Turma - B - Matutino: A pesquisa como atividade reflexiva e investigativa, a qual proporciona a construção de conhecimento

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Edição feita às 05h10min de 15 de maio de 2012 por Anamedeiros (disc | contribs)
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Tabela de conteúdo

Introdução

A proposta de se aprofundar nos conceitos de pesquisa como princípio educativo e científico, exige que entendamos a pesquisa em todos os seus aspectos. Nesse sentido podemos começar analisando a origem do termo pesquisa. No dicionário Priberam [1] da Língua Portuguesa o termo pesquisa tem como definição a indagação, inquirição, busca, procurar com diligência. Assim já começa a nos mostrar que pesquisa sempre está ligado a algo que eu não tenho, ou seja, uma resposta para um questionamento. A pesquisa deve partir de um problema e, após definirmos esse problema, é necessário buscar caminhos para solucioná-lo por meio de estudos serão criadas as perspectivas sobre o tema delimitado. Para isso, primeiramente precisamos tornar o problema concreto e tangente, interrogando-o, pressupondo uma resposta, levantando dúvidas e propondo a superação de obstáculos. Pedro Demo, em suas ideias sobre pesquisa, enfatiza que nela está, intrinsecamente, um questionamento manifestado como um ato rebeldia, pois apresenta como característica o fato de produzir conhecimento pela sua capacidade de destruir a idéia já posta, diferentemente da ideia que as vezes temos que pesquisa serve para preservar, divulgar, transmitir ou proteger aquilo que já foi construído. Esse desfazer deve ser proveniente de um rigor científico para que, ao ser proposto um novo conceito, ele também exija um rigor mais aprofundado que o anterior para ser validado. As ações ligadas a pesquisa levam o pesquisador a questionar muitas das práticas e conceitos já estabelicidos anteriomente, indagações que visam opor-se, desfazer, destruir o que é conhecido. Lembrando sempre que a pesquisa deve seguir uma metodologia adequada e uma proposta clara. De acordo com Demo (2009,p.1) “a distinção entre qualidade formal e política é útil para acentuarmos os dois horizontes mais notáveis da pesquisa: produzir conhecimento e oferecer oportunidade formativa mais burilada”. Aquele que pesquisa se sente desafiado pelo novo, pela descoberta de novos argumentos que irão dar autoridade a sua descoberta.A pesquisa como princípio educativo é uma ideia interessante e que comprovadamente dá certo na educação, pois é o aluno fazendo com que sua aprendizagem seja significativa. A pesquisa tem como objetivos o desvendar do mundo, uma forma de impulsionar o trabalho pedagógico. Atualmente, é necessário reconhecer a pesquisa não só como princípio científico, mas também como princípio educativo que pode ser considerado como a alma da competência inovadora moderna. Assim, o fulcro central do pesquisar é humanizar o progresso ao melhor empenho e compromisso.(DEMO: 2005, p. 11) São outros tempos, velhas escolas com alunos novos, com novas exigências, esses educandos possuem a sua disposição novas informações, em um mundo cheio de opções, onde a informação esta a um “clique” de ser alcançado.Nos dias atuais o aprendizado não vêem ao encontro do que os educandos tem procurado , pois o aluno tem se mostrado muito dinâmico e detentor de muitos conhecimentos, o professor de hoje deve se adequar esse novo ritmo de aprendizagem. Reflexo desse fato esta em novas teorias educacionais que foram construídas com a evolução do tempo e a necessidade dos novos alunos em que a construção esta cada vez mais evidente nessa realidade. Há a necessidade da 'modernização' por parte dos educadores, para que seja possível atingir o objetivo esperado com seus educandos. Ou seja, os alunos precisam do desafio, pois este vai instigá-los a buscar, a pesquisar. Para Pedro Demo educar o aluno através da pesquisa também é uma forma de construir o conhecimento, pois choca o aluno com as informações que deve interpretar, entender, criar certas ações através de observações, pesquisas bibliográficas, pesquisas de ações e pesquisas de campo, tornando-o ativo e quebrando certos paradigmas em que nossa educação esta inserida.“A criança é um grande pesquisador.” Ressaltamos então o papel da pesquisa no processo educativo. No entanto, essa nova forma de aprender, onde é preciso pesquisar para construir o conhecimento é um verdadeiro desafio para os professores educados no método instrucionista onde o professor detém o conhecimento e passa-o para o aluno, geralmente ele acredita que essa forma seja correta, pois na época dele, aprendeu assim também, sem que seja necessário que o mesmo reflita sobre o assunto. “Dar aula”. Esse é o termo que acomete os profissionais na educação de hoje. Muitos ficam tão encantados com sua aula planejada que acabam por se esquecer do principal objetivo que deveria atingir: a aprendizagem de seus alunos, é preciso “parar de pensar que dar aulas é o cerne da profissão” (PERRENOUD, 2000, Apud, DUARTE: 2003: 6). Além do professor, o aluno também apresenta dificuldades de escrever algo de sua autoria, raciocinar para encontrar uma resposta, de pesquisar para construir seu próprio conhecimento e de ser crítico frente a tudo o que vê acontecer ao seu redor. Por isso, cabe ao professor estudar, pesquisar, refletir, criticar, buscar soluções e se preparar para mudar essa realidade. Afinal, ele também precisa ser um pesquisador, pois a primeira condição da docência é a autoria. E não se pode dar aula daquilo que não se produz. Os títulos são importantes, mas não passam de formalidade. A pesquisa para o professor é extremamente importante. Professor que não aprende não faz o aluno aprender. As teorias de aprendizagem são seguidas e utilizadas mesmo que inconscientemente pelos professores que não tem o embasamento teórico para discuti-las. Há professores que são a favor ou contra o que elas pregam. Da mesma forma que cresce o nível de conhecimento humano em todos os sentidos, na sociedade, no avanço das tecnologias, o professor também precisa entender que seu papel não é mais o de mero transmissor de conhecimento, e sim mediador. Segundo BECKER “raramente o professor consegue romper o vaivém entre empirismo e apriorismo: se nota que a explicação empirista não convence, lança mão de argumentos aprioristas. E volta, na primeira oportunidade, ao empirismo, se o mesmo acontecer com a explicação apriorista.” A partir dessas ideias, verifica-se que, não só há um incômodo por parte apenas dos alunos, mas, seus educadores também sentem a necessidade da mudança, e, isso já torna a transformação da educação possível, ao contrário de alguns anos ou décadas atrás. É a partir desse pressuposto que haverá mudanças, sutis no início, mas muito eficazes no decorrer do percurso.

Educação pela Pesquisa

O processo de educação passou por várias mudanças, principalmente pelo novo perfil do educando. Na atualidade, educar ganhou uma dimensão diferente da que tinha em tempos passado. Em outros momentos eram suficientes o giz, o quadro e o livro para garantir um ensino de qualidade. O educador era o detentor da informação e a partir dos instrumentos disponíveis transmitia suas informações aos educandos. Hoje, o processo educativo ganhou novas dimensões, mais dinâmicas, onde o educando é sujeito ativo, construtor da própria aprendizagem, pois este é influenciado pelo meio deste sua gestação. As informações vão e vem no tempo de um clique e a escola para não ficar alheia ao processo social precisou avançar nas adequações necessárias para que, como parte integrante do processo de construção do ser ela possa estar em sintonia com a velocidade de informações a que o aluno esta exposto em suas relações com a sociedade. A escola é espaço por excelência do aprender e também do construir, com autonomia. A educação tem como objetivo produzir conhecimento significativo, assim a utilização da pesquisa, tornou-se uma importante ferramenta para atingir seu objetivo. Porém esse caminho certamente será um desafio para professores e alunos. Saber pesquisar e selecionar as informações e a partir delas e da experiência, construir o seu conhecimento a partir da desconstrução/construção do mesmo, tornou-se uma real necessidade da atual sociedade. O desafio hoje é formar cidadãos capazes de procurar conhecimentos e de saber utilizá-los. Diferente de outrora, quando se acreditava que o mais importante no processo educativo era dominar o conhecimento, hoje o primordial é "dominar o desconhecimento", ou seja, estando o aluno perante um problema, em que não tem a resposta pronta, o mesmo deverá saber procurar e encontrar as respostas por meio de pesquisa. Para tanto é preciso dispor para o aluno tempo para pesquisar,elaborar,ler/contraler, estudar para que possam construir conhecimentos próprios sob a orientação do professor, levando este novo conhecimento para toda a vida.

Demo(2009, p. 01) reforça que a pesquisa é um “questionamento reconstrutivo”, tendo assim dois desafios:

a) questionamento: sendo a dinâmica mais constitutiva do conhecimento o questionamento, como expressão de sua marca disruptiva, rebelde, produzir conhecimento é principalmente questioná-lo; (...) b) reconstrução: (...) não basta destruir,é indispensável oferecer alternativas por mais que sejam, elas também, naturalmente efêmeras; a pesquisa vive, assim, da dinâmica desconstruir/construir, nesta ordem”.

Todos nós já possuímos um conhecimento construído, o conhecimento prévio, inclusive nossos alunos. No entanto, quando realizamos uma pesquisa, estamos questionando para desconstruir este conhecimento prévio, visto que, conforme afirma Pedro Demo o conhecimento que possuímos nunca está finalizado. Contudo, quando desfaço meu conhecimento é preciso reconstruí-lo e uma pesquisa bem fundamentada possibilita que esse processo aconteça e ocorra uma mudança positiva. Construir novamente, é necessário que se destrua antes o conhecimento já estabelecido para que sobre este venha um novo conhecimento, este dotado de mais complexidade e de argumentos novos que de autoridade ao que foi descoberto. Pesquisar não se propõe a preservar o conteúdo, transmitir conhecimento, mas a desfazer. O aluno precisa desconstruir o que conhece para reconstruir conhecimento.

A educação pela pesquisa é o melhor caminho para a aprendizagem significativa. Um exemplo relevante dessa questão é o programa chamado de Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), nesse programa, criado pelo Conselho Nacional de Pesquisa (CNPQ) o aluno das instituições de ensino superior tem a oportunidade de fazer pesquisa, esse aluno aprende métodos e não apenas o lado técnico e formal, pois o educando que se diferencia dos demais é aquele que pesquisa, ele carrega uma bagagem maior de conhecimento, reconstruindo e transformando o seu conhecimento.

Princípios Educativos da Pesquisa

O professor sempre acredita no aprendizado de seu aluno e em sua capacidade de sempre aprender, sendo que essa aprendizagem precisa de estrutura prévia que indica a capacidade lógica do aluno em aprender determinado conteúdo. Entretanto, faz-se necessário repensar e reestruturar a formação de professores baseando-se na educação pela pesquisa. Desta forma, para atingir a qualidade, devemos superar as aulas caracterizadas pela simples cópia. Isso implica que devemos transformar os licenciados em sujeitos das relações pedagógicas e assumindo assim autores de sua formação por meio da construção de competências de argumentação e crítica, levando o processo de aprendizagem com autonomia e criticidade. Pois a pesquisa significa o reconhecimento do confronto com sua prática, pois quem ensina precisa pesquisar e quem pesquisa precisa ensinar. A pesquisa compreende-se como capacidade de elaboração própria, tendo que a teoria e a prática constituem em uma só.

Quando iniciado o processo de pesquisa devemos ter algumas definições em mente, principalmente em relação ao principio cientifico e principio educativo (Demo 1990), pois o principio cientifico é uma pesquisa voltada à construção do conhecimento em universidades e entidades de pesquisa, e como principio educativo tem caráter pedagógico, formativo. Nos dois princípios a construção do conhecimento deve ser evidente, mas tomar certo cuidado com o que deve se exigir, e cobrando certo rigor metodológico. Demo(2009) afirma que: Em qualquer das duas circunstâncias, trata-se sempre de construir conhecimento, mas em dimensões diferentes, ainda que interligadas. Por certo, pesquisa não pode ser qualquer coisa, exigindo, entre outras qualidades, rigor metodológico (Demo, 1995; 2000). Em ambientes profissionais de pesquisa, este rigor é bem mais acurado, mas não poderia deixar de aparecer igualmente em seu uso formativo. DEMO(2009,p.01).

A pesquisa deve ser um instrumento de trabalho de qualquer pessoa e o professor pesquisador é importantíssimo para a instituição escolar, mas o primeiro passo para que isso ocorra é que o docente seja autor, socializando e motivando novos pesquisadores. Nesse sentido a atitude docente no processo de ensino e aprendizagem é de mediador pedagógico junto com os alunos desenvolvendo um trabalho em equipe onde professor e alunos são agentes ativos e responsáveis nas ações de aprendizagem. Entretanto, o papel do aluno nesse processo e ser autônomo e se responsabilizar pela busca de informações desconstruindo e reconstruindo o conhecimento, pois pesquisa não é cópia. O aluno tem que pesquisar e elaborar. A pesquisa tem que convercer, sem vencer. (Demo, 2005). Ela constroi autonomia convivente com outras autonomias.

A pesquisa não substitui o processo de ensino aprendizagem, mas é fundamental para que este processo aconteça com sucesso. Somente uma metodologia de ensino embasada na pesquisa, onde o professor mediador é também pesquisador e assim sendo produtor do seu próprio material de ensino e o aluno incluso nessa metodologia como aquele que indaga, critica, discorda e se rebela contra o conhecimento previamente estabelecido busca as respostas dos seus questinamentos utilizando a pesquisa e construindo seu conhecimento.

Com os novos recursos da educação muitas mudanças devem acontecer,o profissional da educação deverá ser mais criativo,experimentador e orientador do processo de aprendizagem,e quanto mais avança, mais se torna importante aprender a trabalhar com a pesquisa.Com a modernidade,surgem estudos que criem situações de aprendizagem cujo foco propõe ao aluno encontrar sentido no que está aprendendo.Há que se delinear uma escola, onde todos as atores do processo: professor-aluno e aluno-aluno, interajam constantemente, privilegiem o diálogo, o questionamento, a crítica, a criatividade, o aprender a ser e o aprender a fazer, propiciando uma formação integral do homem, promovendo uma relação igualitária entre o pensar, o sentir e o fazer. Como já dissemos, a escola e em particular a educação está sofrendo com todo esse avanço tecnológico, daí a necessidade de adequá-la aos interesses de uma sociedade que caminha para uma evolução efêmera, a didática deve se adequar, precisamos fazer da escola um espaço aberto a novos conhecimentos. Conforme o filósofo Juergen Habermas “A força sem força do melhor argumento”, dessa maneira o estudioso dizia que é preciso fundamentar a teoria, mas sem ser dono da verdade, consolidar ideias e ver outras vertentes, isso é uma referência socrática, no que se refere a maiêutica, ou seja, fundamentalmente pedagógico.

Contexto Escolar e a Pesquisa

Quando abordamos a pesquisa no contexto escolar, temos que refletir na formação dos educadores, podemos afirmar que estamos diante de um cenário complexo que apresenta demandas quando nos referimos a formação, se partirmos das definições sobre o saber pedagógico, temos que refletir principalmente nas ações dos alunos no contexto escolar. Nossos alunos são ansiosos pelas descobertas, ávidos pelas novidades, pelo desejo de "aprender a aprender". Fazem parte da geração tecnológica, nativos digitais, não imigrantes digitais e, por este motivo têm um diferencial veloz, qualitativo e quantitativo do conhecimento. Quantos de nós educadores estamos mais defasados, ou pelo menos nos sentimos assim, do que aquele aluno que tem tempo disponível e é capaz de lidar com a mais nova tecnologia da informação e da comunicação? Percebe-se que muitos professores não possuem habilidades ou formação para lidar com os desafios oferecidos pelas novas tecnologias. Isso é um problema grave e ainda sem solução definitiva. Na educação de hoje, nossos professores imigrantes digitais, “falam” uma língua fora de moda (da idade pré-digital), alguns até mesmo recusam participar de formações que os adaptem as novas tecnologias, mas é preciso buscar e perceber como as inovações tecnológicas influenciam o processo de produção do conhecimento e, assim, direcione seus alunos de utilizando-as da maneira mais útil possível. Dessa forma faz-se necessário à busca de novas ações metodológicas no processo de ensino-aprendizagem.Com a proposta do uso da pesquisa na ação pedagógica, estamos motivando nossos alunos à construção de conhecimento, mas sempre analisando certos critérios, planejando com cuidado o que vai se pesquisar, principalmente com o objetivo que a pesquisa deve atingir e principalmente adequar essa pratica à realidade do aluno. As características da pesquisa no contexto escolar devem ser muito bem escolhidas, pois além de uma ferramenta muito útil ela pode se tornar uma prática de tradicionalismo pedagógico, o educador deve planejar levando em conta os critérios citados acima, pois a pesquisa pode se tornar apenas um modelo de “copiar e colar”, e não trazer nenhuma aprendizagem significativa para o autor dessa pesquisa.É necessário também lembrar de contextualizar o tema da pesquisa com o dia a dia do aluno, fazendo com que ele faça essa ligação, tornando assim mais desafiador e com chances maiores de despertar o interesse e por consequência chegar aos objetivos pretendidos. Não devemos nos esquecer que a aula é consequência da pesquisa e é vitalizada pela pesquisa. Não a precede, muito menos a substitui. Aula significativa é aquela que leva a pesquisar, sendo ela mesma produto de pesquisa. Aula só faz sentido se for produto da construção de conhecimento, podendo, assim, conduzir à desconstrução/reconstrução de conhecimento. Demo(2009). Por isso a necessidade de nós professores estarmos sempre pesquisando e aprendendo, pois a pesquisa é fruto de interrogações, e quem tem dúvidas é porque está envolvido com o assunto, e quem está envolvido com o assunto é levado a aprender. A pesquisa está no centro de todas as teorias, o nosso cérebro entende isso muito bem. Como afirma Pedro Demo em uma de suas palestras, o nosso cérebro entende coisas obscuras e isso aparece na ideia de pesquisar e elaborar. Conforme afirma Belmira Bueno, professora da Universidade de São Paulo (USP) existe várias modalidades de pesquisa. A primeira delas é a pesquisa qualitativa que permite o pesquisador desvendar seu objeto, essa é a mais comum de todas. Já a pesquisa quantitativa permite também a aproximação com o sujeito.

Planejamento e Avaliação

Planejar, traçar metas, escolher o caminho e no decorrer deste avaliar o que está sendo executado são ações intrínsecas aos seres humanos, mesmo na atividades mais simples do dia a dia como: que caminho pegar para chegar ao serviço, em que momento do dia fazer atividades do determinado curso e etc. Nas escolas é de suma importância tanto o planejamento quanto a avaliação, fazem parte do processo de ensino aprendizagem e são fundamentais para o sucesso do mesmo. Dessa forma, não se pode deixar de avaliar o educando, pois nesse contexto, a razão de ser da avaliação é a de cuidar que o aluno aprenda. Os estudos comprovam que quem pesquisa aprende mais, não bastando apenas copiar e reproduzir, é necessário criar. Em qualquer pesquisa é fundamental a pesquisa bibliográfica, que também pode ser uma modalidade em si mesma. Antes de começar uma pesquisa é preciso delimitar o “corpus” da mesma, fazer os devidos recortes, temporal, espacial e de referenciais teóricos. A escola é o ambiente onde se criam estratégias para buscar respostas às questões e hipóteses levantadas no cotidiano do aluno. Onde a ação do sujeito é fundamental. Por isso, é preciso que os alunos se defrontem com situações que os obriguem a confrontar pontos de vistas, rever suas hipóteses, colocar-se diante de novas questões,deparar-se novos elementos de pesquisa. A pesquisa tem um papel importante no desenvolvimento de habilidades para destacar-se no mundo de hoje. Nesse processo é importante proporcionar ao aluno o ato de descobrir com suas próprias ações. Sendo assim, podemos dizer que Quem não pesquisa não aprende, só pode ser professor quem é AUTOR. Com esta afirmação Pedro Demo propõe reflexões que desestabilizam a maneira de agir dos professores. O autor, por meio das pesquisas, diz que o professor além de escolher e utilizar as teorias existentes, conseguirá produzir suas próprias teorias. Da mesma forma que o professor deve buscar a elaboração própria ele deve preparar seus alunos a reconstruir a sua também, sendo elaborador e autor do seu conhecimento.

Entretanto, “a pesquisa é um procedimento reflexivo e crítico de busca de respostas para problemas não solucionados” (MATHIAS-PEREIRA, p.59) e, como tal, exige um planejamento para que sua execução ocorra de forma sistematizada a fim de alcançar resultados significativos, não basta, pensar em algum tópico para pesquisar, é necessário seguir algumas etapas de acordo com Mathias-Pereira (p.60): - Definição do tema; - Formulação do problema de pesquisa (hipóteses ou proposições); - Justificativa do estudo; - Definição dos objetivos-geral e específicos; - Revisão da literatura; - Método de pesquisa; - Coleta de dados; - Tabulação e apresentação dos dados; - Análise e discussão dos resultados; - Conclusão da análise e dos resultados obtidos; - Redação e apresentação do trabalho científico.

Ao se planejar a pesquisa e elaborar as etapas a serem seguidas, vai aparecendo o processo pedagógico da pesquisa e reconhecendo- a como princípio científico e educativo.

A avaliação deve ocorrer em todo processo de ensino e aprendizagem. Na pesquisa é necessário verificar a “capacidade de diagnóstico da aprendizagem dos alunos; capacidade de análise da produção científica na área; visão de curto, médio e principalmente de longo prazo; percepção da mudança, inovação, passagem de paradigmas, paradigmas velhos e novos, e provisoriedade do conhecimento; saber dar conta da realidade de modo flexível” (DEMO, 2006).

Considerações Finais

Já é hora de deixarmos no passado os métodos ultrapassados de ensino, infelizmente muito utilizados nos dias de hoje por muitos professores instrucionistas e repetidores. É necessário que o educador acredite que somente por meio da pesquisa é possível fazer uma educação de qualidade, no entanto para que este professor atinja o nível de professor/pesquisador é necessário que ele receba suporte e cuidado e que tenha também os devidos apoios. E que ainda, provavelmente deverá aprender o que não sabe: estudar (DEMO, 2009). Assim, poderá proporcionar que o aluno seja o protagonista do seu conhecimento, indagando, buscando as respostas, destruindo argumentos, formando novos argumentos e assim se apropriando do conhecimeto de sua autoria.

Aula importante, que desperta o saber, a construção do conhecimento é aquela que faz com que o aluno e professor pesquisem juntos. Aula só faz sentido se for produto da construção de conhecimento, podendo assim, conduzir à desconstrução/reconstrução do mesmo. Educar é formar, neste sentido, a escola precisa tornar-se um lugar do “aprender a conhecer, do aprender a fazer, do aprender a conviver, do aprender a ser”. É na escola que os sujeitos devem aprender a preparar-se para serem atuantes numa sociedade que vem sofrendo mudanças avassaladoras tanto para o bom quanto para o mau caminho. Como então devemos agir? A maneira mais sensata é o professor tornar-se um pesquisador que não se contenta com aquilo que aprendeu em sua formação básica, pois sua maneira de agir certamente influenciará e incentivará os alunos a também buscarem novos conhecimentos e a produzirem conhecimento a partir de sua pesquisa e consequente autoria. Perceber as necessidades de cada grupo e desta forma agir da melhor formar possível e inserir em forma de projetos ao currículo que propiciem as melhoras esperadas.

Profissional competente, é aquele que não se contenta com o mínimo. Busca novidades, lê muito,sempre procurando se destacar e assim influenciar seus alunos com essa prática. Quem pesquisa tem muito mais indagações do que aquele professor que se contenta em aplicar o mesmo conteúdo, repetitivo e 'empoeirado' todo o ano. Ao adotar uma metodologia de ensino com pesquisa, o professor contribuirá para maior dinamismo do ensino-aprendizagem, gerando um ambiente propício à construção do conhecimento. Abrirá portas para novos horizontes, proporcionando um ensino de qualidade, formando cidadãos capazes de atuar competentemente no espaço vivido, atuando criticamente sobre a realidade com ética e justiça. É fundamental que nos dias atuais o aluno pesquise, somente por esse caminho haverá o aprendizado eficaz. Os professores do século XXI precisam começar a se despir dos paradigmas de que ele é o detentor de todo o conhecimento e de que o aluno não pode buscar seu próprio conhecimento.

Referências

DEMO, P. Educar pela pesquisa. Campinas: Autores Associados, 1996.

_______ Metodologia da investigação na educação. Curitiba: Ibpex, 2005.

_______ Professor & Pesquisa: pesquisa: fundamento docente e discente. 2009. Disponível <http://pedrodemo.blogspot.com.br/2012/04/professor-pesquisa-10-pesquisa.html#!/2012/04/professor-pesquisa-10-pesquisa.html>, acessado em 27/0/2012 as 10:30h.

MATIAS-PEREIRA, José. Manual de Metodologia da Pesquisa Científica. São Paulo: Atlas, 2007. P 59-83.

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