Turma - A - Vespertino: O papel da pesquisa nos espaços formativos e os saberes e atitudes que subsidiam a ação teórico-metodológica

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Edição feita às 17h33min de 25 de abril de 2012 por Ednasilva (disc | contribs)

Introdução


O maior desafio da escola é levar o aluno a construção do conhecimento pois a aprendizagem na escola é um fator decisivo para se ter uma população que saiba pensar (DEMO, 2010)[1]. Nesse contexto, a pesquisa – prática que não é constante em ambientes escolares – é vista como uma metodologia capaz de fazer com que o aluno aprenda, ou seja, se aproprie do conhecimento. Pesquisar é romper algo já construído, explorar novas descobertas, investigar e certificar-se de que nada está pronto ou definido. Um impulso generalizado de conhecimentos que confrontam as certezas existentes e os falsos mitos sociais, políticos e científicos. Uma importante definição para o termo pesquisa,a qual considera como um "questionamento reconstrutivo" (Demo 2009). A construção do conhecimento dá-se através da aprendizagem, onde o aluno é o mediador, o construtor, o reconstrutor do seu saber e de suas pesquisas. Para que essa construção ocorra, a escola deverá estar amplamente aberta ao campo de pesquisa, mediando essa construção de conhecimento, visando suas dimensões. Em qualquer das duas circunstâncias, trata-se sempre de construir conhecimento, mas em dimensões diferentes, ainda que interligadas. Por certo, pesquisa não pode ser qualquer coisa, exigindo, entre outras qualidades, rigor metodológico (Demo, 1995; 2000). Rigor metodológico que define os caminhos teóricos que a pesquisa seguirá, mas sobretudo que resultados ou soluções concretas esta pesquisa definirá, pois segundo Demo “Todas as pesquisas carecem de fundamento teórico e metodológico e só tem a ganhar se puderem, além do rigor categorial, apontar possibilidades de intervenção ou localização concreta. (Demo, 2005)

Para que o aluno construa seu conhecimento é fundamental que o professor também utilize a pesquisa como metodologia de trabalho em sala de aula, proporcionando um ambiente de troca e valorizando a liberdade de expressão, fundamental neste processo. Diante disto, Rausch (2008, p. 183) argumenta “[...] que todo professor pode e deve ser pesquisador, pois somente a aliança entre teoria e prática provocará os resultados que almejamos, tanto na formação dos professores como na educação de uma maneira geral”.

Cabe ao professor estimular a pesquisa como fonte de aquisição de aprendizagem. Sendo um mediador desse processo, o professor será um facilitador e o aluno poderá ter a oportunidade de construir seu conhecimento. Quanto mais o professor estimula seus alunos a pesquisa, mais respostas positivas na sala de aula, pois dessa forma estará formando um aluno pensante, com autonomia e consequentemente com autoria. E assim a cada dia vemos mais que aprender não é apenas estudar, mas sim compreender e construir argumentos para sustentar o processo ensino-aprendizagem.

Para se ter sucesso em uma pesquisa, é necessário antes de iniciá-la definir os objetivos que serão as metas deste trabalho. É importante que os leitores pensem sobre um tema, e tentem construir um esboço que contemple as intenções de pesquisa; possibilitando assim, as discussões dos aspectos epistemológicos, metodológicos e técnicos da pesquisa. (Demo,2005)

O ensino através da pesquisa é um tema amplo, pois possui várias modalidades de pesquisar. A pesquisa na educação permite que se possa utilizar de metodologia características de trabalho, onde o pesquisador pode traçar o caminho para sua pesquisa, e na medida em que aparecem as dúvidas e indagações,ele terá oportunidade de tomar uma nova direção para seu percurso ter êxito e superação das questões que forem surgindo. O ensino pela pesquisa não se reduz a procedimentos empíricos ou lógico-experimentais, devendo incluir cuidados qualitativos(Demo,2001).

O processo de execução de uma pesquisa requer a ação de desconstruir para reconstruir (Demo,2009,p.01) que é primordial para o desenvolvimento das habilidades do educando e para que alcancemos a qualidade formal (Demo,2009,p.03). Visto que para atingir a qualidade formal, faz-se necessário que o professor tenha os seus objetivos com total clareza, bem como domínio do conteúdo que irá trabalhar com seus alunos para que possa orientá-los com segurança. O fato de que não há término de um tema de uma pesquisa, e sim um novo recomeço, consequentemente, surge um novo leque de discussões para o início de uma nova pesquisa.Sem dúvida que a pesquisa, tanto dentro e fora da escola se transforma em mais um , se não o principal instrumento necessário para fazer de nosso aprendiz um ser autônomo, autor do seu conhecimento. Talvez seja o caminho para que haja realmente a transformação do conhecimento, uma método utilizado para reconstruí-lo e promover assim a "emancipação das pessoas" Demo (2009). O diálogo com outras teorias e informações sobre determinado assunto são necessários para fundamentar alguns conceitos e reconstruí-los a fim de aperfeiçoar o conhecimento adquirido





Educação pela Pesquisa

Ato de ensinar é instigar e provocar no aluno a motivação à aprendizagem. Por isso podemos dizer que a maneira de ensinar está relacionada com o ato de aprender e como aprender. Quando refletimos sobre a nossa prática de ensino e como nos comportamos em sala de aula, descobrimos que temos muito mais perguntas do que respostas. É por isso que há uma grande necessidade do professor ter um compromisso sério com a educação e grande preocupação de como ensinar seus alunos de maneira que eles possam aprender,o professor deve estar em constante pesquisa, inovando e buscando compreender o que está acontecendo com a sua maneira de ensinar, se suas metodologias estão sendo satisfatórias ou não.De acordo com Demo (2009) “Produzir conhecimento com autonomia é o fundamento primeiro do docente, razão pela qual docência começa pela pesquisa”. Dessa forma o professor constrói o hábito de aprimorar seu conhecimento e de pesquisar, para que depois possa promover em seu aluno o mesmo hábito de ter um ambiente rico em aprendizagem. A educação pela pesquisa ocorre quando a escola abre espaço para que ocorra a integração entre aluno e o professor e que a busca pelo conhecimento sistematizado tem como objetivo a pesquisa, formar cidadão crítico e dono de um saber elaborado.[2] Acima de tudo compreender que de acordo com a teoria da aprendizagem que escolherem, para essa situação, deverão elaborar detalhadamente seus objetivos-conteúdos-métodos, para a turma em questão, sem nunca esquecerem de respeitar a capacidade individual de cada um e a realidade em que vivem.O que se espera na construção da pesquisa é um determinado rigor metodológico, seguindo critérios significativos para a educação da criança no âmbito escolar, a predominância é que ela seja de cunho formativo, independente da idade e do nível de aprendizado.

No momento em que o professor solicita uma pesquisa, não significa que o aluno irá apenas digitar a respeito de um tema proposto, mas sim perceber qual é a finalidade com que tal assunto foi colocado em pauta. Verificar a contribuição no aprendizado, bem como sua função social, pois torna-se irrelevante uma pesquisa executada para obtenção de nota. Trata-se então de uma qualidade política como afirma Demo( 2009,p.03) “ Entende-se por qualidade política a habilidade de saber usar a qualidade formal, ligando um meio a fins pertinentes”.Percebemos que nem sempre a escola influencia o aluno à pesquisa, principalmente a escola pública, que geralmente traz o conhecimento "embrulhado" em livros didáticos que pouco servem para pesquisa e muito menos para reconstruir conhecimento. Para que a educação aconteça a partir da pesquisa temos que "[..] deter cuidado metodológico adequado e proposta educativa eminente ... produzir conhecimento e oferecer oportunidade formativa mais burilada"[...] (Demo 2009). O que decide, ao final, se é ou não pesquisa, não é o objeto, mas o método usado para tratar o objeto, sendo indispensável que seja questionado e reconstruído. (Demo, 2009)




Princípios Educativos da Pesquisa

Na sociedade cada vez mais complexa em que vivemos, cabe à escola formar pessoas com condições para nela atuar, e parece que a educação pela pesquisa pode ser um meio de promover no sujeito aprendizados que possibilitem o “desenvolvimento da autonomia intelectual, da consciência crítica” (DEMO, 2003, p. 86), Para Michaliszyn e Tomasini (2005), os princípios educativos da pesquisa educativa significa investigar o porquê dos erros que os alunos cometem e também investigar o porque determinado conteúdo parece tão fácil ou tão difícil. Portanto o professor pesquisador tem a necessidade de constante aperfeiçoamento e ampliação de seus conhecimentos para que possa ter cada vez melhores condições de compreender o que está acontecendo. É por meio da troca de experiências, pesquisa, observação da exploração de ambientes alfabetizadores que o aluno constrói seu conhecimento, modifica situações, reestrutura seus esquemas de pensamento, interpreta e busca soluções para fatos novos o que favorece e muito o seu desenvolvimento intelectual. É nessa interação com seu dia-a-dia que o aluno desenvolverá seus valores, sua crítica, sua postura de vida, além da aquisição do conhecimento.

No entanto, é necessário considerar que no contexto da escola , segundo (RAUSCH e SCHROEDER, 2010) coloca que o uso indiscriminado do termo pesquisa vem sendo comprometido seriamente, causando distorções a respeito de sua real finalidade. Em vários níveis da educação, tem-se usado a pesquisa de maneira errônea, o que compromete o verdadeiro objetivo da pesquisa. Pede-se que se pesquise sobre determinado assunto, e a consulta é feita em alguns livros ou encartes, fazendo apenas uma cópia do que já foi pesquisado. Segundo Lüdke (1986) apud Rausche e Schoeder (2010), esse tipo de coleta contribui para despertar nos alunos a curiosidade, mas está longe de ser a elaboração de uma verdadeira pesquisa, sendo apenas uma atividade de consulta. A pesquisa como estratégia pedagógica neste contexto , revela que esta prática no cotidiano de sala de aula, é uma forma muito simples, não sistematizada. Que segundo Demo(2005) é uma forma de apenas reprodução de conhecimento a idéia que o aluno seja o construtor do conhecimento.

Podemos questionar qual o real propósito da pesquisa educacional? a pesquisa pela simples leitura e reprodução, ou um questionamento constante do educador, de como propiciar o conhecimento pela pesquisa crítica e contextualizada, e de que forma se enquadraria no desenvolvimento e maturação educacional de seus alunos, da a infância e por toda vida afora.

É importante destacar que, Segundo Demo(2009,p.01) ao que se refere aos princípios educativos da pesquisa faz-se necessário ter clareza de que “ trata-se sempre de construir, conhecimento, mas em dimensões diferentes, ainda que interligadas.”, ou seja, não é necessário descartar o conhecimento adquirido anteriormente, mas sim, a partir dele realizar novos questionamentos que inicia-se, concomitantemente, à vida escolar do educando quando ingressa na instituição educacional e que será aprimorada conforme a sua faixa etária, visto que o professor não pode perder de vista que conforme Demo(2009,p. 02) de “ incluir cuidados qualitativos” em sua atuação cotidiana.






Contexto Escolar e a Pesquisa


O professor ao se transformar num professor-pesquisador, ele se dá conta de que o conhecimento vem da pesquisa e transmite essa vontade aos seus alunos também, pois tanto o professor quanto o aluno precisam buscar constantemente o conhecimento, a informação e consequentemente a aprendizagem através da pesquisa. O maior desafio está nos docentes, em geral paralisados, antiquados, quando não resistentes, manisfestando dificuldade ostensiva de postar-se à altura dos alunos(Semas, 2002). Precisamos juntos, esquematizar sua própria maneira de aprender essa busca de conhecimento agregado na escola.

Em relação ao contexto escolar, há que se destacar a importância que a escola tem no futuro do educando, visto que hodiernamente a sociedade exige uma educação com base na função social, porém como dito anteriormente, faz-se necessário que o professor acompanhe a introdução de novos recursos tecnológicos que a escola oferece para que também possa, por sua vez, ministrar uma aula usando tais recursos de maneira inovadora. É importante que o educador estude, pesquise, compartilhe conhecimentos com sua turma, que descontrua e reconstrua(Demo,2009,p.01) conceitos que muitas vezes são ultrapassados e não surtem um bom resultado no desenvolvimento das habilidades de seus educandos, ou seja, não os prepara para o futuro que não está longínquo. E a partir dessa construção e desconstrução do saber por parte do professor através da pesquisa e estudos estaremos atualizados e em algumas vezes mais preparados a ensinar em sala de aula. De acordo com Demo (2009) “Cabe ao pesquisador transformar informação em conhecimento, pela via da desconstrução e reconstrução”. A discussão gira entorno do que realmente o nosso aluno precisa. Será que realmente precisamos sistematizar nossas aulas em meros assuntos expositivos e provas para medir o conhecimento? Acredito que é nesse aspecto que a pesquisa subsidia a educação em si.É nela e por meio dela que aprofundamos ainda mais o conhecimento. O nosso desafio então é como subsidiar nosso aluno para a pesquisa? Como orientá-los, se o maior problema que observamos é o total desinteresse e desmotivação pela leitura. Demo (2009) diz que [...] Hoje, faz parte desta proposta reconstrutiva de aprendizagem calcada na pesquisa também influência tecnológica, em especial habilidades de produção de textos multimodais em plataformas digitais, como a web 2.0.[..] Não digo como solução, mas vejo no que Demo(2009) fala como um princípio, a fim de despertar no nosso aluno o interesse de que tanto necessitamos. A boa Leitura e o prazer em desenvolver a pesquisa.








Planejamento e Avaliação

O planejamento deve ser entendido como um processo de mudança de pensamento e tem como papel principal propiciar o despertar do sujeito enquanto a necessidade de transformar suas práticas deixando arcaico e buscando o novo assim a reconstrução faz capacitá-lo para atingir suas metas enquanto educador, podendo avaliarem um processo dinâmico que detecta erros, e acertos, saberes e não saberes como um fim, mas promover a construção do conhecimento mais elaborado. Para Menegola e Sant’Anna (2001), A metodologia do planejamento escolar enquadra-se no cenário da educação como uma tarefa. O professor deve lembrar que não sabe tudo e que, a cada dia, tem a oportunidade de estar aprendendo também. Ao acreditar que é o único detentor de todo conhecimento, estreita e limita seu foco e, consequentemente, o de seus alunos. Assim, uma qualidade é essencial ao educador: a humildade em reconhecer suas limitações e sua ignorância.


O ato de planejar diz respeito ao fato de que antes de executar uma ação é importante observar conforme aduz Matias Pereira (apud Matias-Pereira, 2006a,p.63) que ” o problema será relevante em termos científicos quando propiciar conhecimentos novos à área de estudo e, em termos práticos, quando referir-se aos benefícios que sua solução trará para a humanidade, país, área de conhecimento etc.”, visto que, ao planejar, há que se observar quais benefícios e mudanças a ação a ser executada trará aos educandos, que a aula ou avaliação, não devem ser planejadas apenas para cumprir o conteúdo destinado à turma, mas que seja útil no cotidiano de cada aluno e propicie para que indivíduo desenvolva atos de cidadania em seu meio social.








'Considerações Finais'

O professor ao se transformar num professor-pesquisador, ele se dá conta de que o conhecimento vem da pesquisa e transmite essa vontade aos seus alunos também, pois tanto o professor quanto o aluno precisam buscar constantemente o conhecimento, a informação e consequentemente a aprendizagem através da pesquisa. Ressalto ainda que para melhorar a qualidade da aprendizagem dos nossos alunos é necessário que os professores estejam constantemente se aperfeiçoando, pois a aprendizagem dos professores reflete-se na aprendizagem do aluno. Portanto, “... o professor pesquisador centra-se na consideração da prática, que passa a ser meio, fundamento e destinação dos saberes que suscita, desde que esses possam ser orientados e apropriados pela ação reflexiva do professor”.(Miranda 2006, p. 135).

O trabalho com pesquisa vem para movimentar definições que eram consideradas finalizadas. E para isso, é importante que o professor tenha esclarecimento e conhecimento de como irá usá-la para desconstruir e construir(Demo,2009,p.01) novos conhecimentos compartilhadamente, pois não ensinará, e sim, trocará conhecimentos com seus alunos. É importante destacar a relevância social que segundo Demo(2005,p.78) “embora as teses de pós-graduação tenham como escopo apenas o exercício científico formal, poderiam ser mais pertinentes, se também fossem relevantes em termos sociais, ou seja, estudassem temas de interesse comum(...)”, pois a educação somente exercerá a sua função social se mediar a inserção do educando tanto no meio em que vive, bem como em outras relações sociais, como um sujeito ativo que preocupa-se com a maioria, que conforme Demo(2005,p. 06) pratica a “ cidadania individual e coletiva”.


Referências

Demo, Professor & Pesquisa - 2009 http://moodle.semed.capital.ms.gov.br/moodle/mod/page/view.php?id=1096&inpopup=1 - Acesso em 22/04/2012

MENEGOLLA e SANT’ANA, Maximiliano e Ilza Martins. Porque Planejar? Como Planejar? Currículo e Área-Aula. 11º Ed. Editora Vozes. Petrópolis. 2001.

MICHALISZYN; Sergio Mario. TOMASINI, Ricardo. Pesquisa: orientações e normas para elaborações de projetos, monografias e artigos científicos. Petrópolis: Vozes, 2005. PROFESSOR & PESQUISA (10)- - Pesquisa: fundamento docente e discente -Pedro Demo (2009) DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento: metodologia científica no caminho de Habermas. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiros 1994. [http://www.youtube.com/watch?v=Pz4vQM_EmzI&feature=endscreen&NR=1 http://euler.mat.ufrgs.br/~vclotilde/disciplinas/pesquisa/texto_Backes.pdf MIRANDA, Marília G. de. O Professor Pesquisador e Sua Pretensão de Resolver a Relação Entrem a Teoria e a Prática na Formação de Professores

RAUSCH, Rita Buzzi.SCHROEDER. A INSERÇÃO DA PESQUISA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL. ATOS DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO - PPGE/ME FURB. v. 5, n. 3, p. 315-337, set./dez. 2010. Disponível em < http://proxy.furb.br/ojs/index.php/atosdepesquisa/article/view/2274>

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