A WEB 2.0 como um espaço de autoria e aprendizagem na educação

De Wiki_Semed

Edição feita às 00h41min de 5 de setembro de 2012 por Marcelonicoleti (disc | contribs)

Tabela de conteúdo

INTRODUÇÃO

Podemos afirmar que a produção do conhecimento por meio das tecnologias é um assunto bem debatido dentro do ambiente escolar atualmente, contudo a utilização dessas ferramentas por parte do professor ainda tem causado certa "timidez" no momento de planejar suas ações pedagógicas. Virilio (1993, p. 12) coloca que "na atualidade, o que se desloca é a informação. E desloca-se em dois sentidos: o primeiro da espacialidade física em tempo real, sendo possível acessá-la por meio das tecnologias midiáticas de última geração. O segundo, por sua alteração constante, pelas transformações permanentes, por sua temporalidade intensiva e fugaz".

Diante disso podemos explicar como os nossos alunos ficam ansiosos em aprender utilizando as novas tecnologias e o quão decepcionado ficam ao estudar pelos mesmos métodos que nossos pais e avós aprendiam. Hoje os alunos podem pesquisar, trocar experiências, se relacionar e aprender tudo ao mesmo tempo e, isso pode ser proporcionado em um espaço muito amplo a Web 2.0, por meio de recursos Wikis por exemplo, ou até mesmo através de sites onde o professor coloca textos, vídeos e links que podem gerar temas para reflexão e comentários posteriores havendo interação entre os educando.

Nessa direção acreditamos que devido a evolução tecnológica no século XXI, os métodos de ensino e aprendizagem cooperativa são de grande valia, pois possibilitam que os envolvidos se beneficiem de todo o processo pedagógico.

Sob essa perspectiva Kenski (2003, p.5)) escreve que "as tecnologias redimensionaram o espaço da sala de aula em pelo menos dois aspectos. O primeiro diz respeito a possibilidade de acesso a outros locais de aprendizagem –com os quais alunos e professores podem interagir e aprender e um segundo aspecto é o próprio espaço físico da sala de aula que se altera".

Colaboração é a palavra-chave da Web 2.0, é possível não apenas acessar o conteúdo, mas também transformá-lo, “reorganizando, classificando, compartilhando” e, principalmente, possibilitando a aprendizagem cooperativa, conceituada por Pierre Lévy (1999), como Inteligência Coletiva. Para que isso ocorra o professor deve mediar o conhecimento e não oferecê-lo pronto e acaba. O objetivo com esse novo modo de agir é fazer com que os alunos sejam capazes de produzir seu próprio conhecimento, de modo que ele seja o autor.

A contemporaneidade tecnológica se apresenta como uma alavanca nesse processo, onde escolas e seus professores necessitam fazer uso, lançar mãos desses diferentes instrumentos que podem contribuir, e muito, com as práticas educacionais pedagógicas.

Apesar de ser muito interessante o trabalho com a Web 2.0 com vistas na aprendizagem, muitos professores sequer sabem o que significa, portanto se faz necessário a popularização desse novo modo de produzir conhecimento, que segundo Tim O’ Reilly (2012),tem uma característica dinâmica, interativa, flexível para os conteúdos e publicações, podendo ser editada tanto por profissionais da área como pelos próprios usuários, tendo como principal característica o aproveitamento da inteligência coletiva.

A mais conhecida e compartilhada Web 2.0 é a Wikipédia, que traz um contexto de enciclopédia, onde suas informações são disponibilizada e podem ser editadas por qualquer usuário. Também temos os blogs, os mash-ups, entre outros.

Alguns estudiosos discordam da tendência Web 2.0, por acharem as informações não confiáveis, devido ao acesso livre e de fácil alteração, mas o crescimento da procura e criação de sites e serviços que exploram a Web 2.0, comprovam a sua funcionalidade no ambiente virtual. Vale ressaltar que inúmeros trabalhos postados na Web 2.0 são de referências e confiabilidade relevante, propiciando a socialização de trabalhos acadêmicos antes relegados somente as bibliotecas das instituições de ensino, ou seja, que a produção científica e outras atividades transcendam aos muros das academias.

EDUCAÇÃO PELA WEB 2.0

A web 2.0 é uma ótima ferramenta para ser utilizada por professores e alunos, haja vista que podemos compartilha qualquer produção com qualquer pessoa em qualque lugar, o educador tem que rever suas práticas e refletir sobre as mudanças de hábitos e comportamentos na sociedade atual.Temos que nos apropriar das tecnologias atuais, trabalhando como um mediador na construção de conhecimentos, transformar o aluno num ser pensante e motivado para a troca de experiência.

É importante ainda ressaltar, o quanto esta ferramenta auxilia nas produções de textos, na troca de conhecimentos e na construção coletiva. Quando o aluno pode expor o seu conhecimento através de um texto on-line, ele sente sua importância em relação a sociedade, e valorização na sua aprendizagem. Vale lembrar que a Web 2.0 deve ser utilizada com propósitos e objetivos centrais, para não se tornar uma ferramenta qualquer.

Já para o Professor ela pode auxiliar em vários aspectos, com divulgação de trabalhos, elaboração de textos, troca de experiências,exibições de links, o que torna um diferencial nas aulas, independente da disciplina em que for utilizada.

APRENDIZAGEM E AUTORIA POR MEIO DA WEB 2.0

Uma das questões que se torna importante quando se trata de web 2.0 é a da autoria. De quem é esse texto? Quem o escreveu? E é seu o crédito por esse texto? Ou ainda, quanto vale o crédito por uma obra? Mas esta questão não é nova nas áreas das ciências humanas. Veja-se um exemplo com a literatura, os poemas épicos Ilíada e Odisseia não são de autoria de Homero, pertenciam a tradição oral grega e foram eternizados pelo estilo deste autor, que de certa forma os aprimorou e os canonizou. 0utra questão que devemos pensar é que a autoria de um texto só se tornou importante no século XIX com o movimento de mercantilização dos conhecimentos em que os autores passaram a ganhar crédito por suas obras e muitas vezes o autor tornou-se até mesmo mais importante que a própria obra. Entretanto, devemos questionar o que é mais importante: o autor e suas ideias ou as ideias específicas daquela obra? O autor poderia mudar seu pensamento e aprimorá-lo? Se assim o for, aquela obra assinada deixaria de fazer parte do seu conjunto de ideias simplesmente por ter sido ultrapassada por ele mesmo? E ainda, na mesma escala de valor, aquela obra não poderia ainda ter utilidade como fonte de conhecimento simplesmente porque seu autor a renovou? Muitas outras questões poderiam ser colocadas quando se trata da autoria de um texto, visto que é uma questão da importância que se dá ora para a obra ora para o autor, por isso, deve-se levar em conta que a web 2.0 fará com que essas e outras questões de autoria retornem para o centro das atenções dos estudos das ciências humanas, das questões mercadológicas e da maneira como se produz o conhecimento.

E é exatamente quando se toca nesse ponto que a educação entra no bojo da discussão. No processo de desenvolvimento e de aprendizagem do aluno é solicitado que ele seja produtor do texto e do conhecimento, visto que a antiga e tradicional centralização da verdade em torno da figura do professor deixa de fazer sentido com a grande quantidade de informação disponível a um clique de qualquer pessoa, mas como ele pode ser o produtor de um conhecimento se ele mesmo está com sua formação em processo? Quais conhecimentos ele poderia produzir se ainda não tem uma formação específica em qualquer área? A construção desse conhecimento se daria por meio da pesquisa do tema a qual foi proposto, e isso não seria a cópia de um amontoado de texto ou mesmo a colagem de diversos textos num único resumo feito pelo aluno? Isso é produzir conhecimento? Aparentemente não, esse processo só faz com que o aluno ganhe independência, ele pode não produzir o conhecimento como um cientista ou mesmo um teórico, mas ele sabe que há ferramentas para que ele possa adquirir uma informação ou outra e, a partir disso, poderá vir a produzir conhecimento, em seu sentido literal.

Portanto, quando o aluno lê e até mesmo copia uma parte para dentro de seu texto, muitas vezes acusam-no de plágio, segundo a própria lei que protege a propriedade intelectual, mas não seria esse o gesto de todo e qualquer pesquisador quando faz sua pesquisa bibliográfica ao amontoar dezenas de citações? A única diferença é que o aluno ainda não sabe dar o crédito àquele que escreveu essa ideia primeiro que os outros. O conhecimento só é produzido a partir de uma ideia anterior, os questionamentos só podem surgir nessa dinâmica de confirmação e recusa de ideias anteriores, processo este que o aluno precisa aprender e só vai fazê-lo quando ganhar autonomia para produzir seu conhecimento a partir de sua experiência de vida e de aprendizagem.

A web 2.0 está mudando uma das categorias que sustentou o mundo moderno: a de que uma pessoa cria e se torna dono de uma ideia simplesmente porque a assinou. A ideia de autor, desse modo, precisa ser repensada. O autor deve deixar de tratar sua escrita com uma atitude paternal, sua obra não faz parte de sua progênie. Seu gesto deve ser de entregar sua escrita para o mundo e deixar que ela sozinha se fixe ou se transforme pelo olhar do outros, alimentando um ciclo virtuoso de produção e enriquecimento do conhecimento, seria criar uma nova lógica das heranças onde não há um único herdeiro, mas sim todos receberiam as heranças do conhecimento simplesmente porque ele pertence a todos.


CONTEXTO ESCOLAR E A WEB 2.0

PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO

Em um mundo onde as fontes de informação são cada vez mais amplas e acessíveis, faz-se necessário possibilitar uma educação de qualidade a seus alunos, e para que isto aconteça o trabalho começa na gestão escolar. Durante muito tempo a escola ficou estacionada. A avaliação era usada para medir e rotular os alunos, classificando entre os bons e os que não sabiam muita coisa. Atualmente avaliar é uma importante ferramenta para o professor alcançar seus objetivos e oferecer alternativas quando a avaliação não for satisfatória.

Como ponto de partida, temos o planejamento educacional que surgiu da necessidade, quando a questão escolar transformou-se em uma questão política. A idéia de planejar é projetar, organizar os objetivos da escola para aquele ano que se inicia. O ato de planejar é a atividade intencional pela qual se projetam fins e se estabelecem  meios para atingi-los. Por isso, não é neutro, mas ideologicamente comprometido.

Na escola como um todo não há critérios definidos, cada um segue um rumo, um método, ou um palpite. Ás vezes, esta avaliação se resume a um simples teste de capacidade do aluno de reproduzir ou assimilar conteúdo. Segundo Cervi (2008), a avaliação deve ser feita com objetividade, sabendo aonde se quer chegar em termos de eficiência, eficácia, efetividade, relevância e pertinência, sendo um processo de coleta de informações confiáveis com o objetivo de formar um juízo de valor sobre o que foi avaliado. Então, planejar é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social, deve-se evitar a improvisação e estabelecer um conjunto de ações coordenadas entre si, que concorrem para a obtenção de um certo resultado desejado. Para tanto, a atividade de planejar deve ser o resultado da contribuição de todos aqueles que compõem o corpo profissional da escola. De acordo com Vasconcellos (2000), a avaliação deveria ser vista como meios de buscar melhorias nas escolas, mas infelizmente não é isto que acontece. A avaliação acabou tornando-se o objetivo deste processo, na prática dos alunos e da escola, pois esta que deveria ser um acompanhamento do processo educacional, agora findou-se no desmerecido ditado popular: “o famoso estudar para passa”, proporcionando uma inversão de papéis.

A conexão entre planejar e avaliar O planejar e o avaliar estão interligados. Enquanto o planejamento é o ato pelo qual decidimos o que construir, a avaliação é o ato crítico que nos subsidia na verificação de como estamos construindo o nosso projeto. Portanto a avaliação não existe se não for prevista no planejamento. Contudo, avaliar não deve ser seletiva, conteudista, de maneira fechada, sem questionamentos. Antes de avaliar devemos tomar o conhecimento da realidade a qual estamos inseridos, da nossa clientela, da comunidade, da sua realidade. E antes de direcionar e dar qualquer passo, necessitamos responder algumas questões: O que queremos de nossos alunos e da nossa Escola? Onde nós, enquanto escola, estamos errando? Qual o motivo de tanta reprovação e evasão? Com estas respostas podemos nortear os objetivos, organizar o planejamento e buscar através da avaliação o que necessitamos para mudar e direcionar no intuito de melhorias educacionais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

KENSKI, Vani M. Tecnologias e Ensino Presencial e a Distância. São Paulo. Editora Papirus, 2004.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34, 1999 B.

O'REILLY, Tim. Web 2.0 na educação. Disponível em http://verainfedu.wordpress.com/category/web-20-na-educacao/. Acesso em 28 de ago. 2012.

VIRILIO, Paul. O espaço crítico. Rio de Janeiro: ED.34, 1993.

FOLHA DE SÃO PAULO.Entenda o que é Web 2.0.Folha on-line - Informática, 2006. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u20173.shtml. Acesso em 01 de setembro. 2012.

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