Turma - A - Vespertino
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Entendemos que assim como há uma grande preocupação com a inovação das práticas pedagógicas, o que fez com que houvesse significativo avanço nas técnicas utilizadas para dar aula. Também os métodos avaliativos devem ser inovadores, condizentes com o momento em que estão sendo utilizados. As avaliações precisam ser repensadas e reformuladas para atenderem as perspectivas da escola contemporânea, formada por alunos contemporâneos. | Entendemos que assim como há uma grande preocupação com a inovação das práticas pedagógicas, o que fez com que houvesse significativo avanço nas técnicas utilizadas para dar aula. Também os métodos avaliativos devem ser inovadores, condizentes com o momento em que estão sendo utilizados. As avaliações precisam ser repensadas e reformuladas para atenderem as perspectivas da escola contemporânea, formada por alunos contemporâneos. | ||
- | Alunos que necessitam de novos instrumentos de ensino aprendizagem, bem como diferentes instrumentos avaliativos onde contemple a autoria e a autonomia no processo educacional valorizando o aluno como ser humano e cidadão. | + | Alunos que necessitam de novos instrumentos de ensino aprendizagem, bem como diferentes instrumentos avaliativos onde contemple a autoria e a autonomia no processo educacional valorizando o aluno como ser humano e cidadão, que é muito mais complexo que uma máquina e mil vezes mais capaz de proezas. |
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==REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS== | ==REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS== |
Edição de 01h40min de 11 de junho de 2013
'O papel da Avaliação como prática educativa para ressignificação da aprendizagem'
Tabela de conteúdo |
INTRODUÇÃO
...o ato de avaliar atua na direção do presente para o futuro, com o olhar voltado para a solução da situação que está sendo submetida ao processo avaliativo...LUKESI.
A avaliação é uma constante não somente no ambiente escolar, mas também uma constante no nosso dia a dia. Esta sempre se faz presente e inclui um julgamento de valor, sobre nós mesmos, sobre o que estamos fazendo e sobre o resultado de trabalhos realizado por nós. Quando se trata da vida pessoal e quando se trata de ambiente escolar, realizamos esse mesmo juízo de valor com nós mesmos e com os nossos alunos. A avaliação como parte intrínseca do processo educacional, possui sua abrangência específica, pois, nos remete a sua utilização de forma adequada, quer dizer, ela nos direciona a constatação de objetivos almejados, ou a necessidade de redirecionamento das ações. Esse fato é fundamentado na própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação, a qual em seu artigo 24º estabelece:
"(...) III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o regimento escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde que preservada a seqüência do currículo, observadas as normas do respectivo sistema de ensino; (...) V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: (...) a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;" [1]
Vale lembrar também que não se pode pensar em educação[2] sem avaliações, e nem em avaliações sem educação. Ao avaliar, estamos também educando. A função avaliativa não deve ser vista como subordinada à função educativa, pois ela própria também se torna elemento de educação ao promover a possibilidade de discussão das falhas, erros e acertos do processo educativo.
A reflexão apresentada em torno da temática sobre o papel da educação propõe que a prática da avaliação esteja relacionada a uma concepção de educação que o docente possui. Dessa forma, a avaliação não deve ser vista como um ato isolado, mas sim integrada a um aspecto mais amplo, que influencia de uma forma ou de outra, na ação educativa.
A finalidade dessa reflexão é desencadear uma breve discussão sobre a avaliação no processo de ensino e aprendizagem. A ideia relevante presente, é que a avaliação desenvolvida pelo professor deverá possibilitar a aprendizagem significativa e a própria formação do educando. Sendo assim, a importância dessa discussão está em provocar uma reflexão em torno dos dois aspectos que envolvem a prática de avaliação. Assim, é preciso considerar na prática avaliativa a existência de dois fatores, que são por sua vez, respaldados pela própria legislação: um no que tange ao aspecto quantitativo e outro que considera o qualitativo, onde ambos os aspectos podem se complementar no processo de ensino-aprendizagem, desencadeando a construção do saber e do conhecimento pelos discentes.
Seria oportuno lembrar, que ao falarmos de avaliação, precisamos ter em nossas mentes a amplitude em que se está inserido este termo. Ao falar em avaliar, estamos falando de um conjunto de procedimentos que envolvem vários espaços, entre eles o escolar, que por sua vez, tem vários espaços de trabalhos específicos. Nota-se que avaliar não se trata apenas de aplicar fichas, provas, trabalhos etc.; mas também isso.
Precisamos pensar em avaliação não apenas como uma maneira de quantificar o que o aluno aprendeu, mas vamos rever a utilização do processo avaliativo para compreender como este poderá aprender e assim alcançarmos o nosso objetivo principal que é a aprendizagem significativa do nosso aluno. Compreender o que as nossas avaliações dizem a respeito não só do nosso educando mas também da nossa prática educativa. Por meio de uma avaliação que construa o processo de ensino aprendizagem e leve no que já foi citado e ressaltado acima, numa avaliação significativa, capaz de melhorar o desenvolvimento dos alunos na escola.
Verificamos que a avaliação é uma das partes integrantes no processo de ensino-aprendizagem, pois ela é um meio de mensurar a aprendizagem dos alunos, se está sendo significativa ou não para o educando, bem como verificar se há a necessidade de intervenções no planejamento, para que se alcance melhores resultados, como verificamos em Hoffmann(2005) o processo avaliativo se desenvolve concomitante ao desenvolvimento das aprendizagens dos alunos.
Dessa forma, fica claro qual deve ser o papel da avaliação no contexto escolar, ela deve servir como um instrumento de ressignificação da aprendizagem e principalmente de ressignificação do ensino. Resta-nos agora encontrar a melhor forma de fazer isto.
Quando trabalhamos com projetos temos esta possibilidade, pois conforme Esteban (2003), “a pedagogia de projetos tem como fundamento a compreensão da aprendizagem como ato dinâmico, compartilhado, múltiplo e processual”, neste sentido a avaliação é contínua, heterogênea e flexível. Ela acontece durante todo o processo pedagógico. Dando possibilidades para refletir sobre cada ação, retrocedendo ou avançando no que foi planejado ou até mesmo replanejando estas ações.
PROCESSO AVALIATIVO NA EDUCAÇÃO
Na perspectiva de que a avaliação está diretamente relacionada à sua própria concepção de educação, faz-se necessário apresentar alguns conceitos de educação, para melhor compreensão de sua dimensão e suas implicações na prática educativa. Ainda, deve-se conceber que a avaliação faz parte de todo o processo educativo, isso significa compreendê-la como elemento de fundamental importância no desenvolvimento da aprendizagem do educando, não sendo utilizada apenas em alguns momentos pontuais, mas sim como um processo contínuo.
Nessa concepção, percebe-se que não é possível dissociar o ato de acompanhar e retomar o processo de construção dos saberes com a intenção de constatar o nível de conhecimento que o educando adquiriu durante o processo, tendo em vista que ambos estão interligados, assim, as práticas avaliativas e educativas vão se constituir em um conjunto de ações que se completam ao final do processo de ensino-aprendizagem.
Essas ações estão associadas a investigação sobre o desempenho dos estudantes e a coleta de dados para melhor compreensão da relação de ensino-aprendizagem, possibilitando, assim, orientar as intervenções para que sejam qualitativas e não se resumam, simplesmente, a uma coleta de dados, servindo apenas para formar tabelas de dados quantitativos, sem se preocupar com o desenvolvimento do processo que se levou aquele resultado.
Neste contexto, o autor Luckesi admite que o aspecto da observação, do feedback, não exclui o de medir parcialmente os conhecimentos adquiridos, embora reconheça também, que no processo avaliativo, é muito mais frequente o distanciamento do que a aproximação entre as duas lógicas explicitadas. Essa ideia nos remete a compreender que a avaliação escolar, assume dois objetivos fundamentais: o primeiro, atende a exigência da própria formação do educando no seu sentido mais amplo, comprometido com uma educação emancipatória; já o segundo, diz respeito a uma avaliação presente no espaço escolar que assume uma finalidade que vai ao encontro de exigências burocráticas e sociais.
O que Luckesi nos aponta é que precisamos ter ciência da existência desses dois processos e como podemos utiliza-los. É claro que não podemos mais nos reter a meras avaliações normativas para preenchimento de dados e papeis. O que necessitamos com grande urgência, é saber juntar o quantitativo com o qualitativo e levar a reflexão dos dados para a prática cotidiana, fazendo muito mais aproximações do que distanciamentos e assim estabelecermos uma avaliação com significado, não somente para o educando, mas também para o educador, o qual usará ao favor do conhecimentos os resultado obtidos em uma avaliação.
Segundo Hoffman(2005), a avaliação é ação ampla que abrange o cotidiano do fazer pedagógico e cuja energia faz pulsar o planejamento, a proposta pedagógica e a relação entre todos os elementos da ação educativa. Neste pensamento observamos que para avaliar faz-se necessário vários instrumentos avaliativos, respeitando as diferenças individuais, porém contemplando o coletivo.
Refletir sobre a natureza do planejamento, da relação ensino aprendizagem e do processo avaliativo, nos impõe uma nova visão de ressignificação da aprendizagem, em que valoriza os saberes diferenciados e a diversidade sociocultural, assim, o espaço educativo se transforma em um ambiente de desafios pedagógicos que culmina na construção do conhecimento.
Ao analisarmos a avaliação educacional como instrumento agregador de conhecimentos nos diversos ambientes, incluindo os de ensino, devemos ter clareza da importância do ato de avaliar. Quais conhecimentos desejamos constatar se foram, ou não, apreendidos? Os estudantes irão desfrutar legitimamente dos temas estudados? Vale lembrar que, segundo Luckesi(ano): O termo investigar indica a possibilidade de conhecer alguma coisa que ainda não conhecia, ou seja, significa produzir a compreensão de algo.
Nessa direção, Vigostsky (1996), citado por, Costa e Ferreira (2011), o sujeito poderá interagir, montar, desmontar, sugerir, transformar e outros, o mundo real que o cerca, o qual esta inserido, interpretando assim, a realidade de forma coerente com subsídios necessários a seu crescimento social.
Concluímos então, que o processo avaliativo na educação deve ocorrer sim, porém com cautela, respeitando a diversidade do público avaliado, para que dessa forma, não haja injustiças.
AVALIAÇÃO COMO PRÁTICA EDUCATIVA
Nas escolas, é importante desencadear ações que visem à reconstrução do significado do ato de avaliar, numa ação conjunta e contínua. Hoffmann destaca que, “a construção da ressignificação da avaliação pressupõe dos educadores um enfoque crítico da educação e do seu papel social”, e Luckesi também destaca, “que a avaliação da aprendizagem deve ser um ato amoroso, no sentido de que a avaliação por si, é um ato acolhedor, integrativo”.
Assim, o ato avaliativo conduz os educadores a identificarem e usarem os três tipos de avaliações: a diagnóstica, que possibilita ao docente identificar o que os alunos e as alunas sabem sobre o que se pretende ensinar, orientando o planejamento de futuras aulas; já a reguladora traz as informações para fazer as regulações no trabalho do professor, conscientizando-os dos seus percursos de aprendizagens; enquanto que a somativa dá o resultado integral e final, de uma prática educativa. Segundo Hoffmann, o processo de avaliação mediadora tem por intenção, justamente, promover melhores oportunidades de desenvolvimento do conhecimento dos alunos e de reflexão crítica da ação pedagógica.
Um dos principais desafios educacionais e sociais é esclarecer às pessoas que são avaliadas, no caso, os alunos, que eles não estão passando por um processo de punição, mas de (re)direcionamento da aprendizagem e seu consequente desenvolvimento. (LUCKESI, 1991).
Desmistificar este conceito, talvez seja um dos maiores desafios encontrados, pois o processo avaliativo é de suma importância em todos os âmbitos do processo educacional e no entanto, a muito tempo, gera aflição e certo desconforto dialogar sobre como e quando fazê-lo.
A intenção da avaliação é de criar condições de coleta de dados sobre as dificuldades dos alunos em aprender determinados conceitos, identificadas às dificuldades cabe ao professor fazer as intervenções necessárias para que o aluno venha a aprender como nos exemplifica Hoffmann (2005), “é a intenção do avaliador: conhecer, compreender, acolher os alunos em suas diferenças(...) com objetivo de promover melhores condições de aprendizagem”. Isto é, utilizar a avaliação como um instrumento no processo de conhecer o nosso educando por meio da observação no desenvolvimento da aprendizagem e assim podermos tomar decisões, por meio da análise do que este educando sintetizou e apreendeu, e assim, por fim, levar novas formas para o que Hoffmam chama de "melhores oportunidades de aprendizagem", campo esse que deve ser pisado constantemente por nós educadores, talvez esteja aí o caminho para o fortalecimento da educação e da avaliação, termos em mente sempre que esse é o passo para mostramos para o nosso educando e para nós mesmos, quais são os melhores caminhos para a aprendizagem. Ter em mente que Joaquinzinho não apreende pelo mesmo processo que Mariazinha. É de fundamental importância e só conseguiremos esse denominador comum se compreendermos o processo educativo como algo contínuo e sistemático, a ser utilizado de forma coerente e construtiva no ambiente escolar. Jussara Hoffmann, quando questionada em uma entrevista sobre o que era necessário para uma avaliação mediadora, apontou três pontos fundamentais: "o primeiro princípio é o de uma avaliação a serviço da ação", sendo aquela que leve ao pensar, ao refletir sobre os fatos, que busque uma melhora; já o segundo principio "é o da avaliação como projeto de futuro", aquela que leve em frente o projeto e o planejamento, nas palavras da autora: "o professor interpreta a prova não para saber o que o aluno não sabe, mas para pensar em quais estratégias pedagógicas ele deverá desenvolver para atender esse aluno"; e por ultimo, "o terceiro princípio que fundamenta essa metodologia é "o princípio ético". A avaliação, muito mais do que o conhecimento de um aluno, é o reconhecimento desse, pois assim levamos em conta tudo o que o nosso educando produziu e como desenvolveu seu trabalho e mostrando ao mesmo que ele é parte fundamental e construtor também do seu processo de aprendizagem.
Para Hoffmann(2005) o processo avaliativo é sempre de caráter singular no que se refere aos estudantes, uma vez que as posturas avaliativas inclusivas e excludentes afetam seriamente os sujeitos educativos. Segundo a autora, observamos que para avaliar, temos que compreender que o processo avaliativo é sempre algo muito complexo, pois deve-se guardar as especificidades individuais dos educandos, verificando as potencialidades dos educandos. Dessa forma, é necessário que cada avaliador verifique cuidadosamente os instrumentos avaliativos, para que não ocorra equívocos durante o ato de avaliar.
CONTEXTO ESCOLAR E A AVALIAÇÃO
Atualmente, muito se tem discutido sobre a avaliação no contexto escolar. Busca-se uma verdadeira definição para o seu significado, justamente por que tem sido um dos aspectos mais problemáticos na prática pedagógica.
O mais importante é compreender a avaliação como um processo que supera as mensurações positivistas e tecnicistas, identificando os principais equívocos correntes nas práticas avaliativas de nossas escolas.
Num sentido mais amplo, devemos ter o entendimento de que a avaliação da aprendizagem está diretamente relacionada à avaliação do ensino, isto é, quando um professor avalia o que os alunos aprenderam, está também avaliando o que ele próprio conseguiu ensinar aos alunos avaliados. Por isso, a avaliação é tão importante no cotidiano escolar, pois ela fornece subsídios para a reorganização da prática pedagógica do professor. A partir dos resultados de uma avaliação, o professor poderá definir com mais clareza os pontos que devem ser retomados, ou ainda, os que devem ser avançados, quais alunos necessitam de um olhar mais atento e quais podem seguir com maior autonomia. Dessa forma, a avaliação torna-se um instrumento poderoso no momento do planejamento das aulas de um professor.
Sendo assim, a intervenção precisa ser de mão dupla, pois muitas vezes teremos que rever as nossas práticas pedagógicas para adaptá-las as necessidades do aluno, teremos que analisar não só o que não foi aprendido, como também a forma como foi ensinado, fazendo assim, nós educadores, o primeiro processo de mediação e iniciando a primeira avaliação, aquela sobre a qual, nós avaliamos o que ensinamos e como ensinamos.
No entanto, o que se deseja com a avaliação no contexto escolar, é que esta seja um processo pelo qual se procura identificar, investigar, analisar e mensurar as modificações de comportamento, conhecimento e rendimento do aluno, do educador e do sistema de ensino. Com o intuito de confirmar, se a construção do conhecimento de fato se realizou, ou seja, se ela realmente ocorreu em seu âmbito mental ou prático. Porém, este processo tende a gerar muitos conflitos, sejam eles ideológicos ou metodológicos.
Hoffmann (1993), entende avaliação como uma ação provocativa do professor, desafiando o aluno a refletir sobre as experiências vividas, a formular e reformular hipóteses, direcionando para um saber enriquecido.
A avaliação no contexto escolar, controla e também indica, como os educandos estão se modificando em direção aos objetivos propostos, ou seja, é processual. Assim, avaliar é um ato de coletar dados relevantes da realidade (constatação) e de qualificá-la (qualificação), tendo em vista uma tomada de decisão (intervenção).
A avaliação pode também ser pontuada como "diagnóstica", aquela realizada no início de cada ciclo,a formativa, com o intuito de verificar os temas apreendidos, os quais deverão formar o crescimento intelectual dos alunos , e a classificatória ou somativa, a qual simplesmente listam os educandos em "ranking",mera indicação de posição, classificação. Hoffman nos aponta uma avaliação como processo de crescimento nos dizendo que a "avaliação é sinônimo de evolução", para o aluno e também para o professor, pois a avaliação deve ser vista e feita na escola como um processo de acompanhamento do educando e não somente como uma mera mensuração do que é produzido pelo mesmo.
O processo de avaliação escolar tem por pressuposto que ela deverá ser contínua e sistemática com o objetivo de verificar as situações de aprendizagem de cada educando, mas para que isso aconteça é imprescindível uma ação pedagógica eficaz, que oriente o avaliador a identificar o desempenho de cada educando, como podemos verificar nas afirmações de Luckesi(2011)"a ação pedagógica produtiva assenta-se sobre o conhecimento da realidade da aprendizagem do educando, conhecimento esse que subsidia decisões, seja para considerar que a aprendizagem já está satisfatória, seja para orientá-la, se necessário, para a obtenção de um melhor desempenho.
APRENDIZAGEM AUTORIA AVALIAÇÃO
Num contexto educativo, ao utilizarmos os recursos metodológicos de avaliação, obtemos dados e qualificamos uma determinada realidade, assim podemos tomar decisões visando melhorá-la. De acordo com Luckesi, a avaliação como investigação se apresenta como uma forma de obtenção de dados sobre a realidade, tais dados permitam qualificá-la em seu desempenho, o que, consequentemente, possibilita uma intervenção, que seja a mais adequada para esse momento.
Para se entender a avaliação, segundo Hoffmann, faz-se necessário conceber o termo na amplitude que lhe é de direito, métodos e instrumentos de avaliação estão fundamentados em valores morais, concepção de educação, de sociedade e de sujeito.
A avaliação permite que o professor conheça seu aluno e todo o processo educacional. Hoffmann, diz que o professor deve “ler” seu aluno, interpretando o que faltou, transformando esta falta em qualidades ou aprendizagens. Esta “leitura” deve ser realizada no cotidiano escolar, onde há a possibilidade do professor traçar os objetivos individuais para os seus alunos e fazer concomitantemente uma reflexão sobre a sua metodologia, ou seja, se está conseguindo de fato, ensinar.
As relações e a construção do diálogo entre professor e aluno devem ser realizadas todos os dias, em um ambiente prazeroso, em busca do conhecimento, sendo que o professor deve estar consciente de que não somente o aluno está sendo avaliado, mas também todo o processo, e consequentemente seu trabalho. É como se esse fosse um trabalho em equipe, onde deva contribuir de forma significativa, para situar-se de que forma os alunos aprendem, se aprendem e o que deve ser mudado ou aperfeiçoado.
Assim, quando o professor avalia o aluno nas atividades propostas, ele potencializa sua autoria e liberdade, e compreende que ele é um ser único e que pode aprender diferentemente do outro que, diretamente ou indiretamente, possa contribuir no aprendizado de outros colegas de sua sala.
Neste sentido, o papel do avaliador vai além de registrar a quantidade aprendida pelo aluno, segundo Hoffmann (2005), ” O educador /mediador oportuniza e favorece o processos de reflexão do educando sobre suas ações(...)” com isso é capaz de identificar possíveis falhas e mecanismos para uma retomada no processo. Sendo assim esse educador também favorece ao seu educando o caminho da pesquisa, da autoria como processo de aprendizagem e assim como DEMO (2006, pp. 10) nos mostra: "Ai, já não se trata de copiar a realidade, mas de reconstruí-la conforme os nossos interesses e esperanças", fazendo assim o nosso educando construidor de sua própria história e aprendizagem.
Nessa perspectiva, verificamos que a aprendizagem pode ocorrer de várias formas, mas a que poderá ser mais significativa é que o aluno é parte integrante de todo o processo, tendo a reflexão como base no processo de aprendizagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A avaliação deve ser constante, para poder acompanhar o processo de ensino e de aprendizagem desenvolvido na rotina escolar. Assim, o (a) professor(a) e o(a) aluno(a) estarão informados sobre o que está acontecendo, viabilizando, dessa forma, regulações do trabalho docente e das aprendizagens. A avaliação é de tamanha complexidade que requer educadores com bom senso e responsabilidades, frente a situações-problema, ou mesmo inesperadas, que interferem no juízo de valores avaliativos, em vistas às novidades que surgem e, sobretudo, na invenção de estratégias inovadoras para deparar com situações inéditas em seu contexto.
Hoffmann (2005) cita que, enquanto escreve seu texto em meio a Olimpíada de Atenas de 2004, quando se tratando de avaliação, ela descreve que o juiz avalia ginasta por ginasta em um ou dois minutos. Mas diante da apresentação da brasileira Daiane, ele leva mais tempo para decidir sua nota final, uma vez que os critérios como notas, objetivos precisos, análise quantitativas, grau de dificuldade, etc, não são critérios claramente determinados e definidos, e não deveriam ser na primeira Olimpíada do novo século? Só porque o salto da atleta é inovador e muito diferente das demais, até magnífico, diga-se de passagem, ter de acrescentar pontos diferentes das demais atletas, não contempla critérios como um salto inovador?
Tendo em vista esta situação, visualizamos que a escola não é um concurso entre melhores e piores, e se na ocasião, a arbitrariedade dos árbitros prejudicou a atleta, não há porque isso acontecer nas escolas. Todos aprendem e são capazes de fazer o melhor se confiarem em si próprios e nos seus professores. Mas essa confiança deve acontecer em um ambiente de boa convivência e bom relacionamento entre professor e aluno, e as atividades não devem ocorrer de uma maneira tão criteriosa e obrigatória, pois assim ela pode se transformar em um sentimento precoce de fracasso e humilhação diante dos demais alunos.
Hoffmann (2005) afirma que em pleno século XXI, é angustiante saber que várias crianças possam ter sua aprendizagem fadada a ser uma avaliação “ingênua”, e não justa e precisa como deveria ser, uma vez que o sentido da avaliação é de promover uma sensível diferença no seu aprendizado, o que não condiz com a objetividade e padronização.
Portanto, existem vários fatores que precisam ser mudados como a aprovação do aluno por meio de notas e não da construção do seu saber, e as cobranças que são feitas nas unidades de ensino que devem alcançar metas estabelecidas que, por sua vez, são "maquiadas" para se enquadrar nos parâmetros nacionais ou até mesmo internacionais.
A avaliação da aprendizagem no seu termo mais específico, envolve e diz respeito a dois elementos do seu processo: o educador/ avaliador e o educando/avaliando, onde um educa o que é avaliado por alguém - educador. Neste contexto de alguém educar e ser educado, ocorrem às avaliações mediadora e a formativa, em que esta última se faz através do envolvimento do professor com os alunos e sua tomada de consciência acerca do comprometimento com o progresso destes, em sua aprendizagem, na natureza da intervenção pedagógica. A mediadora está intimamente ligada à formativa, pois parte do pressuposto de que sem orientação de alguém que tenha maturidade para tal é praticamente improvável que os alunos possam adquirir os conhecimentos necessários para o seu desenvolvimento, ou seja, a postura mediadora do professor é essencial para fazer toda a diferença no processo da avaliação formativa.
Para chegarmos ao objetivo da aprendizagem do aluno, Luckesi (2011) nos chama a atenção sobre a necessidade de uma pesquisa que contemple a maior quantidade de recursos metodológicos disponíveis, para que possamos fazer uma leitura o mais fiel quanto possível das necessidades dos alunos. Para que possamos, no decorrer do processo, fazer as intervenções necessárias para atingir o principal objetivo traçado, a aprendizagem.
Porém, só chegaremos a esse ponto, se sempre tivermos em mente que o processo avaliativo é constante e é também um processo continuo. O erro precisa ser avaliado não como algo diminutivo, mas sim como um caminho para se aprender e apreender, vendo esse erro da mesma forma com que Hoffmann (2005) nos aponta, que se considerarmos que o erro é o que ainda não se aprendeu, ele é muito mais valorizado, importante, fecundo e positivo para o processo avaliativo. Isto é, precisamos ter em mente que errar também é um processo de aprendizagem e assim elevaremos a avaliação ao patamar necessário, o de ferramenta no processo de aprendizagem e não de finalizadora do mesmo.
Por tudo que já foi dito e considerando as palavras de Janssen:
"É fundamental aprofundar a discussão em torno da concepção e do processo avaliativo formativo regulador em razão, principalmente, da alegação, por parte dos professores e das professoras, de que o avanço nas formas de organizar o ensino não têm tido correspondência nas práticas avaliativas, ocorrendo, portanto, uma discrepância entre inovadoras práticas educativas e as vigentes formas avaliativas (SILVA, Janssen Felipe da. 2011)."
Entendemos que assim como há uma grande preocupação com a inovação das práticas pedagógicas, o que fez com que houvesse significativo avanço nas técnicas utilizadas para dar aula. Também os métodos avaliativos devem ser inovadores, condizentes com o momento em que estão sendo utilizados. As avaliações precisam ser repensadas e reformuladas para atenderem as perspectivas da escola contemporânea, formada por alunos contemporâneos. Alunos que necessitam de novos instrumentos de ensino aprendizagem, bem como diferentes instrumentos avaliativos onde contemple a autoria e a autonomia no processo educacional valorizando o aluno como ser humano e cidadão, que é muito mais complexo que uma máquina e mil vezes mais capaz de proezas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DEMO,Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 12 Edição. São Paulo: Cortez, 2006.
ESTEBAN, Maria Teresa. Projeto Pedagógico. Porto Alegre: Mediação, 2003.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação Formativa ou Avaliação Mediadora. Porto Alegre. Mediação 2005.
HOFFMANN, Jussara. O jogo do contrário em avaliação. Porto Alegre: Mediação, 2005.
HOFFMANN, Jussara; ESTEBAN, Maria Teresa; SILVA, Janssen Felipe da (orgs.). Práticas avaliativas e aprendizagens significativas: em diferentes áreas do currículo. Porto Alegre: Mediação, 2003.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem componentes do ato pedagógico. São Paulo: Cortez, 2011.
Sites:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm [ http://www.udemo.org.br]
http://didaticageraluece.blogspot.com.br/2011/10/texto-09-avaliacao-formativa-ou.html- acesso em 09/06/2013, as 15 h.
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http://smeduquedecaxias.rj.gov.br/nead/Biblioteca/Forma%C3%A7%C3%A3o%20Continuada/Avalia%C3%A7%C3%A3o/janssen1.pdf, acesso em 09/06/2013, as 22h e 24min.
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/16604/tipos-de-avaliacoes-escolar - acesso em 10/06/2012, as 17h.