Avaliação escolar no contexto do ensino e aprendizagem
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A avaliação praticada na maioria das escolas brasileiras é classificatória, e de acordo com Hoffmann (2005) ela assume um papel mais voltado a reprovar do que a aprovar. Esse tipo de avaliação leva mais em conta as coisas que não foram feitas, os objetivos não alcançados. E não são poucos os pesquisadores que citam esse problema no método avaliativo das escolas. "[...]não há como negar que toda avaliação é sempre injusta, incômoda, incompleta, ideológica, facilmente autoritária, excludente, humilhante e insidiosa." (HOFFMANN apud DEMO, 2005) | A avaliação praticada na maioria das escolas brasileiras é classificatória, e de acordo com Hoffmann (2005) ela assume um papel mais voltado a reprovar do que a aprovar. Esse tipo de avaliação leva mais em conta as coisas que não foram feitas, os objetivos não alcançados. E não são poucos os pesquisadores que citam esse problema no método avaliativo das escolas. "[...]não há como negar que toda avaliação é sempre injusta, incômoda, incompleta, ideológica, facilmente autoritária, excludente, humilhante e insidiosa." (HOFFMANN apud DEMO, 2005) | ||
O olhar de quem avalia necessita de flexibilidade, porque cada pessoa aprende de uma forma e em tempos diferentes. Então não a forma formal de avaliação tende a não responder se o aluno aprendeu ou não o conteúdo proposto. "O olhar avaliativo, como já se disse, é interpretativo." (HOFFMANN, 2005). | O olhar de quem avalia necessita de flexibilidade, porque cada pessoa aprende de uma forma e em tempos diferentes. Então não a forma formal de avaliação tende a não responder se o aluno aprendeu ou não o conteúdo proposto. "O olhar avaliativo, como já se disse, é interpretativo." (HOFFMANN, 2005). | ||
+ | Então, busca-se uma resignificação do processo de avaliação através das novas produções teóricas, considera-se que cada educando possuem seu potencial de educabilidade e o que os diferencia são os percursos seguidos e o tempo que precisa para adquirir a aprendizagem. Com este contexto a escola se torna um ambiente desafiador, um local de superação tanto para o professor como para o aluno. | ||
+ | Segundo Luckesi, 1995: a avaliação educacional, em geral, e a avaliação de aprendizagem escolar, em particular, são meios e não fins, em si mesmas, estando assim delimitadas pela teoria e pela prática que as circunstancializam. Desse modo, entendemos que a avaliação não se dá nem se dará num vazio conceitual, mas sim dimensionada por um modelo teórico de mundo e de educação, traduzido em prática pedagógica. | ||
+ | Então refletir a relação do ensino e aprendizagem e a avaliação no contexto escolar é essencial, vivemos em uma sociedade que tem uma evolução cultural muito acentuada e o mercado de trabalho fica cada vez mais exigente, ele busca pessoas inovadoras, criativas, capazes de surpreender, de ir além do esperado e a escola é um espaço que precisa oportunizar ao educando estas habilidades. | ||
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==ENSINO, APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO== | ==ENSINO, APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO== |
Edição de 11h45min de 5 de julho de 2013
Tabela de conteúdo |
Introdução
Constantemente vivemos em busca de aperfeiçoamento. Vivendo em uma sociedade capitalista é necessário que o Homem busque cada vez mais novas técnicas para que possa ultrapassar barreiras, seja ela pessoal ou profissional. Portanto é necessário que passamos frequentemente por uma avaliação, para que através dela possamos identificar fatores que nos possibilitam um crescimento pessoal e intelectual, detendo assim o conhecimento.
" Conhecer é poder" Francis Bacon (1561-1620)
Quem detém o conhecimento detém o poder de fazer. Sem conhecimento não se chega aonde se deseja. Para resultados satisfatórios temos que investigar para conhecer e conhecer para agir. Se não ao contrário não se tem eficiência e qualidade.
O objetivo é compreender o significado da avaliação da aprendizagem como um ato de investigar a qualidade do seu objeto de estudo e, se necessário, intervir no processo de aprendizagem, tendo como suporte o ensino, na perspectiva de construir os resultados desejados.
O que é conhecimento no contexto da compreensão da avaliação da aprendizagem com resultados bem-sucedidos. A avaliação é apresentada como a que subsidia a obtenção de resultado satisfatórios que é a aprendizagem do educando. Subsidia a obtenção do resultados desejados, e não de quaisquer resultados que sejam possíveis.
Abordamos a ciência(conhecimento) como moda de desvendar a realidade que oferece suporte a uma intervenção eficiente(tecnologia), tendo a compreensão da ciência como modelo, o ato de avaliar como um ato de investigar e intervir para a melhoria dos resultados em construção.Enquanto a ciência investiga como funciona a realidade, a avaliação estuda a sua qualidade, e a qualidade dos dados para se chegar a esta conclusão.Ao se desvendar os dados de uma realidade, a avaliação da a possibilidade e os dados necessários para que o gestor possa intervir da melhor forma possível.
A noção de que a forma como compreendemos a avaliação faz uma ligação com a forma como compreendemos a ciência, ainda que cientes de que ciência e avaliação investiga objetos diferentes, uma a realidade a outra a qualidade. Por isso, precisamos praticar o modo de proceder a avaliação e a forma de operar da ciência. O objetivo é estabelecer um elo entre essas duas áreas de conhecimento, tornando a segunda melhor configurada epistemologicamente e operacionalmente.
A avaliação norteia todo processo de viver da humanidade ao longo de sua trajetória. Todo processo é permeado de subjetividade, normas, condutas e códigos criados pelo homem.
Para Luckesi (1995, p.69) avaliação é com “um juízo de qualidade sobre dados relevantes, tendo em vista uma tomada de decisão”. São elementos que compõem a compreensão constitutiva da avaliação.
O processo avaliativo não tem finalidade em si mesmo, não pretende uma melhoria só da aprendizagem, mas da racionalidade e da justiça nas práticas educacionais. Avaliar não somente para cumprir com uma das funções do professor, de manter atualizado o currículo do aluno, mas, se faz avaliação para conseguir melhora do processo educativo como um todo.
Nesse contexto a avaliação pode ser entendida, prioritariamente como um conjunto de ações que auxiliam o professor a refletir sobre as condições de aprendizagem oferecidas e ajustar sua prática às necessidades colocadas pelas crianças. tem como função acompanhar, orientar, regular e redimensionar esse processo como um todo. É a reflexão transformada em ação. Ação, que impulsiona a novas reflexões. Reflexão permanente do educador sobre a realidade, acompanhando a trajetória da construção do conhecimento do educando. A avaliação deve integrar as várias facetas de formação do aluno, como parte do processo deve estar em constante transformação.
Entendemos que a escola deve ter claramente disposto e organizado os critérios avaliativos, estabelecendo assim uma investigação da certificação da qualidade do conhecimento adquirido e acima de tudo o acompanhamento, e se for necessário, uma intervenção, pois considera as realidades heterogêneas e trata o conhecimento como fonte de elucidação da realidade transformando-o em algo compreensível, real.
Decorre daí que não se deve denominar por avaliação testes, provas ou exercícios que são meramente instrumentos de avaliação, muito menos nomear por avaliação boletins, relatórios, que são registros de avaliação. Métodos e instrumentos de avaliação estão fundamentados em valores morais, concepções de educação, de sociedade e de vida do sujeito. São essas as concepções que regem o fazer avaliativo e que lhe dão sentido. É preciso, então, pensar primeiro em como os educadores pensam a avaliação antes de mudar metodologias, instrumentos de testagem e formas de registro. Reconstruir as práticas avaliativas sem discutir o significado desse processo é como preparar as malas sem saber o destino da viagem.( HOFFMANN 2005).
E nesse sentido afirma SILVA (2003, p. 9) " A escola, assim, é um lugar político- pedagógico que contribui para a interseção da diversidade cultural que a circunda e a constitui, sendo espaço de significar, de dar sentido, de produzir conhecimentos, valores e competências fundamentais para a formação humana dos que ensinam e dos que aprendem. Nesse raciocínio, o papel da avaliação é acompanhar a relação ensino aprendizagem para possibilitar as informações necessárias para manter o diálogo entre as intervenções dos docentes e dos educandos".
Portanto, para que ocorra este contexto interativo, o professor deverá criar e dinamizar o seu trabalho para que assim os educando obtém a construção do conhecimento. E a avalição será entendida como um juízo da qualidade sobre o conhecimento construído, tendo em vista uma tomada de decisão, "replanejamento", ou não, todos os objetivos foram assim alcançados.
PROCESSO AVALIATIVO NA EDUCAÇÃO
O professor ao avaliar deve levar em consideração alguns aspectos, como Hoffmann descreve o processo avaliativo tem por objetivo:
a)observar o aprendiz;
b)analisar e compreender suas estratégias de aprendizagem;
c)tomar decisões pedagógicas a continuidade do processo.
Tornando assim a avaliação um instrumento que contribua no desenvolvimento do seu trabalho.
Sendo assim, um dos pontos abordados por Hoffmann é o papel mediador do professor, tanto no contexto do ensino aprendizagem como na avaliação. O educador precisa conhecer os alunos e suas particularidades e ter envolvimento com a turma. "A essência da avaliação formativa está no envolvimento do professor com os alunos e na tomada de consciência acerca do seu comprometimento com o progresso deles em termos de aprendizagens - na importância e natureza da intervenção pedagógica." (HOFFMANN, 2005)
Isso quer dizer que no processo da avaliação formativa todo deve haver alguém com maturidade para fazer as orientações necessárias, para que a turma não navegue sem um rumo, ou seja, sem um objetivo a ser alcançado.
AVALIAÇÃO COMO PRÁTICA EDUCATIVA
A avaliação, segundo Luckesi (2005) tem por objetivo contribuir para a prática pedagógica do professor, no que requer a busca pelo desenvolvimento intelectual. Ainda conforme Hoffmann (2005) ao avaliar o professor identifica a necessidade do educando, procurando assim alternativas satisfatórias que possam ser desenvolvidas com qualidade. É necessário segundo o mesmo autor, reconhecer e respeitar a particularidade de cada aluno, afinal a individualidade deve ser considerada, tendo em vista a necessidade de formas diferentes de avaliação a serem aplicadas.
Contudo, o professor deve aparecer como um mediador, capaz de oportunizar ao aluno o conteúdo, de forma que este possa assimilar as ações propostas. Isso porque na concepção de Vygotsky e Piaget a aprendizagem não é possível no isolamento total. O aluno precisa do mediador, neste caso, o professor, para oferecer um norte, uma orientação nas ações de pesquisa e aprendizado. Seu papel vai muito além de "ensinar", o professor-mediador vai provocar o aluno, instigar questionamentos e orientar o aluno nessa busca. Torna-se significativo não apenas valorizar o que o aluno já sabe ou já conhece, e sim avaliar suas potencialidades cognitivas (HOFFMANN, 2005), propondo desafios para que o mesmo possa superá-los, isso feito, surgirão novas barreiras a serem transpostas, levando os alunos à superação cognitiva novamente. "Do mesmo modo, tanto o desafio do professor quanto os recursos de apoio são vistos por Vygostsky como mediadores do conhecimento do aluno, uma vez que o objetivo é que ele possa enfrentar situações cada vez mais complexas e com maior independência, tornando-se assim autônomo em relação àquela etapa do conhecimento.
CONTEXTO ESCOLAR E A AVALIAÇÃO
A avaliação praticada na maioria das escolas brasileiras é classificatória, e de acordo com Hoffmann (2005) ela assume um papel mais voltado a reprovar do que a aprovar. Esse tipo de avaliação leva mais em conta as coisas que não foram feitas, os objetivos não alcançados. E não são poucos os pesquisadores que citam esse problema no método avaliativo das escolas. "[...]não há como negar que toda avaliação é sempre injusta, incômoda, incompleta, ideológica, facilmente autoritária, excludente, humilhante e insidiosa." (HOFFMANN apud DEMO, 2005)
O olhar de quem avalia necessita de flexibilidade, porque cada pessoa aprende de uma forma e em tempos diferentes. Então não a forma formal de avaliação tende a não responder se o aluno aprendeu ou não o conteúdo proposto. "O olhar avaliativo, como já se disse, é interpretativo." (HOFFMANN, 2005).
Então, busca-se uma resignificação do processo de avaliação através das novas produções teóricas, considera-se que cada educando possuem seu potencial de educabilidade e o que os diferencia são os percursos seguidos e o tempo que precisa para adquirir a aprendizagem. Com este contexto a escola se torna um ambiente desafiador, um local de superação tanto para o professor como para o aluno.
Segundo Luckesi, 1995: a avaliação educacional, em geral, e a avaliação de aprendizagem escolar, em particular, são meios e não fins, em si mesmas, estando assim delimitadas pela teoria e pela prática que as circunstancializam. Desse modo, entendemos que a avaliação não se dá nem se dará num vazio conceitual, mas sim dimensionada por um modelo teórico de mundo e de educação, traduzido em prática pedagógica.
Então refletir a relação do ensino e aprendizagem e a avaliação no contexto escolar é essencial, vivemos em uma sociedade que tem uma evolução cultural muito acentuada e o mercado de trabalho fica cada vez mais exigente, ele busca pessoas inovadoras, criativas, capazes de surpreender, de ir além do esperado e a escola é um espaço que precisa oportunizar ao educando estas habilidades.
ENSINO, APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO
Percebemos que no espaço escolar, a avaliação no processo de aprendizagem tem assistido aos educadores a qualidade deste processo. Portanto, a pratica avaliativa promove ao educador o ato de investigar, intervir, acompanhar e comprovar a aprendizagem do educando.
A Avaliação pedagógica serve para nortear ao educador, seja para mostrar que o conhecimento transmitido foi assimilado eficazmente ou não
pelo aluno.Nesse caso o gestor educador deverá reorientar aos alunos, caso o resultado não tenha sido satisfatório, visto que o conhecimento dos alunos é adquirido com a interação com o meio em que vive e as condições deste meio, vivências, objetos e situações que ultrapassam os estágios de desenvolvimento e estabelecem relações mais complexas e abstratas, de forma evolutiva a partir de uma maturação. O meio pode acelerar ou retardar esse processo. Compreender essa evolução é assumir compromisso diante as diferenças individuais dos alunos.
CONSIDERAÇÕES
Diante do que foi exposto percebe-se que a avaliação deve ter como foco o diagnóstico e não a classificação. A função da avaliação classificatória é analisar o desempenho do aluno através de notas obtidas,números.Esse tipo de avaliação não tem caráter construtivo. Logo, a diagnóstica constitui-se num processo de avançar no desenvolvimento e no crescimento da autonomia do educando, sendo capaz de descobrir seu nível de aprendizagem, adquirindo consciência das suas limitações e necessidades a serem avançadas.Sua finalidade é fornecer informações sobre o processo pedagógico que permitam aos docentes definir sobre as interferências e as mudanças necessárias em sua prática educativa.É essencial perceber o aluno como ser social e político que possui a capacidade de pensar criticamente sobre seus atos e dotado de experiências, sujeito de seu próprio desenvolvimento.
REFERÊNCIAS
LUCKESI, Cipriano.Avaliação na Aprendizagem na escola: investigação e intervenção.1.ed.-São Paulo: Cortez, 2011.
LUCKESI, Cipriano.Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo, Cortez, 1998, 7ª edição
HOFFMANN, Jussara. O jogo do contrário em avaliação. Porto Alegre: Mediação, 2005