas e interativas na qual o próprio aluno pode ser o responsável por criar conteúdo e ferramentas que facilitem/auxiliem o aprendizado.

As tecnologias digitais são, sem dúvida, recursos muito próximo dos alunos, pois a rapidez de acesso às informações, a forma de acesso [randômico] [3], repleto de conexões, com incontáveis possibilidades de caminhos a se percorrer, como é o caso da internet, por exemplo, estão muito mais próximos da forma como o aluno pensa e aprende.

A web 2.0 está mudando uma das categorias que sustentou o mundo moderno: a de que uma pessoa cria e se torna dono de uma ideia simplesmente porque a assinou. A ideia de autor, desse modo, precisa ser repensada. O autor deve deixar de tratar sua escrita com uma atitude paternal, sua obra não faz parte de sua progênie. Seu gesto deve ser de entregar sua escrita para o mundo e deixar que ela sozinha se fixe ou se transforme pelo olhar do outros, alimentando um ciclo virtuoso de produção e enriquecimento do conhecimento, seria criar uma nova lógica das heranças onde não há um único herdeiro, mas sim todos receberiam as heranças do conhecimento simplesmente porque ele pertence a todos.

CONTEXTO ESCOLAR E A WEB 2.0

Há muito tempo sabe-se que a motivação dos alunos é fundamental para o desenvolvimento educacional. Todos nós já participamos de trabalhos em grupos quem nunca fez cartazes em escolas, ou mesmo divisões simples de tarefas para realizar uma tarefa educacional. Agora esses trabalhos são feitos através da internet.

O trabalho em grupo permite celebrar a diversidade e adquirir habilidades e atitudes sociais básicas e funcionais para o funcionamento democrático e para a socialização do conhecimento.

É a interação entre iguais que produz uma melhora da comunicação e o conflito cognitivo é determinante para que o sujeito possa reexaminar as suas ideias e transforma-las e assim receber um retorno dos demais.

Devemos perceber que é na relação de interação social que o estudante desenvolve maior interesse pelo aprendizado e uma das formas para apoiar o ensino-aprendizagem a se tornar mais atrativo são as tecnologias (computador, internet, vídeos e, etc).

É diante desse contexto, que a Web 2.0 é uma oportunidade de aprendizagem significativa no ambiente escolar, pois pode contribuir para melhoria da qualidade de ensino e atenuar a separação entre a escola e o meio envolvente, cada vez mais dominado pelo acesso aos serviços proporcionados através da internet. Tratar de tecnologias na escola engloba, na verdade, a compreensão dos processos de gestão de tecnologias, recursos, informações e conhecimentos que embarcam relações dinâmicas e complexas entre parte e todo, elaboração e organização, produção e manutenção (ALMEIDA, 2005).

A Web 2.0 é uma tecnologia que tem um potencial maravilhoso, pois pode criar ambientes de aprendizagens inovadores e surpreendentes para os alunos. Os blogs, os wikis e ainda os podcasts são as ferramentas da Web 2.0 mais difundidas e utilizadas em contextos educativos. O aluno dessa geração gosta do que é novo, ele precisa ser desafiado.

É nesta perspectiva, que as ferramentas da Web 2.0 se tornaram uma plataforma de produção poderosa. Com a integração dessas varias ferramentas existentes na Web no cotidiano escolar acaba favorecendo ao aluno um envolvimento no processo de ensino e aprendizagem, o que o torna produtor do seu próprio conhecimento.

Realmente, é necessário explorar o máximo as potencialidades que a Web 2.0 tem a oferecer, não somente os alunos, mas também os professores e toda unidade escolar. O contexto educacional precisa se adaptar a essa nova geração, precisa renovar, porque “Uma escola que se fecha não está em condições de aprender, nem de se desenvolver.” (Guerra, 2001: 60).

PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO

Em um mundo onde as fontes de informação são cada vez mais amplas e acessíveis, faz-se necessário possibilitar uma educação de qualidade a seus alunos, e para que isto aconteça o trabalho começa na gestão escolar. Durante muito tempo a escola ficou estacionada. A avaliação era usada para medir e rotular os alunos, classificando entre os bons e os que não sabiam muita coisa. Atualmente avaliar é uma importante ferramenta para o professor alcançar seus objetivos e oferecer alternativas quando a avaliação não for satisfatória. Como ponto de partida, temos o planejamento educacional que surgiu da necessidade, quando a questão escolar transformou-se em uma questão política. A idéia de planejar é projetar, organizar os objetivos da escola para aquele ano que se inicia. O ato de planejar é a atividade intencional pela qual se projetam fins e se estabelecem meios para atingi-los. Por isso, não é neutro, mas ideologicamente comprometido. Na escola como um todo não há critérios definidos, cada um segue um rumo, um método, ou um palpite. Ás vezes, esta avaliação se resume a um simples teste de capacidade do aluno de reproduzir ou assimilar conteúdo. Segundo Cervi (2008), a avaliação deve ser feita com objetividade, sabendo aonde se quer chegar em termos de eficiência, eficácia, efetividade, relevância e pertinência, sendo um processo de coleta de informações confiáveis com o objetivo de formar um juízo de valor sobre o que foi avaliado. Então, planejar é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social, deve-se evitar a improvisação e estabelecer um conjunto de ações coordenadas entre si, que concorrem para a obtenção de um certo resultado desejado. Para tanto, a atividade de planejar deve ser o resultado da contribuição de todos aqueles que compõem o corpo profissional da escola. De acordo com Vasconcellos (2000), a avaliação deveria ser vista como meios de buscar melhorias nas escolas, mas infelizmente não é isto que acontece. A avaliação acabou tornando-se o objetivo deste processo, na prática dos alunos e da escola, pois esta que deveria ser um acompanhamento do processo educacional, agora findou-se no desmerecido ditado popular: “o famoso estudar para passa”, proporcionando uma inversão de papéis.

A conexão entre planejar e avaliar O planejar e o avaliar estão interligados. Enquanto o planejamento é o ato pelo qual decidimos o que construir, a avaliação é o ato crítico que nos subsidia na verificação de como estamos construindo o nosso projeto. Portanto a avaliação não existe se não for prevista no planejamento. Contudo, avaliar não deve ser seletiva, conteudista, de maneira fechada, sem questionamentos. Antes de avaliar devemos tomar o conhecimento da realidade a qual estamos inseridos, da nossa clientela, da comunidade, da sua realidade. E antes de direcionar e dar qualquer passo, necessitamos responder algumas questões: O que queremos de nossos alunos e da nossa Escola? Onde nós, enquanto escola, estamos errando? Qual o motivo de tanta reprovação e evasão? Com estas respostas podemos nortear os objetivos, organizar o planejamento e buscar através da avaliação o que necessitamos para mudar e direcionar no intuito de melhorias educacionais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É inegável o grande avanço da humanidade seguido de seus recursos tecnológicos, que paralelamente seguiu o desenvolvimento e evolução conforme as novas necessidades do homem moderno foram surgindo. Essas novas tecnologias possibilitou e ainda possibilita a interação entre as pessoas e seus processos de ensino-aprendizagem. E uma das ferramentas tecnológicas apresentadas aqui, é a Web 2.0, que através da sua conecção na internet é viável a construção de textos coletivos sem a necessidade da presença física dos colaboradores (co-autores).

Pensando no âmbito educacional, a web 2.0 vem a ser de grande valia para a exposição das idéias e conhecimentos da coletividade. Estimulando a pesquisa, a autonomia, cooperação, a criatividade e a crítica do alunato, e porque não também dos professores envolvidos.

Esta característica de dinamismo de conteúdos, agrega os alunos ao objetivo em comum, dando um diferencial para esse processo de ensino-aprendizagem. Esta ferramenta, não deixa de ser, mais um modo de mediação por parte dos professores para com seus alunos, onde junto vai participar dessa construção, desconstrução e reconstrução do conhecimento.

O texto coletivo produzido passa a ser teorias de várias cabeças pensantes, trazendo suas próprias experiencias de vida e de pesquisa, transformando-o mais fundamentado e dinâmico. Caindo por terra, a ideia de um único autor para teses de estudos. Mostra o quando cada co-autor tem muito a contribuir e o quanto a coletividade funciona melhor de um só. Portanto, a autoria de um texto, não fica mais resignado a somente um pesquisador e escritor, passa a ser uma inteligência coletiva.

Diante disso, a modernidade nos conduz a pensar que tudo está relacionado, interconectado, em interação constante e em processo de transformação. Dessa forma, o processo de ensino-aprendizagem frente aos expressivos avanços tecnológicos necessita considerar as necessidades de uma educação permanente, a produção compartilhada de conhecimentos, a autonomia, a interação e interatividade.

Assim, ao entendermos que a educação precisa problematizar o saber, contextualizar os conhecimentos, colocá-los em perspectiva, para que os alunos possam apropriar-se deles e aplicá-los em outras situações. Percebe-se, que os recursos de interatividade quando bem programados, fazem com que seus usuários construam e (re) construam conceitos a partir do contato com o outro e com recursos reflexivos como fóruns, wikis, diários de bordo, com a capacidade de instigar ao aluno a construção do texto próprio.

Ao final dessa construção coletiva de texto, o professor pode avaliar o quanto cada co-autor andou no seu processo de desenvolvimento, o quanto próximo ele se encontra dentro da sua autonomia. Percebendo que seu objetivo educacional foi proveitoso e absorvido pelos alunos.

Contudo, não devemos esquecer que essas novas tecnologias estão ai para facilitar o fazer pedagógico do professor, oportunizando metodologias diferenciadas e mais significativas, e que Segundo Demo (2010) poderemos formar alunos autores da sua própria história.

Desta forma entre os inúmeros adeptos da Web 2.0 devemos inscrever-nos enquanto professores, já que muitos dos nossos alunos dominam estes serviços, utilizando-os como ferramentas originais para a comunicação. São precisamente estas ferramentas da Web 2.0 que, integradas na sala de aula, podemos incentivar a contemplar a escola, não como um local que se fecha ao mundo exterior, mas como um espaço onde o conhecimento se constrói numa combinação subtil entre o formal e o informal entre a aprendizagem e o divertimento.

REFERÊNCIAS

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