Turma - B - Matutino

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Tabela de conteúdo

AVALIAÇÃO ESCOLAR: IMPLICAÇÕES NO ENSINO E NA APRENDIZAGEM DO ALUNO/2013

Introdução

A avaliação escolar e suas implicações no ensino e na aprendizagem do aluno é um tema bastante complexo, pois nos remete a uma reflexão enquanto professor. Avaliar segundo Luckesi implica em investigação, “investigar para conhecer e conhecer para agir”. Assim, o conhecimento se faz através da investigação, sem ela é impossível conhecer algo que seja desconhecido até então. A avaliação da aprendizagem não é diferente, precisamos primeiro investigar (conhecer o que desejamos avaliar) ou seja nosso educando, como ele aprende e quais suas limitações. Assim o ato de avaliar consiste em uma investigação para uma ação pedagógica que possibilite a melhor metodologia que possa intervir na prática pedagógica e possibilite uma aprendizagem significativa para o aluno. Segundo Luckesi [1], (2007, p. 5) “Avaliar é o ato de diagnosticar uma experiência, tendo em vista reorientá-la para produzir o melhor resultado possível; por isso, não é classificatória nem seletiva, ao contrário, é diagnóstica e inclusiva. [...] O ato de avaliar tem seu foco na construção dos melhores resultados possíveis, enquanto o ato de examinar está centrado no julgamento de aprovação ou reprovação.” Portanto, deve-se evitar que a avaliação seja usada para medir o conhecimento, e sim como instrumento de ajuda na construção do mesmo.

O ato de avaliar deve ter um caráter diagnóstico, ou seja, o professor avalia o aluno para ter conhecimento de onde estão as dificuldades de aprendizagem, para assim fazer as devidas intervenções, reconstruindo, dessa forma, a sua prática. Segundo Demo (2007, p.56) [...] saber avaliar continua sendo habilidade crucial do professor, comprometida crucialmente com a aprendizagem do aluno, de cujo diagnóstico bem feito podem decorrer intervenções adequadas [...]


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Buncando DIAGNOSTICAR e identificar a causa dos problemas da aprendizagem e contribuindo para a solução dos problemas desta, a avaliação diagnóstica tem como objetivo incluir o aluno no processo e não exclui-lo. Além, é claro, da função acolhê-lo na busca pelo conhecimento, sendo o professor, o responsável de criar condições para que o educando atinja com satisfatoriedade o conhecimento que se pretende adquirir.

Segundo Luckesi (2006, p. 172)"defino a avaliação como um ato amoroso, no sentido de que a avaliação, por si, é um ato acolhedor, integrativo, inclusivo. Para compreender isso, importa distinguir a avaliação de julgamento. O julgamento é um ato que distingue o certo do errado, incluindo o primeiro e excluindo o segundo. A avaliação tem por base acolher uma situação, para, então (e só então), ajuizar a sua qualidade, tendo em vista dar-lhe suporte de mudança, se necessário [...]" O ato de avaliar, no contexto citado acima pelo autor, deve ser amoroso, pois acolhe o aluno com seus conhecimentos da forma que são, ou seja, tem a característica de acolher a situação do educando e não de julgá-la. Partindo desse princípio, o professor consegue colocar em prática a avaliação diagnóstica.


A educação, direito de todos - apregoada na Constituição Brasileira e na Lei de Diretrizes e Bases – nunca esteve tão em alta enquanto preocupação geral da sociedade brasileira, em vista de que o momento atual passa por uma acelerada mudança no que tange a rapidez e abrangência das informações e com o dinamismo do conhecimento.


A sociedade brasileira tem por certo que uma educação de qualidade pode proporcionar sucesso em várias esferas da vida. A melhoria social, a formação profissional e o pleno exercício da cidadania são exemplos do que almeja.

Dessa maneira, a avaliação da aprendizagem deve ser considerada de extrema importância em vista de que ela assume um importante papel no desafio proposto para a escola contemporânea: educação de qualidade. As reflexões sobre essa temática tornam-se relevantes na medida em que podem contribuir para a construção dessa nova escola, mais democrática e que tenha por meta cumprir a finalidade primeira da educação brasileira, qual seja o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Mas, para que servem estes testes, qual a importância desta avaliação no contexto de educação?"Não há como negar que toda a avaliação é sempre injusta, incômoda, incompleta, ideológica, facilmente autoritária, excludente, humilhante e insidiosa". (Hoffmam, J.2005,p.28, apud Demo, 2004).


Importa ressaltar que a escola contemporânea configura-se como um ambiente de múltiplas aprendizagens, isso porque ela pode ocorrer de várias formas e sob diversos aspectos.

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Para tanto avaliar dentro desse contexto se torna muito complexo e ao mesmo tempo desafiante, haja vista que os instrumentos que serão utilizados devem ser elaborados de acordo com o aluno e não o contrário, não aplicamos avaliação para atender os anseios da escola e da sociedade. A avaliação de acompanhamento de uma ação acompanha uma atividade em sua dinâmica construtiva e pode haver intervenções para melhoria dos resultados da aprendizagem. Para Dalben (2005, p.66) "a avaliação se faz presente em todos os domínios da atividade humana. O 'julgar', o comparar', isto é, 'o avaliar' faz parte de nosso cotidiano, seja através das reflexões informais que orientam as freqüentes opções do dia-a-dia ou, formalmente, através da reflexão organizada e sistemática que define a tomada de decisões", dessa forma ela dentro da escola deveria fazer com o aluno e o professor refletissem sobre o que está sendo "estudado" e pudessem interferir. Contudo, corroboramos com Caldeira (2000) quando diz que: A avaliação escolar é um meio e não um fim em si mesma; está delimitada por uma determinada teoria e por uma determinada prática pedagógica. Ela não ocorre num vazio conceitual, mas está dimensionada por um modelo teórico de sociedade, de homem, de educação e, conseqüentemente, de ensino e de aprendizagem, expresso na teoria e na prática pedagógica. (p. 122) Os resultados de uma avaliação são provisórios e não definitivos. Mas para que essa avaliação ocorra efetivamente no contexto escolar, a própria instituição deve abrir mão de alguns dogmas ditados pela sociedade, como por exemplo a classificação, a disputa e a competição exacerbada.

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A elaboração de um instrumento de avaliação deverá levar em consideração alguns aspectos importantes:
  • a linguagem a ser utilizada: clara, esclarecedora, objetiva;
  • a contextualização daquilo que se investiga: em pergunta sem contexto podemos obter várias respostas e, talvez, nenhuma relativa ao que, de fato, gostaríamos de verificar;
  • o conteúdo deve ser significativo, ou seja, deve ter significado para quem está sendo avaliado;
  • estar coerente com os propósitos de ensino;
  • explorar a capacidade de leitura e de escrita, bem como o raciocínio.

A avaliação é um processo de mediação e intervenção pedagógica, fazer a intervenção pedagógica em tempo certo faz com que tenhamos grandes ganhos no desenvolvimento acadêmico do aluno. Na entrevista editada de Jussara Hoffmann, http://www.dn.senai.br/competencia/src/contextualizacao/celia%20-%20avaliacao%20Jussara%20Hoffmam.pdf , mostra o que o professor precisa mudar na sua concepção de avaliação para desenvolver uma prática avaliativa mediadora e também sobre a reprovação, porque ainda é tratada de forma equivocada, vale conferir. “ Essa é a intenção do avaliador: conhecer, compreender, acolher os alunos, em suas diferenças e estratégias próprias de aprendizagem para planejar e ajustar ações pedagógicas favorecedoras a cada um e ao grupo como um todo.” (Hoffmann, 2005, p.14)

Para isso devemos ter nossa opinião como educadores e não apenas acatar a Avaliação classificatória, por exemplo, descrita por Esteban (2001, p.12), como sendo conduzida pela busca dos altos níveis de desempenho, freqüentemente inatingíveis para grande parte dos estudantes, tem contribuído pouco para uma efetiva ampliação dos conhecimentos das crianças que diariamente frequentam a escola. A Avaliação é um processo que deverá ser repensada, conforme as necessidades dos alunos, ter critérios pois faz-se necessário a cada indivíduo, de forma reflexiva neste processo educativo, sendo mediadora neste contexto delicado de formas e meios de avaliação.

Processo avaliativo na educação

Foram muitas as mudanças que ocorreram nas propostas pedagógicas das redes públicas de ensino nas últimas três décadas. Nesse rápido movimento, discussões fundamentais emergiram sobre o que devemos avaliar (LEAL, 2003, p. 21). Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, os critérios de avaliação explicitam as expectativas, considerando objetivos e conteúdos propostos para a a área a para o ciclo, a organização lógica e interna dos conteúdos, as particularidades de cada momento da escolaridade e as possibilidades de aprendizagem decorrentes de cada etapa do desenvolvimento cognitivo, afetivo e social em uma determinada situação, na qual os alunos tenham condições de desenvolvimento do ponto de vista pessoal e social (PCNs, 1998, p. 80).

Sobre o que devemos avaliar e como avaliar Hoffmann (2005, p.19) assevera que "para se entender de avaliação, o primeiro passo é conceber o termo na amplitude que lhe é de direito. Ao avaliar efetiva-se um conjunto de procedimentos didáticos que se estendem por um longo tempo e se dão em vários espaços escolares, procedimentos de caráter múltiplo e complexo tal como se delineia um processo". O processo de avaliação é constante no cotidiano, não só do aluno mas de todo membro da sociedade escolar, pois somos observados e nossa ações são constantemente avaliadas, esta ação abrange todo o fazer pedagógico.


Avaliar em educação, significa acompanhar as surpreendentes mudanças “admirando” aluno por aluno em seus jeitos especiais de viver, de aprender a ler e a escrever, em suas formas de conviver com os outros para ajudá-los a prosseguir em suas descobertas, a superar seus anseios, dúvidas e obstáculos naturais ao desenvolvimento.

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Para entendermos um pouco mais essa questão do processo de avaliação dentro da escola é necessário passearmos pelos diversos conceitos nela inserido, onde buscamos entender o verdadeiro papel de se avaliar. Para tanto, utilizaremos quatro categorias sugeridas por Chueri (2008) que são: examinar, medir, classificar e qualificar, porém sabemos que existe inúmeras outras sugeridas por outros autores em nossa literatura.

No entendimento da autora Mary Stela Chueri (2008)as três primeiras examinar, medir e classificar já estão inseridas dentro do contexto escolar, uma vez que nós como professores os examinamos, pois precisamos capturar diagnósticos sobre o conhecimento já adquirido, mas o problema é o que nos dispomos a fazer depois disso; também medimos, como se o conhecimento pudesse ser mensurado a partir de um instrumento qualquer e aquilo é válido como pronto e acabado; classificamos, aliás o mundo classifica, mas a escola seguindo esse padrão também o faz e com certa crueldade, já que usa "das melhores notas", "dos melhores alunos" para divulgar entre os pais o padrão de "excelência" o qual se encontra.


No entendimento de Hoffman (2005, p. 14): “Não se pode dizer que se avaliou porque se observou algo do aluno. Ou denominar por avaliação apenas a correção de sua tarefa ou teste e o registro das notas, porque, nesse caso, não houve a mediação, ou seja, a intervenção pedagógica, decorrente da interpretação das tarefas, uma ação pedagógica desafiadora e favorecedora à superação intelectual dos alunos”. Portanto, o aluno deve ser avaliado diariamente e cabe ao professor observar e intervir no processo de aprendizagem do educando considerando suas habilidades e avanços ao superar os desafios propostos.


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O ato avaliativo exige critérios claros que orientam a interpretação dos aspectos a serem avaliados. No caso da avaliação escolar, é necessário que se estabeleçam quais são as expectativas de aprendizagem dos alunos, em consequência do ensino, dos objetivos e dos critérios de avaliação propostos e, na definição do que será considerado relevante na avaliação do ensino aprendizagem. Se a avaliação está a serviço do processo ensino-aprendizagem, a decisão de aprovar ou reprovar, não deve ser a expressão de um “castigo”, nem ser unicamente pautada no quanto se aprendeu ou se deixou de aprender os conteúdos.

Há uma reflexão a ser feita, não podemos deixar de lado todas essas formas de avaliar, contudo, todas elas devem estar presentes na quarta categoria que é "qualificar", fazem com que o aluno realmente entenda o significado daquilo que ele está construindo, não há um vazio entre um conhecimento e outro, pois todos estão intimamente relacionados. No processo educacional a avaliação vem mostrar os resultados obtidos do processo ensino – aprendizagem, para avaliar é preciso conhecer, saber para que avaliar? E como intervir se necessário na construção do conhecimento, não com o objetivo de punir com notas e competição entre o melhor e o pior aluno, mas como forma de auxiliar a aprendizagem dos educandos, cabe ao professor pesquisar e aplicar medidas alternativas para a aprendizagem ser efetiva.

Para que a aprendizagem se dê verdadeiramente de forma significativa, o professor necessita utilizar a avaliação diagnóstica, e não uma avaliação classificatória, onde apenas é verificada a aprendizagem do aluno através de notas ou de rótulos de aprovação ou reprovação. Segundo Luckesi (2006, p.82) "esta forma de entender, propor e realizar a avaliação da aprendizagem exige que ela seja um instrumento auxiliar de aprendizagem e não um instrumento de aprovação ou reprovação".

O professor necessita sempre ser um mediador do conhecimento e ter o papel tanto de ensinar como de aprender com o aluno, ou seja, é uma troca, sendo mútua a relação entre eles. Professor e aluno devem construir juntos regras de convivência, criando um ambiente de aprendizagem significativa.

Segundo Luckesi (2002, p. 05) “avaliar é o ato de diagnosticar uma experiência, tendo em vista reorientá-la para produzir o melhor resultado possível; por isso, não é classificatória nem seletiva, ao contrário, é diagnóstica e inclusiva”. No momento em que está sendo avaliado, o professor poderá identificar o grau de aprendizagem do aluno. Dessa forma o conceito de avaliação no contexto escolar tem sido um tema muito polêmico a ser discutido entre professores, pedagogos, orientadores, gestores, e alunos. A primeira pergunta que surge é, por que avaliar? Para quê avaliar? O que avaliar? Segundo Mary Stela F.Chueiria, (2008, p.55) a "concepção de avaliação como processo de medida teve sua origem no início do século XX, nos Estados Unidos, com os estudos de Thorndike acerca dos testes educacionais. Tais estudos prosperaram muito e resultaram no desenvolvimento de testes padronizados para medir habilidades e aptidões dos alunos. Para a autora, a " possibilidade de mensuração de comportamentos por meio de testes propiciou a expansão de uma cultura dos testes e medidas na educação"(2008, p.55).

Avaliação como prática educativa

A avaliação, como prática educativa é, sempre, ação política cuja principal função é a de propiciar subsídios para tomada de decisão, quanto ao direcionamento das atividades em determinado contexto educacional, quando ao aprendiz, ao orientador e ao ensinoaprendizagem em sua totalidade (Guedes, 2008).

Neste contexto destacamos que a: Aprendizagem, ensino e conhecimento são retirados da centralidade do discurso escolar e substituídos pela relação erro/acerto, vista de modo linear e reduzindo a possibilidade de compreensão da escola como um lugar complexo. A ênfase no desempenho faz da aprendizagem, do ensino e do conhecimento “acessórios” necessários à realização do fim desejado: o mais alto rendimento possível, que passa a ser confundido com sucesso escolar (Esteban, 2001).

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A avaliação deve ocorrer cotidianamente, em todos os momentos do processo educativo, para que ela realmente tenha sucesso. Para que possamos entender qual a função da avaliação devemos antes nos preocupar com que escola queremos e que alunos pretendemos formar. Reforçando essa ideia Zabalza (1995, p. 239) lembra que:

Quando falamos de avaliação não estamos a falar de um fato pontual ou de um ato singular, mas de um conjunto de fases que se condicionam mutuamente. Esse conjunto de fases ordenam-se sequencialmente (é um processo) e atuam integradamente (é um sistema). Por sua vez a avaliação não é (não deveria ser) algo separado do processo de ensino-aprendizagem, não é um apêndice independente do referido processo (está nesse processo) e joga um papel específico em relação ao conjunto de componentes que integram o ensino como um todo (está num sistema).

HOFFMANN(2005, p.31) diz em seu discurso que: "O olhar avaliativo precisa ser tão flexível quanto a própria diversidade do contexto educacional, ao invés de se pautar por padrões fixos, elitistas e comparativos que só servem para menosprezar as condições reais de aprendizagem." Isto entra em consenso com ZABALZA, pois é num conjunto que se completa, que se observa e que deve ser extraído o contexto do que e como se aprendeu. A avaliação permeia todo o processo, ela apenas fica no fim, mas é ela que norteia onde se quer chegar aquele devido ensinamento.

Inúmeras práticas avaliativas permeiam o cotidiano escolar. Em uma mesma escola, ou até mesmo em uma sala de aula, é possível identificarmos práticas de avaliação concebidas a partir de diferentes perspectivas teóricas e concepções pedagógicas e de ensino.

Dessa forma a avaliação deve abranger o todo e ao mesmo tempo apontar especificações, além de nortear nosso trabalho em sala de aula. Nascimento e Silva (2008, p. 6) ressaltam que:

A avaliação tem importância desde que seja uma avaliação em que torne o aluno capaz de corrigir e fundamentar-se nos conceitos adquiridos de forma corretamente Caso continue de forma errônea, o aluno não irá captar seu erro e nem irá reaprender o conceito, deixando de lado seu pensamento crítico, aceitando cada vez mais informações desatualizadas e erradas para a vida dele.

Os autores citados anteriormente ainda levantam uma questão relevante quando afirmam que durante o processo avaliativo, a educação social, ou seja, aquela dada pelo meio em que o aluno vive, influencia diretamente, pois questões como: onde mora, onde vive, como são seus pais, apresenta uma relação direta em todo o desenvolvimento educacional assim como sua avaliação.

Hoffman (2005, p. 15) enfatiza a idéia de que “pretender constituir a avaliação da aprendizagem num processo objetivo, normativo e padronizado é deturpá-la em seu significado essencial – de humanidade. A relação educador/educando exige o processo avaliativo mediador, que, por sua vez, só sobrevive por meio do resgate à sensibilidade, do respeito ao outro, da convivência e de procedimentos dialógicos e significativos”. A avaliação não pode ser aplicada com o mero intuito de verificar se o aluno aprendeu o conteúdo estudado no bimestre ou, para apenas cumprir o cronograma escolar, no qual determina – se que as avaliações devem ser aplicadas em datas específicas.

Essa contextualização pode ter fundamento quando ao discutirmos a avaliação dentro do processo de ensino-aprendizagem ouvimos muitos educadores dizer: “temos que avaliar cada aluno de uma forma particular”.

Com isso a escola pública, especialmente a que atende as crianças das classes populares,vem enfrentando múltiplos problemas. A sua solução não é simples, mas também não é impossível encontrar caminhos para a reversão do fracasso escolar, que aqui não é entendido como resultado do baixo desempenho dos estudantes nos exames estandardizados, mas como a impossibilidade da instituição desenvolver práticas efetivamente democráticas que criem condições para que todos tenham acesso aos conhecimentos. Avaliar neste processo educativo significa uma pratica diária acompanhar as mudanças do individuo como todo, suas características as diferentes formas de aprender que cada um possui e desenvolve dentro do um certo tempo e limite, incentivar cada nova descoberta ajuda o aluno progredir melhorando sucessivamente neste contexto de aprendizagem.

Uma breve síntese sobre o papel da escola na aprendizagem

O modo de ensinar ou transmitir conhecimentos necessários para a sobrevivência de seus semelhantes é característico em cada espécie da natureza, desde o mais simples organismo até nós, complexos seres humanos, existe uma forma de aprendizado, um meio de conhecer as necessidades para a sobrevivência, tais ensinamentos são passados sempre dos mais experientes aos mais jovens, assim como a águia ensina seu filhote a voar, ou a leoa ensina a sua cria caçar, nós seres humanos ensinamos nossos filhos a viver em sociedade e os preparamos para a vida adulta. A sociedade humana há muito entrega parte desta responsabilidade a profissionais dedicados e especializados em transmitir aos jovens os valores, virtudes, compreensão de mundo e ferramentas específicas para seu convívio em sociedade e colocação na vida e no trabalho. Assim a escola tem servido como um instrumento de inserção do indivíduo tanto na vida social como no mercado de trabalho, porém como mostra Mészarós (2006) este papel da escola é sempre orientado pela lógica do modo de produção vigente.

Partindo deste prisma observa se que a educação básica no Brasil, assim como no restante dos países com orientação econômica semelhante, tem sofrido transformações nos últimos anos, transformações estas resultantes da reorganização política e econômica do país, isto fica evidenciado ao observar as mutações sofridas na estrutura curricular e nos afloramentos de teorias e métodos pedagógicos e avaliativos a partir da segunda metade do século XX.

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Aprendizagem, autoria, avaliação

A avaliação quando entendida como um processo não apenas técnico, mas como um processo mediador, traz ao educador e ao educando valiosos momentos de aprendizagem e reflexão. O professor analisa/avalia seu trabalho para se apropriar de novas pesquisas e tomada de decisões sobre o trabalho pedagógico desenvolvido. O aluno ao se apropriar da avaliação feita pelo educador tem a oportunidade de refletir sobre sua própria aprendizagem.

Sobre a análise que o professor faz sobre o seu trabalho, Janssen (2003) pontua que refletir sobre a natureza do planejamento, da relação ensino e aprendizagem e do processo avaliativo impõe ao educador uma aproximação com novas produções teóricas que alimentam o paradigma da aprendizagem significativa.

No bojo das discussões que enfocam a aprendizagem significativa, de qualidade, a pesquisa destaca-se como essencial para a superação do "instrucionismo" ainda tão presente em salas de aula. A pesquisa que resulta em autoria, quando pensada na perspectiva da avaliação mediadora - que traz valiosos momentos de reflexão ao educador e ao educando - constituem-se como o mais adequado caminho para que a educação brasileira alcance o que almeja: educação de qualidade na perspectiva da educação inclusiva, ou seja, educação de qualidade para todos.

Concluindo

Ao falarmos de instrumentos utilizados nos processos de avaliação, estaremos falando das tarefas que são planejadas com o propósito de subsidiar, com dados, a análise do professor acerca do momento da aprendizagem de seus estudantes.
Não importa a nomenclatura ou o procedimento metodológico utilizado para avaliar se realmente não houver nenhuma avaliação, se houver apenas uma mera e simples classificação por notas, ou um exame daquilo que você "aprendeu" no mês sem qualquer relação com o conhecimento como um todo, ou até mesmo uma mensuração do conhecimento aprendido.
Avaliar no entendimento mais amplo da palavra nos remete a diagnóstico, a elaboração, a produção,a execução e novamente torna ao processo para reconstrução, pois o ser humano tem a necessidade de conhecer e de aprender, para "inventar" algo novo, outra concepção de mundo. Vivemos buscando a verdade e essa busca incessante a torna uma mentira, pois nunca ficamos satisfeitos com a verdade que descobrimos. A avaliação está dentro desse processo de busca, de entendimento da minha relação íntima com o conhecimento, que nem sempre ficamos satisfeitos com aquilo que aprendemos e precisamos desmistificar e evoluir, construir novos paradigmas para que sejam quebrados e reformulados.
Há várias maneiras de se olhar a avaliação, educador e educando, se faz necessário uma mediação, com vistas ao respeito, sensibilidade e diferenças individuais, sem perder o contexto interativo. A nossa troca de experiências na escola é muito rica, com ela podemos fazer uma reflexão das nossas atitudes, sobre a importância do tempo de estudo, preparação e qualificação profissional. O único bom ensino é o que acompanha o desenvolvimento dos alunos, independentemente de seu estágio, de forma contínua.
O objetivo da avaliação educacional é dar suporte ao professor para tomada de decisões na metodologia aplicada e para intervenção no processo de construção do conhecimento, é preciso saber objetivamente o que se espera ao avaliar para tomada de decisões.
Janssen (2003 p 17) menciona a ideia de que: “o avanço nas formas de organizar o ensino não tem tido correspondência nas práticas

avaliativas, ocorrendo, portanto, uma discrepância entre inovadoras práticas educativas e as vigentes formas avaliativas”. Infere – se que atualmente, diversas são as práticas ao avaliar o aluno num contexto, porém no âmbito escolar, o que temos ainda são as práticas classificatórias.

 A avaliação não pode ser uma ferramenta usada pelos professores para medir o nível de inteligência de um aluno, selecionando os melhores da sala de aula. 

Ela deve ser um instrumento que possibilita ao educador identificar o processo de aprendizagem do educando.

Para se entender de avaliação, o primeiro passo é conceber o termo na amplitude que lhe é direito. Ao avaliar efetiva-se um conjunto de procedimentos didáticos que se estendem sempre por um longo tempo e se dão em vários espaços escolares, procedimentos de caráter múltiplo e complexo tal como se delineia um processo. (HOFFMAN, J.2005,p.13)


Na prática escolar, nosso objetivo é que nossos educandos aprendam, e por aprender, se desenvolvam. A avaliação da aprendizagem está a serviço desse projeto de ação e configura – se como um ato de investigar a qualidade da aprendizagem dos educandos, a fim de diagnosticar impasses e consequentemente, se necessário, propor soluções que viabilizem os resultados satisfatórios desejados (LUCKESI, 2011 p. 175)
Avaliar implica em tomar decisões para o futuro, a partir dos resultados obtidos.

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O exercício de observar, anotar e refletir ao longo do cotidiano escolar transforma o fazer pedagógico do professor e de toda a escola. Com isso quando dois ou mais professores relatam sobre um único aluno, por exemplo, apontam aspectos diferentes de sua aprendizagem, trazem visões distintas acerca de suas atitudes em sala de aula.
Avaliar faz parte do processo de ensino e de aprendizagem: não ensinamos sem avaliar, não aprendemos sem avaliar. Rompe-se, dessa forma, com a falsa dicotomia entre ensino e avaliação, como se esta fosse apenas o final de um processo.

Desta forma, avaliar é um ato muito difícil, pois ter que classificar através de nota uma aprendizagem é muito passivo de erros, sendo que a única coisa que deixa a prova 'correta' são os critérios avaliativos e isso não quer dizer que a aprendizagem foi avaliada na sua totalidade. Assim, a avaliação deve estar intimamente ligada ao objetivo da aprendizagem, para que seja um diagnóstico da aprendizagem e não uma forma de sentenciar o conhecimento de alguém. Para que a prática da avaliação tenha o seu sentido pleno, o educador necessita estar totalmente interessado na aprendizagem do educando, ou seja, é de extrema importância que o professor esteja engajado em verdadeiramente ensinar o que o educando deve aprender. A troca de experiências na escola é muito rica, com ela podemos fazer uma reflexão das nossas atitudes, sobre a importância do tempo de estudo, como esta sendo desenvolvido este processo de aprendizagem, contudo objetivando sempre uma avaliação continua acompanhando o desenvolvimento do aluno, desde o ensino infantil ao fundamental,avaliando como um todo suas dificuldades e progressão no processo de aprendizagem.

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